terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Há algo mais importante


Há tão pouco tempo depois que assumiu a Presidência da República, o titular do cargo voltou a bater boca, em redes sociais, com o seu principal adversário da campanha eleitoral, o candidato do PT.
O presidente brasileiro respondeu às críticas do petista, feitas na internet e o chamou de "marmita" e "fantoche de presidiário", em referência ao ex-presidente que se encontra preso.
O presidente disse que "Haddad, o fantoche do presidiário corrupto, escreve que está na moda um anti-intelectualismo no Brasil. A verdade é que o marmita, como todo petista, fica inventando motivos para a derrota vergonhosa que sofreram nas eleições, mesmo com campanha mais de 30 milhões mais cara".
Acontece que, antes, o candidato derrotado do PT à Presidência da República havia veiculado artigo de um jornalista alemão que vive no Brasil, tratando de anti-intelectualismo.
O petista também havia criticado o reajuste abaixo do previsto do salário mínimo pelo novo governo, as mudanças na Funai e insinuou que o imbróglio envolvendo o aumento do IOF mostrou o motivo pelo qual o presidente não participou de debates no segundo turno.
Em outra postagem, o presidente teria dito que "Eles (adversários) procuram e criam todos os motivos possíveis para estarem sendo rejeitados pela maioria da população, só não citam o verdadeiro: o PT quebrou o Brasil de tanto roubar, deixou a violência tomar proporções de guerra. É uma verdadeira quadrilha e ninguém mais aguenta isso.".
Incontinenti, o petista enviou para o presidente o artigo em apreço, intitulado “Brasil, um país do passado”.
No segundo turno da eleição, os dois candidatos passaram o tempo todo trocando farpas, com ataques em seus perfis no Twitter, tendo o petista criticado, de forma reiterada, a ausência do rival nos debates, enquanto o então candidato do PSL respondia o chamando de "poste".
Nas circunstâncias, o presidente precisa entender que ele, em nome da liturgia do principal cargo da República, não pode ficar batendo boco à toa, principalmente com seu opositor derrotado por ele, fato que não constitui o menor sentimento de desprezo, mas por se tratar de situação em outro plano político.
O presidente brasileiro tem mais do que obrigação de pensar exclusivamente no Brasil, na formulação das políticas e das metas de governo, esquecendo todo passado da campanha eleitoral, inclusive o seu opositor, que demonstra claro sentimento de que ainda não aceitou a fragorosa derrota, tanto que o petista chamou, no ataque acima, o presidente para o debate, nestes termos: “(...) mas se você se sentir seguro para um debate frente a frente, estou disponível.”, dando a entender que a campanha ainda nem acabou, com o que há forte evidência de que o petista está frustrado por não ter debatido no segundo turno.    
          Fica a impressão de que o petista não se conforma de ter perdido para candidato que nem precisou fazer campanha para ganhar dele, porque sempre esteve impedido de participar das atividades próprias do pleito eleitoral, o que realmente é terrível se perder para quem nem precisou debater o seu programa de governo, enquanto o petista teve toda liberdade para expor as suas metas de trabalho perante a opinião pública, mas, mesmo assim, foi incapaz de convencê-la.
O presidente da República não pode dar ouvido a petistas, que, em atenção aos princípios democrático e de civilidade, precisam deixá-lo trabalhar normalmente, não dando palanque para quem o teve disponível na campanha eleitoral, mas, nem assim, não conseguiu convencer parcela expressiva dos brasileiros, que preferiu apoiar o presidente do país, que falava e prometia governo de mudanças e que agora precisa cuidar de transformá-las em realidade, para o bem dos brasileiros, deixando à margem o “mimimi” da oposição, que precisa se conformar com o seu merecido fracasso no pleito eleitoral.
O presidente da República do Brasil, eleito pelo voto consciente de brasileiros, não pode ficar dando atenção a conversas de derrotado nem sustentar participação em troca de ataques, que tem como objetivo a tentativa de elevação do moral de quem foi subjugado nas urnas, que simplesmente precisa se conscientizar de que o lugar dele agora é colaborar e contribuir para não atrapalhar a gestão de quem venceu com mérito, bom ou ruim, porque ele, na avaliação de brasileiros, foi considerado bem melhor, nas urnas eletrônicas, para os interesses nacionais.
O presidente brasileiro precisa focar sua atenção, com exclusividade, nas questões do Brasil e da sua população, não sendo nada elegante e muito menos adequado que ele fique dando trela e retrucando os ataques de petistas, que querem chamar atenção e permanecerem, de alguma forma, em evidência na mídia, quando o momento agora é totalmente de quem ganhou a eleição e tem a enorme responsabilidade de administrar, com competência e eficiência, os negócios e interesses do Brasil.
Os especialistas das áreas político-econômicas sabem perfeitamente que o foco primordial do presidente brasileiro, neste exato momento, deve ser a principal batalha a ser travada, logo no limiar de seu governo, na seara da economia e, ainda, no que se refere à geração de empregos, em abundância, que são duas questões que precisam de bastante competência para os seus enfrentamento e saneamento, sem se deixar, em momento algum, perder tempo com assuntos periféricos de somenos importância, que somente contribuem para dificultar a solução dos graves problemas nacionais.  
O presidente da República, diante da relevância e da liturgia do seu cargo, combinadas com a gigantesca responsabilidade sobre seus ombros, em razão dos encargos administrativos em geral, tem algo muito mais importante para se preocupar, cuidar e priorizar no nobilitante exercício de suas funções presidenciais, não se permitindo nem pensar em ouvir e responder, por ser mera perda de tempo, as provocações da oposição, que pretende apenas tumultuar o ambiente político-administrativo, procurando desviar o foco dos assuntos de interesse do país, fato que se traduz em evidente desserviço às relevantes causas nacionais.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 15 de janeiro de 2019

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