segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

O mínimo de sensibilidade patriótica


O apresentador do programa global "Domingão do Faustão", exibido neste domingo, desabafou, de forma dura, sobre política e, não tendo citado nomes, ele falou sobre "um idiota que está ferrando com todo mundo" e "novos ares", após uma atriz também global ter defendido a Amazônia e o Carnaval brasileiros.
Ela teria questionado: "O brasileiro, na hora do Carnaval e na hora da seleção, nós sabemos muito bem, é um povo que tem união, tem solidariedade, tem uma integração. Por que isso não acontece nas coisas sérias?".
O apresentador, invertendo a lógica e o sentido do aludido questionamento, se arvorou em dizer que "Lutar pela educação, por saúde pública, contra a corrupção, contra a incompetência, que é uma forma de corrupção. O imbecil que está lá -e não devia estar- pode até ser honesto, mas é um idiota que está e está ferrando com todo mundo. Você paga imposto, o que você recebe? Vamos ver se esses novos ares vão mudar, tem que rezar para dar certo".
Tendo em vista a enorme possibilidade de a ferrenha crítica ser destinada ao recém-eleito presidente da República, seu texto catapultou muito rápido o nome do apresentar ao primeiro lugar dos assuntos mais comentados no Twitter. (Com informações da Folhapress).
É muito provável que nem nas piores republiquetas alguém inconformado com o resultado das urnas, em votação limpa, transparente e legítima, possa se sentir no direito de tentar denigrir a imagem do presidente da República, de forma visivelmente injusta e sem motivação, com adjetivações duras e desrespeitosas com as palavras “imbecil” e “idiota”, logo no início da gestão dele, com apenas seis dias de trabalho.
Além da cristalina descortesia, por ele ter se dirigido ao presidente do país com grosseria, o apresentador ainda o acusa de estar “ferrando com todo mundo”, quando o político, na qualidade de gestor público, ainda não ter tido oportunidade de feito absolutamente nada, senão tentar contabilizar os estragos causados por governos possivelmente apoiados, em absoluto silêncio, pelo deselegante cidadão.
A insensata e inoportuna crítica do apresentador global ao mandatário do país talvez faça parte do jogo daqueles frustrados com a derrota, diante da possibilidade mudança de paradigma da administração dos negócios do Brasil, em que os conglomerados da comunicação estão temendo correr o risco de perder patrocínios publicitários do governo ou até mesmo serem obrigados a pagar suas dívidas para com a União, tudo a justificar a insatisfação pela provável mudança de governança, que passa a ser em benefício dos interesses nacionais, ou seja, dos brasileiros.
É lamentável que um comunicador de renome nacional seja tão irresponsável em criticar abertamente e de forma injusta, com tamanha veemência e insensibilidade, um presidente da República que praticamente nem sentou na sua cadeira, quando se sabe perfeitamente que ele precisa enfrentar gigantescos problemas que recebeu de herança de governos incompetentes e ineficientes, que jamais foram criticados por entendidos de coisa alguma, mesmo que minimamente, como se eles tivessem sido o suprassumo da administração pública.
À toda evidência, como o Brasil se encontra nessa situação de penúria, em especial da sua  administrativa, a origem dessa desgraça vem de longa data e não de governo com apenas uma semana de trabalho, sem sequer ter a mínima condição ou a menor possibilidade de se avaliar o tamanho dos estragos e rombos deixados por governos do passado, que não tiveram a dignidade de assumir a culpa pelas mazelas que estão aí, a infernizar a vida dos brasileiros.
Não há a menor dúvida de que se trata da maior injustiça e irresponsabilidade um cidadão, que tem obrigação cívica de se comunicar com equilíbrio e sensatez, fazer manifestação pública em momento indiscutível e absolutamente inadequado, extemporâneo, mas com o visível propósito de se criar graciosa polémica e ainda tentar manchar a imagem de quem recém tomou posse no cargo presidencial, justamente por não haver a menor conexão da sua mensagem estapafúrdia com a realidade brasileira, que realmente precisa de cuidados administrativos urgentes, porém é evidente que não há um ato sequer que ele tenha praticado de errado, simplesmente porque não houve tempo para que isso pudesse acontecer, sendo tremendamente desumano se afirmar que o presidente “(...) está ferrando com todo mundo.”.
Há clara demonstração de que o apresentador parece viver há “século” em outro planeta bem diferente e distante do Brasil, que não tem nada com os fatos referidos por ele, quanto à atribuição de responsabilidade, mais precisamente quando ele, de forma enfática, diz que "(...) mas é um idiota que está e está ferrando com todo mundo", em clara tentativa de menosprezo à autoridade pública do presidente da República, ao chamá-lo de “imbecil” e “idiota”, como se ele tivesse alguma autoridade ou prova para afirmar algo tão contundente, pesado, duro e deselegante, em se tratando de presidente da República brasileira.
Da maneira como o crítico se manifesta é como se presidente da República tivesse descoberto o Brasil e continuasse o comandando deste a sua origem, sendo responsável pelas mazelas que o grassam, em prejuízo dos brasileiros.
É pena que o comunicador não tivesse o mínimo de sensibilidade para compreender a verdadeira situação do Brasil, que realmente se encontra atolado em sérias crises de gestão, mas essas dificuldades nem foram criadas nem são da responsabilidade da pessoa que ele acusa injustamente com tamanha eloquência, que o mundo vai concluir e acreditar que será a primeira na história universal vez que o governante que acaba de assumir o cargo tenha conseguido ferrar o país inteiro, em tão pouquíssimo tempo e passe de mágica jamais visto em nenhum outro país.
Não qualquer dúvida de que as críticas infundas têm o condão de deliberada tentativa de desmoralizar o mandatário do Brasil, de maneira absolutamente injusta e irresponsável, por se tratar de político que foi escolhido pela maioria dos eleitores, para representá-los, diante da possibilidade de mudanças da bagunça reinante na administração do Brasil, conforme mostram os fatos ao alcance de pessoas sensatas e justas, principalmente com relação aos rombos orçamentários e à banalização da criminalidade.
É óbvio que fica muito claro que a eleição do presidente do país aconteceu à revelia do comunicador, que certamente concordava com o status quo de demência predominante na administração do país, sob a incumbência de quem ele isentou de culpa pela tragédia a que ele se refere.
Em síntese, o comunicador demonstrou ser péssimo cidadão brasileiro, não por ter se manifestado no usufruto dos princípios ínsitos do Estado Democrático de Direito, mas sim por ter externado evidentes desconhecimentos da realidade brasileira sobre os verdadeiros fatos do cotidiano e a sua extremada irresponsabilidade quanto ao momento prematuro da avaliação sobre a atuação de governo que apenas acaba de assumir o cargo para o qual foi eleito pelo povo que anseia loucamente por eficiência e competência na administração do país, a par da necessidade da urgente moralização e da  competente e eficiente governança.
Em princípio, ele deveria, no mínimo, ter ficado calado ou, ao menos demonstrado sua incapacidade de criticar exatamente os lídimos irresponsáveis por terem conduzido o Brasil ao estado deplorável citado por ele, o que teria sido muito mais justo e elegante, em demonstração da sua cumplicidade antipatriótica, por ter ficado calado, por tanto tempo, sem notar que a tragédia a que ele se refere precisa ser atribuída aos seus verdadeiros culpados.
Indubitavelmente, caberia ao comunicador, se tivesse o mínimo de sensibilidade patriótica, desejar sucesso ao novel presidente da República, ao menos em respeito aos eleitores que votaram conscientemente nele, diante do veemente repúdio aos governos que conseguiram deixar o Brasil no atual estágio de extrema precariedade, que agora precisa de tempo para os devidos consertos, em especial quanto aos rombos das contas públicas e às demais mazelas na prestação dos serviços públicos de incumbência constitucional do Estado.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 7 de janeiro de 2019

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