terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Meus setenta anos


Não deixe que a vida passe sem que as pessoas saibam o significado que elas têm para você.” Autor desconhecido

Hoje, estou completando exatos setenta janeiros, agradecendo a Deus por ter merecido participar desse importante e fantástico espetáculo da vida, que foi e é composta por cenários diversificados, entremeados de lindos, maravilhosos, tenebrosos, obscuros, deslumbrantes, incertos..., em que eu, sendo o ator principal desta história, teve a obrigação de exercer, com muita dedicação, todos os papéis traçados para o melhor desempenho possível de todos os enredos, de modo que meus sonhos e objetivos nunca pudessem ser interrompidos nem obstaculizados, porque os planos da vida tinham um horizonte a ser conquistado.
Por ser da própria natureza, o tempo passa inexoravelmente na vida que vem sendo construída, momento a momento, até quando Deus quiser, mas, enquanto isso, é preciso valorizar toda riqueza do passado que se foi e acreditar que o futuro é ilustre desconhecido, como já foram os velhos e passados tempos, desde a infância.
O homem nasce e renasce toda vez que aniversaria e nesse renascer ele vai se acostumando com a sua eternização no tempo, evidentemente enquanto assim for permitido por Deus, que é o Senhor de tudo e responsável pelo tempo que temos aqui na terra.
Muitos dizem que, aos setenta anos, o homem acumula mais experiência, mais inteligência e até mais sabedoria, mas, para mim, essa idade é apenas uma comemoração marcante, a demonstrar que consegui atingir a longevidade perseguida por muitas pessoas, sem acrescentar absolutamente nada, em termos de intelectualidade, salvo quanto à certeza de que o vigor físico é realmente de pessoa de setenta anos e não como muitos ainda têm a inocência de dizer que “eu me acho um garoto de 18 anos”.
Não obstante, é preciso reconhecer que sou pessoa predestinada por Deus, que me proporcionou magníficos poderes para o enfrentamento de muitos obstáculos, batalhas e lutas, que foram vencidos e superados, ou seja, em pesem os entraves da jornada da vida, as alegrias, as vitórias e os louros se transformaram em sentimentos que justificam plenamente o coroamento dos setenta anos.
A contagem, ano a ano, até o atingimento de sete décadas, é prêmio contabilizado com a dádiva generosa de Deus, que houve por bem me privilegiar, possivelmente por enxergar, em mim, o merecimento para puder comemorar essa data com minha família e meus amigos, como verdadeiro presente celestial, com direito a conviver com saúde, alegria e amor com que Ele permitiu que constituísse a família e os amigos e tivesse o prazer da plena harmonia.
A vida não tem sentido sem o usufruto  da companhia das pessoas que amamos, porque elas foram colocadas no nosso caminho para que a gente tivesse a oportunidade de aprender e crescer com elas, em forma de simbiose em que o relacionamento contribui para o enriquecimento de nossa existência.
O importante nesse balanço dos setenta anos é a conscientização do envelhecimento apenas da idade, que faz parte da vida, e não da mentalidade sobre a nossa responsabilidade como cidadão, que precisa estar em plena forma e sempre ativa, procurando cultuar as boas ideias, permitindo que elas tenham campo fértil para o seu afloramento, em permanente renúncia ao envelhecimento do espírito e da alma, porque estes são as energias que movem os bons pensamentos e fortalecem as disposições para a implementação de novas realizações.
Por ser da própria natureza, o tempo passa inexoravelmente na vida que vem sendo construída, momento a momento, até quando Deus quiser, mas, enquanto isso, é preciso valorizar toda riqueza do passado que se foi e acreditar que o futuro é ilustre desconhecido, como já foram os velhos tempos, desde a infância.
Desde cedo, há a obrigação do aprendizado do respeito ao próximo e da responsabilidade cívica, com a honra à tradição, à cultura e aos ensinamentos da construção do bem, tendo o primordial cuidado com a valorização do ser humano.
Fui uma criança que teve a felicidade de nascer em berço muito adverso da riqueza, vivendo em uma casa com muitas redes e igual quantidade de pratos sedentos de alimentos e isso sinalizava que eu precisava assumir parcela significativa de responsabilidade, ainda muito cedo, em tenra idade, para angariar um pouco de recurso para ajudar nessa tarefa espinhosa de sobrevivência.
Eis aí o meu verdadeiro sonho de criança: ajudar meus país nessa difícil missão que Deus confiou a eles, na criação de oito filhos, tendo como principal recurso a plantação de arroz, milho, feijão e algodão, que muito contribuiu para ir remediando e vivendo, nas circunstâncias do possível.
Eu ressaltei que teria sido criança feliz, por ter nascido no lar destinado por Deus, exatamente para justificar a minha ascensão na vida, que somente foi possível diante da necessidade de lutar desde pequeno, quando tudo era terrivelmente adverso e não havia outra hipótese se não a de arranjar trabalho em conjunto com os afazeres da roça e dos estudos, tudo na busca da superação, que certamente nem fosse preciso se eu tivesse nascido em berço de ouro, onde, como magia, tudo de bonança teria vindo ao meu encontro, sem o menor esforço.
Eu acredito muito na figura bíblica do anjo da guarda, que tem a importante função de nos acompanhar, proteger, amparar, defender dos perigos e, principalmente, de nos orientar e encaminhar para a obtenção das coisas salutares e do bem, tanto na vida terrena, quanto nos planos espirituais.
Eis aqui o fundamento disso: “Porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos, eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra” (Sl 90,11-12).
Pois bem, nos meus setenta anos de vida já tive o privilégio de ser beneficiado pelas graças da presença de muitos anjos da guarda, tanto no plano etéreo, algumas vezes, como aqui mesmo na Terra, com incontáveis ajudas de pessoas transmutadas em seres angelicais terrenos, de carne e osso, tendo me beneficiado, me ajudado a abrir caminhos, portas, portões, cancelas, por múltiplas vezes, a ponto de influenciarem decisivamente na história e nos rumos da minha importante trajetória de vida, que foram muito mais de flores, entremeado de alguns espinhos, que não impediram que eu palmilhasse até onde me encontro agora, muito feliz com tudo que realizei na vida, que não hesitaria, um instante, em realizar tudo de novo, exatamente porque o resultado de tudo o que fiz pode ser considerado simplesmente maravilhoso, sob a minha ótica.
Nesta ocasião de suma importância para mim, eu sinto-me no dever não somente de reconhecer os benefícios proporcionados por esses seres maravilhosos, como de declinar seus nomes na principal pessoa deles, que é Deus e também os demais anjos da guarda, que me ajudaram na construção da minha vida, nesses setenta anos.
Sintam-se todos nominados como criaturas divinas que merecem o meu reconhecimento e a minha gratidão, com a minha confissão de que jamais eu seria o que sou sem a interveniência deles, que são seres de luz divinal, na minha vida, em todos os momentos dela, a começar do meu nascimento, da minha infância e principalmente da fase adulta, onde senti a materialidade e os efeitos benéficos de verdadeiros anjos da guarda.
Gostaria muitíssimo de citar nominalmente todos os anjos da guarda que me protegeram e me ajudaram, mas eu poderia esquecer e ser injusto com alguns, de suma importância para mim, mas sou eternamente grato por alguns que faço questão de nominar, por terem sido especiais na minha vida e jamais os esquecerei.
Começo com Deus e, em seguida, indico os principais anjos da guarda, que não tem como nominá-los na ordem de importância, porque todos foram ou são muito valiosos na minha vida, como meus pais José Volney Fernandes e Maria Dalila Rocha (in memoriam), minha esposa Aldenir Dutra Rocha Fernandes, padrinho Doutor Francisco Pinheiro Rocha, acolhedores Chico de Everton e sua esposa Terezinha Duba (in memoriam), grande amigo Doutor Expedito Pinheiro Fernandes (in memoriam), protetor Major Brigadeiro do Ar Tabyra de Braz Coutinho, meu compadre Major Brigadeiro do Ar Othon Chouin Monteiro e amigo de trabalho Doutor Wagner Jorge de Miranda (in memoriam), aos quais tenho enorme e eterno preito de gratidão.
Como pessoa, eu me descrevo como eterno batalhador, que sempre tentou e conseguiu transmitir às pessoas mensagem de acolhimento ao ser humano, da minha forma mais espontânea e simples, para que pudesse prevalecer  a amizade e o amor, como forma saudável de relações sociais.
Tenho absoluta certeza de que meu tempo vivido pode ser descrito com o maravilho sorriso de Deus, por ter me propiciado algo que, segundo a minha avaliação, superou as minhas expectativas, não em termos de merecimento, porque todos os filhos Dele precisam ser felizes, mas diante das dificuldades que precisei superar, desde a infância, comprimida entre muitas privações e dificuldades circunstanciais.
Durante esse percurso de setenta anos, existem momentos memoráveis que marcaram muito a minha vida e jamais serão esquecidos, sendo preferível relembrar aqueles que se transformaram nessa felicidade da comemoração da data que considero muito especial, sempre acreditando que esse dia chegaria, para fazer feliz meu coração, com ardente deseja de que as emoções continuem por muitos e muitos anos.
O importante na vida foram as grandes surpresas que Deus reservou para mim e tive a felicidade de aproveitar cada uma delas e, por isso, sou grato a Ele por ter tido o privilégio de ser abençoado nos meus propósitos, realizando-os da melhor forma permitida.
É preciso cultuar a esperança no porvir e agradecer a Deus pelo presente, diante do merecimento da comemoração dos setenta anos de vida, em plena atividade e com o conforto do convívio com os familiares e amigos.
Ser feliz nada mais é do que conforto da aceitação da vida como ela se apresenta, exatamente como ela se descortina e se desnuda para ser vivida, mas sempre acreditando que as dádivas da existência são outorgadas por Deus, segundo o nosso merecimento.
Assim, eu espero continuar com muito crédito nas alturas celestiais e, para tanto, eu tenho me esforçado e me comportando em estado de permanente penitência, para que as minhas obras terrenas sejam do agrado dos mandamentos divinos.
Parabéns para mim mesmo, que eu seja merecedor das graças divinas de felicidades, harmonia, saúde, benquerença, amor e muitos anos de vida, porque deve ser muito difícil viver sem o amor de minha família e dos meus amigos.
Por último, fico feliz em transcrever, nesta crônica, trechos de mensagens que recebi, ontem, de meus queridos netos Ana Luísa e Pedro Henrique, conforme abaixo:
Vovô, que esses 70 anos se transformem em 70 anos de aprendizado e muitas conquistas. Que Deus te dê muita saúde e, como sempre digo, mais cem anos de vida para você. Estes últimos anos você está mais presente e foi muito significante para mim. Obrigada por tudo. Te amo.”.  Ana Luísa
Feliz Aniversário, Adalmir. Melhor vô do mundo. É carinhoso, bonito (kakaká, isso é meu), gracioso, engraçado e muito amoroso. Eu te amo.”. Pedro
As lindas mensagens de meus queridos netos, a quem agradeço pelo carinho e dizendo do meu amor por eles também, encerram esta crônica, onde tentei dizer um pouco do meu sentimento sobre a vida, nestes meus setenta anos, pedindo a compreensão aos familiares e amigos por algumas exageradas colocações, que são compensadas com aquelas que são devidas e apropriadas aos fatos pertinentes.
Finalmente, meu especial agradecimento pela prazerosa companhia aos meus amados Aldenir, Alysson, Aline, Andersen, Clara, Priscilla, Ana Luíza, Pedro Henrique, Liz e Lara, com beijos de amor e carinho.
Brasília, em 28 de janeiro de 2019

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