Há
tão pouco tempo depois que assumiu a Presidência da República, o titular
do cargo voltou a bater boca, em redes sociais, com o seu principal adversário
da campanha eleitoral, o candidato do PT.
O
presidente brasileiro respondeu às críticas do petista, feitas na internet e o
chamou de "marmita" e
"fantoche de presidiário",
em referência ao ex-presidente que se encontra preso.
O
presidente disse que "Haddad, o
fantoche do presidiário corrupto, escreve que está na moda um
anti-intelectualismo no Brasil. A verdade é que o marmita, como todo petista,
fica inventando motivos para a derrota vergonhosa que sofreram nas eleições,
mesmo com campanha mais de 30 milhões mais cara".
Acontece
que, antes, o candidato derrotado do PT à Presidência da República havia veiculado
artigo de um jornalista alemão que vive no Brasil, tratando de
anti-intelectualismo.
O
petista também havia criticado o reajuste abaixo do previsto do salário mínimo
pelo novo governo, as mudanças na Funai e insinuou que o imbróglio envolvendo o
aumento do IOF mostrou o motivo pelo qual o presidente não participou de
debates no segundo turno.
Em
outra postagem, o presidente teria dito que "Eles (adversários) procuram e
criam todos os motivos possíveis para estarem sendo rejeitados pela maioria da
população, só não citam o verdadeiro: o PT quebrou o Brasil de tanto roubar,
deixou a violência tomar proporções de guerra. É uma verdadeira quadrilha e
ninguém mais aguenta isso.".
Incontinenti,
o petista enviou para o presidente o artigo em apreço, intitulado “Brasil, um
país do passado”.
No
segundo turno da eleição, os dois candidatos passaram o tempo todo trocando
farpas, com ataques em seus perfis no Twitter, tendo o petista criticado, de
forma reiterada, a ausência do rival nos debates, enquanto o então candidato do
PSL respondia o chamando de "poste".
Nas
circunstâncias, o presidente precisa entender que ele, em nome da liturgia do
principal cargo da República, não pode ficar batendo boco à toa, principalmente
com seu opositor derrotado por ele, fato que não constitui o menor sentimento
de desprezo, mas por se tratar de situação em outro plano político.
O
presidente brasileiro tem mais do que obrigação de pensar exclusivamente no
Brasil, na formulação das políticas e das metas de governo, esquecendo todo
passado da campanha eleitoral, inclusive o seu opositor, que demonstra claro
sentimento de que ainda não aceitou a fragorosa derrota, tanto que o petista
chamou, no ataque acima, o presidente para o debate, nestes termos: “(...) mas se você se sentir seguro para um debate
frente a frente, estou disponível.”, dando a entender que a campanha ainda
nem acabou, com o que há forte evidência de que o petista está frustrado por
não ter debatido no segundo turno.
Fica
a impressão de que o petista não se conforma de ter perdido para candidato que
nem precisou fazer campanha para ganhar dele, porque sempre esteve impedido de
participar das atividades próprias do pleito eleitoral, o que realmente é
terrível se perder para quem nem precisou debater o seu programa de governo, enquanto
o petista teve toda liberdade para expor as suas metas de trabalho perante a opinião
pública, mas, mesmo assim, foi incapaz de convencê-la.
O
presidente da República não pode dar ouvido a petistas, que, em atenção aos
princípios democrático e de civilidade, precisam deixá-lo trabalhar normalmente,
não dando palanque para quem o teve disponível na campanha eleitoral, mas, nem
assim, não conseguiu convencer parcela expressiva dos brasileiros, que preferiu
apoiar o presidente do país, que falava e prometia governo de mudanças e que
agora precisa cuidar de transformá-las em realidade, para o bem dos brasileiros,
deixando à margem o “mimimi” da oposição, que precisa se conformar com o seu merecido
fracasso no pleito eleitoral.
O
presidente da República do Brasil, eleito pelo voto consciente de brasileiros,
não pode ficar dando atenção a conversas de derrotado nem sustentar participação
em troca de ataques, que tem como objetivo a tentativa de elevação do moral de quem
foi subjugado nas urnas, que simplesmente precisa se conscientizar de que o
lugar dele agora é colaborar e contribuir para não atrapalhar a gestão de quem
venceu com mérito, bom ou ruim, porque ele, na avaliação de brasileiros, foi considerado
bem melhor, nas urnas eletrônicas, para os interesses nacionais.
O
presidente brasileiro precisa focar sua atenção, com exclusividade, nas
questões do Brasil e da sua população, não sendo nada elegante e muito menos adequado
que ele fique dando trela e retrucando os ataques de petistas, que querem
chamar atenção e permanecerem, de alguma forma, em evidência na mídia, quando o
momento agora é totalmente de quem ganhou a eleição e tem a enorme responsabilidade
de administrar, com competência e eficiência, os negócios e interesses do
Brasil.
Os especialistas das áreas político-econômicas sabem perfeitamente
que o foco primordial do presidente brasileiro, neste exato momento, deve ser a
principal batalha a ser travada, logo no limiar de seu governo, na seara da
economia e, ainda, no que se refere à geração de empregos, em abundância, que
são duas questões que precisam de bastante competência para os seus
enfrentamento e saneamento, sem se deixar, em momento algum, perder tempo com
assuntos periféricos de somenos importância, que somente contribuem para dificultar
a solução dos graves problemas nacionais.
O presidente da República, diante da relevância e da liturgia do seu
cargo, combinadas com a gigantesca responsabilidade sobre seus ombros, em razão
dos encargos administrativos em geral, tem algo muito mais importante para se
preocupar, cuidar e priorizar no nobilitante exercício de suas funções
presidenciais, não se permitindo nem pensar em ouvir e responder, por ser mera
perda de tempo, as provocações da oposição, que pretende apenas tumultuar o
ambiente político-administrativo, procurando desviar o foco dos assuntos de
interesse do país, fato que se traduz em evidente desserviço às relevantes causas
nacionais.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 15 de janeiro de 2019
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