Segundo
a imprensa, um helicóptero que fica à disposição do presidente da República foi
usado para transportar familiares dele, na qualidade de convidados para o
casamento de um dos filhos do mandatário.
Um
sobrinho do presidente divulgou em sua página, na rede social, vídeo em que ele
e outras pessoas – todas com roupa de festa - embarcam em um helicóptero da
Força Aérea Brasileira.
No
vídeo, consta a seguinte frase: “E aí, senhores, estamos bonitos? Vamos
passear de… helicóptero”.
Diante
do questionamento pelo site do G1 à FAB e ao Gabinete de Segurança Institucional,
acerca dos passageiros e o motivo do uso da aeronave militar, o vídeo foi
apagado da rede social.
Um
dos sobrinhos do presidente, muito à vontade e cheio de empolgação, disse: “Saiu
a caravana do Vale do Ribeira direto para o Rio de Janeiro. Vamos, caravana".
O
mesmo sobrinho registrou, em vídeo de 24 minutos, a viagem entre o aeroporto de
Jacarepaguá e Santos Dumont, que fica no Centro do Rio de Janeiro, bem próximo
a Santa Teresa, onde aconteceu a cerimônia do casamento do filho do presidente.
O
trajeto de 35 km, que, se realizado de carro, seria feito em cerca de 35
minutos - foram 14 minutos de voo de luxo.
Nas
imagens, aparecem também outras pessoas, entre elas, irmãs do presidente e um
deputado federal, amigo do presidente.
As
imagens mostram que militares da Força Aérea Brasileira, fardados, ajudam os
passageiros a embarcarem e a colocarem os cintos de segurança.
O
GSI informou que “por razões de segurança” decidiu que o “presidente
e familiares fossem transportados em helicópteros da Força Aérea Brasileira”.
O
órgão presidencial também alegou que, como o casamento era em Santa Tereza,
eles passariam por algumas comunidades perigosas.
Na
verdade, essa lamentável notícia mostra que a farra com o dinheiro dos bestas
dos contribuintes está muito longe de acabar neste país de aproveitadores,
porque sempre se encontra motivo mais do banal e inconsistente para tentar justificar
o injustificável.
Vejam-se
se que foi sacada causa mais absurda e sem plausibilidade para tentar justificar
o uso de aeronave oficial, ou seja, a passagem por comunidades perigosas.
Tudo
bem que isso possa até servir de pretexto para justificar o uso de helicóptero,
mas jamais o presidencial para levar familiares do presidente para o casamento
do filho do presidente do país, visto que eles não têm absolutamente nada com a
Presidência de República e muito menos com o interesse público.
Tudo
bem que seja de suma importância a preservação da integridade dos parentes do
presidente do país e sobre isso não cabe a menor discussão, porém o transporte seguro
e confortavelmente deles poderia ter sido feito perfeitamente por qualquer
forma apropriada de transporte, até mesmo por meio de helicóptero, desde que bancado
exclusivamente com recursos particulares, ou seja, sob o pagamento pelos
próprios interessados, mas, jamais, pelos tolos dos contribuintes, que não
aguentam mais ser graciosamente explorados.
Embora
possa se imaginar que se trate de despesa de pequena monta, de somenos importância,
mas o somatório de tantas outras e mais outras despesas igualmente irrelevantes
acaba constituindo um conjunto de valores que têm enorme carência para a
prestação de serviços públicos de qualidade e é preciso que os brasileiros passem
a repudiar cada centavo que é desviado dos orçamentos, para que essa importante
conscientização possa contribuir para, pelo menos, minimizar a banalização dos
desvios de recursos públicos.
Na
verdade, esse é caso clássico em que os órgãos de controle e fiscalização
precisam cuidar, muito bem de perto, na forma da sua incumbência constitucional
e legal, com vistas à apuração não somente das responsabilidades pelo uso indevido
de bens públicos, mas especialmente dos valores gastos com essa escandalosa
farra com dinheiro público, para a determinação do devido ressarcimento, como
forma de reparação dos prejuízos causados ao erário.
Convém
ainda que o presidente da República seja devidamente alertado sobre o irregular
e injustificável uso de aeronave oficial em transporte de pessoas estranhas ao
serviço público, em dissonância com o interesse público, para o fim de que haja
imediata e expressa determinação aos setores competentes da administração
pública, no sentido de que seja terminantemente proibido o uso de aviões em
atividades estranhas ao serviço público, além de ser exigido dele providências
para a apuração e o ressarcimento dos valores gastos pelo uso de aeronave
oficial na prestação de voos (ida e volta) particulares.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 27 de julho de 2019
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