“Não deixe que a vida passe sem que as
pessoas saibam o significado que elas têm para você.” Autor desconhecido
Hoje,
estou completando exatos setenta janeiros, agradecendo a Deus por ter merecido
participar desse importante e fantástico espetáculo da vida, que foi e é composta
por cenários diversificados, entremeados de lindos, maravilhosos, tenebrosos,
obscuros, deslumbrantes, incertos..., em que eu, sendo o ator principal desta
história, teve a obrigação de exercer, com muita dedicação, todos os papéis traçados
para o melhor desempenho possível de todos os enredos, de modo que meus sonhos
e objetivos nunca pudessem ser interrompidos nem obstaculizados, porque os planos
da vida tinham um horizonte a ser conquistado.
Por ser
da própria natureza, o tempo passa inexoravelmente na vida que vem sendo
construída, momento a momento, até quando Deus quiser, mas, enquanto isso, é
preciso valorizar toda riqueza do passado que se foi e acreditar que o futuro é
ilustre desconhecido, como já foram os velhos e passados tempos, desde a
infância.
O
homem nasce e renasce toda vez que aniversaria e nesse renascer ele vai se acostumando
com a sua eternização no tempo, evidentemente enquanto assim for permitido por
Deus, que é o Senhor de tudo e responsável pelo tempo que temos aqui na terra.
Muitos
dizem que, aos setenta anos, o homem acumula mais experiência, mais
inteligência e até mais sabedoria, mas, para mim, essa idade é apenas uma
comemoração marcante, a demonstrar que consegui atingir a longevidade perseguida
por muitas pessoas, sem acrescentar absolutamente nada, em termos de
intelectualidade, salvo quanto à certeza de que o vigor físico é realmente de
pessoa de setenta anos e não como muitos ainda têm a inocência de dizer que “eu
me acho um garoto de 18 anos”.
Não obstante,
é preciso reconhecer que sou pessoa predestinada por Deus, que me proporcionou magníficos
poderes para o enfrentamento de muitos obstáculos, batalhas e lutas, que foram
vencidos e superados, ou seja, em pesem os entraves da jornada da vida, as
alegrias, as vitórias e os louros se transformaram em sentimentos que
justificam plenamente o coroamento dos setenta anos.
A
contagem, ano a ano, até o atingimento de sete décadas, é prêmio contabilizado
com a dádiva generosa de Deus, que houve por bem me privilegiar, possivelmente
por enxergar, em mim, o merecimento para puder comemorar essa data com minha
família e meus amigos, como verdadeiro presente celestial, com direito a
conviver com saúde, alegria e amor com que Ele permitiu que constituísse a família
e os amigos e tivesse o prazer da plena harmonia.
A vida
não tem sentido sem o usufruto da
companhia das pessoas que amamos, porque elas foram colocadas no nosso caminho
para que a gente tivesse a oportunidade de aprender e crescer com elas, em forma
de simbiose em que o relacionamento contribui para o enriquecimento de nossa
existência.
O
importante nesse balanço dos setenta anos é a conscientização do envelhecimento
apenas da idade, que faz parte da vida, e não da mentalidade sobre a nossa responsabilidade
como cidadão, que precisa estar em plena forma e sempre ativa, procurando cultuar
as boas ideias, permitindo que elas tenham campo fértil para o seu afloramento,
em permanente renúncia ao envelhecimento do espírito e da alma, porque estes
são as energias que movem os bons pensamentos e fortalecem as disposições para
a implementação de novas realizações.
Por ser
da própria natureza, o tempo passa inexoravelmente na vida que vem sendo
construída, momento a momento, até quando Deus quiser, mas, enquanto isso, é
preciso valorizar toda riqueza do passado que se foi e acreditar que o futuro é
ilustre desconhecido, como já foram os velhos tempos, desde a infância.
Desde
cedo, há a obrigação do aprendizado do respeito ao próximo e da responsabilidade
cívica, com a honra à tradição, à cultura e aos ensinamentos da construção do
bem, tendo o primordial cuidado com a valorização do ser humano.
Fui
uma criança que teve a felicidade de nascer em berço muito adverso da riqueza,
vivendo em uma casa com muitas redes e igual quantidade de pratos sedentos de
alimentos e isso sinalizava que eu precisava assumir parcela significativa de
responsabilidade, ainda muito cedo, em tenra idade, para angariar um pouco de
recurso para ajudar nessa tarefa espinhosa de sobrevivência.
Eis aí
o meu verdadeiro sonho de criança: ajudar meus país nessa difícil missão que
Deus confiou a eles, na criação de oito filhos, tendo como principal recurso a
plantação de arroz, milho, feijão e algodão, que muito contribuiu para ir remediando
e vivendo, nas circunstâncias do possível.
Eu ressaltei
que teria sido criança feliz, por ter nascido no lar destinado por Deus, exatamente
para justificar a minha ascensão na vida, que somente foi possível diante da
necessidade de lutar desde pequeno, quando tudo era terrivelmente adverso e não
havia outra hipótese se não a de arranjar trabalho em conjunto com os afazeres
da roça e dos estudos, tudo na busca da superação, que certamente nem fosse
preciso se eu tivesse nascido em berço de ouro, onde, como magia, tudo de bonança
teria vindo ao meu encontro, sem o menor esforço.
Eu acredito muito na figura bíblica do anjo da guarda, que tem a
importante função de nos acompanhar, proteger, amparar, defender dos perigos e,
principalmente, de nos orientar e encaminhar para a obtenção das coisas salutares
e do bem, tanto na vida terrena, quanto nos planos espirituais.
Eis aqui o fundamento disso: “Porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus
caminhos, eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma
pedra” (Sl 90,11-12).
Pois bem, nos meus setenta anos de vida já tive o privilégio de
ser beneficiado pelas graças da presença de muitos anjos da guarda, tanto no
plano etéreo, algumas vezes, como aqui mesmo na Terra, com incontáveis ajudas
de pessoas transmutadas em seres angelicais terrenos, de carne e osso, tendo me
beneficiado, me ajudado a abrir caminhos, portas, portões, cancelas, por múltiplas
vezes, a ponto de influenciarem decisivamente na história e nos rumos da minha
importante trajetória de vida, que foram muito mais de flores, entremeado de alguns
espinhos, que não impediram que eu palmilhasse até onde me encontro agora,
muito feliz com tudo que realizei na vida, que não hesitaria, um instante, em
realizar tudo de novo, exatamente porque o resultado de tudo o que fiz pode ser
considerado simplesmente maravilhoso, sob a minha ótica.
Nesta ocasião de suma importância para mim, eu sinto-me no dever
não somente de reconhecer os benefícios proporcionados por esses seres
maravilhosos, como de declinar seus nomes na principal pessoa deles, que é Deus
e também os demais anjos da guarda, que me ajudaram na construção da minha vida,
nesses setenta anos.
Sintam-se todos nominados como criaturas divinas que merecem o
meu reconhecimento e a minha gratidão, com a minha confissão de que jamais eu
seria o que sou sem a interveniência deles, que são seres de luz divinal, na
minha vida, em todos os momentos dela, a começar do meu nascimento, da minha
infância e principalmente da fase adulta, onde senti a materialidade e os
efeitos benéficos de verdadeiros anjos da guarda.
Gostaria muitíssimo de citar nominalmente todos os anjos da
guarda que me protegeram e me ajudaram, mas eu poderia esquecer e ser injusto
com alguns, de suma importância para mim, mas sou eternamente grato por alguns
que faço questão de nominar, por terem sido especiais na minha vida e jamais os
esquecerei.
Começo com Deus e, em seguida, indico os principais anjos da
guarda, que não tem como nominá-los na ordem de importância, porque todos foram
ou são muito valiosos na minha vida, como meus pais José Volney Fernandes e Maria
Dalila Rocha (in memoriam), minha
esposa Aldenir Dutra Rocha Fernandes, padrinho Doutor Francisco Pinheiro Rocha,
acolhedores Chico de Everton e sua esposa Terezinha Duba (in memoriam), grande amigo Doutor Expedito Pinheiro Fernandes (in memoriam), protetor Major Brigadeiro
do Ar Tabyra de Braz Coutinho, meu compadre Major Brigadeiro do Ar Othon Chouin
Monteiro e amigo de trabalho Doutor Wagner Jorge de Miranda (in memoriam), aos quais tenho enorme e
eterno preito de gratidão.
Como
pessoa, eu me descrevo como eterno batalhador, que sempre tentou e conseguiu
transmitir às pessoas mensagem de acolhimento ao ser humano, da minha forma
mais espontânea e simples, para que pudesse prevalecer a amizade e o amor, como forma saudável de relações
sociais.
Tenho
absoluta certeza de que meu tempo vivido pode ser descrito com o maravilho
sorriso de Deus, por ter me propiciado algo que, segundo a minha avaliação,
superou as minhas expectativas, não em termos de merecimento, porque todos os
filhos Dele precisam ser felizes, mas diante das dificuldades que precisei superar,
desde a infância, comprimida entre muitas privações e dificuldades circunstanciais.
Durante
esse percurso de setenta anos, existem momentos memoráveis que marcaram muito a
minha vida e jamais serão esquecidos, sendo preferível relembrar aqueles que se
transformaram nessa felicidade da comemoração da data que considero muito especial,
sempre acreditando que esse dia chegaria, para fazer feliz meu coração, com
ardente deseja de que as emoções continuem por muitos e muitos anos.
O
importante na vida foram as grandes surpresas que Deus reservou para mim e tive
a felicidade de aproveitar cada uma delas e, por isso, sou grato a Ele por ter
tido o privilégio de ser abençoado nos meus propósitos, realizando-os da melhor
forma permitida.
É preciso cultuar a esperança no porvir e agradecer a Deus pelo presente,
diante do merecimento da comemoração dos setenta anos de vida, em plena
atividade e com o conforto do convívio com os familiares e amigos.
Ser feliz nada mais é do que conforto da aceitação da vida como
ela se apresenta, exatamente como ela se descortina e se desnuda para ser
vivida, mas sempre acreditando que as dádivas da existência são outorgadas por
Deus, segundo o nosso merecimento.
Assim, eu espero continuar com muito crédito nas alturas
celestiais e, para tanto, eu tenho me esforçado e me comportando em estado de permanente
penitência, para que as minhas obras terrenas sejam do agrado dos mandamentos divinos.
Parabéns para mim mesmo, que eu seja merecedor das graças divinas
de felicidades, harmonia, saúde, benquerença, amor e muitos anos de vida,
porque deve ser muito difícil viver sem o amor de minha família e dos meus amigos.
Por último, fico feliz em transcrever, nesta crônica, trechos de
mensagens que recebi, ontem, de meus queridos netos Ana Luísa e Pedro Henrique,
conforme abaixo:
“Vovô, que esses 70 anos se
transformem em 70 anos de aprendizado e muitas conquistas. Que Deus te dê muita
saúde e, como sempre digo, mais cem anos de vida para você. Estes últimos anos
você está mais presente e foi muito significante para mim. Obrigada por tudo. Te amo.”. Ana Luísa
“Feliz Aniversário, Adalmir.
Melhor vô do mundo. É carinhoso, bonito (kakaká, isso é meu), gracioso, engraçado e muito amoroso. Eu te
amo.”. Pedro
As lindas mensagens de meus queridos netos, a quem agradeço pelo
carinho e dizendo do meu amor por eles também, encerram esta crônica, onde
tentei dizer um pouco do meu sentimento sobre a vida, nestes meus setenta anos,
pedindo a compreensão aos familiares e amigos por algumas exageradas
colocações, que são compensadas com aquelas que são devidas e apropriadas aos
fatos pertinentes.
Finalmente, meu especial agradecimento pela prazerosa companhia aos
meus amados Aldenir, Alysson, Aline, Andersen, Clara, Priscilla, Ana Luíza,
Pedro Henrique, Liz e Lara, com beijos de amor e carinho.
Brasília, em 28 de janeiro de 2019
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