segunda-feira, 1 de julho de 2019

Brutal desperdício de dinheiro público


O programa Fantástico da Rede Globo de Televisão mostrou uma série de obras inacabadas, Brasil afora, em evidente flagrante de recursos públicos jogados literalmente na lixeira do descaso protagonizado por governantes.
A reportagem se destina a mostrar, de forma especial, objetiva e incontestável, o malogro dos programas referentes a obras bilionárias de governos recentes e como esse incomensurável desperdício tem reflexo direto na vida de milhões de brasileiros, que ficaram sem as obras e ainda sem os recursos, porque eles simplesmente foram mandados para a lixeira da má gestão administrativa.
À toda evidência, os estragos mostrados no cenário de terríveis obras inacabadas, pelo país adentro, são  flagrantes dos inadmissíveis maus-tratos com o escasso dinheiro público - na visão dos agentes públicos -, que foi inapelavelmente jogado fora pelas janelas do desprezo à coisa pública, ou seja, ele, como devia, não teve aproveitamento à satisfação do interesse público.
A reportagem mostra que, na Bahia, o maior guindaste da América Latina, hoje, só serve para fazer sombra, e, no Rio de Janeiro, uma estrada foi fechada pelo crime, a qual impede o tráfego da população, em deprimente situação de abandono do patrimônio dos brasileiros.
A reportagem aborda, com muita propriedade, a situação de muitas pessoas que acreditavam no sonho da melhoria de vida, diante das perspectiva e garantia de trabalho, com vistas à prosperidade que poderia ter sido implantada com a realização das obras públicas, mas tudo não passou de trágico pesadelo, em razão da paralisação dos empreendimentos, que, para muitos, só causou prejuízo e infelicidade, porque elas foram reduzidas em nada, graças à sistemática imperante da corrupção, que tratava de desviar dinheiro dos contribuintes e nada de obras, justamente diante da falta de fiscalização e controle por parte dos governos e dos órgãos de controle externo, que jamais tiveram preocupação em investigar e punir os ladrões de cofres públicos.
Em termos de gestão pública, não importa a ideologia dos governantes, eles precisam dar bons exemplos na aplicação dos recursos dos contribuintes, ao fazerem a lição de casa sob o primada da competência, eficiência e efetividade, não permitindo qualquer forma de ingerência e falta de controle na execução de dinheiro, que somente deve ser gasto com a garantia da sua boa e regular aplicação, na forma da legislação de regência.
O pior de tudo isso é que as obras não foram finalizadas, mas é bem possível que o dinheiro tenha sido todo pago, normalmente com o envolvimento de propina, ou seja, agentes públicos sempre se beneficiando dos recursos destinados a essas obras inacabadas, razão, certamente, da falta de fiscalização e controle, permitindo que a bandidagem agisse livremente, diante da libertinagem da corrupção e da impunidade, infelizmente, passando de governo para governo, porque o povo nunca se interessa em enxergar os maus feitos, quando, no sistema populista, o controle é o que menos importa, diante do sentimento de que tudo passa a ser mera farra, inclusive de desperdício de dinheiro público, como visto nas obras mostradas na reportagem.
É evidente que, para a realização e a conclusão de obras de interesse da população, nunca tem dinheiro suficiente, mas, conforme foi mostrado pelas investigações da Operação Lava-Jato, os recursos jorravam em borbulhas, na certeza de que sempre há os aproveitadores das propinas, ou seja, a verdade é que o país não tem dinheiro quando há seriedade na gestão de recursos e na execução de obras, sem o envolvimento de corrupção.
Esse lastimável cemitério de obras inacabadas mostra tão somente onde o dinheiro público foi enterrado por governos populistas e caudilhistas, que, a título de agradar o povo, concordavam em liberar dinheiro para a construção de obras a torto e a direita, sendo que muitas delas, principalmente, sem a menor viabilidade técnico-econômica, em termos de satisfação do interesse público, eram começadas, no afogadilho, e não tinham continuidade, exatamente pela incompetência administrativa, que não controlava o fluxo de remessa de recurso, com relação ao cronograma físico-financeiro, onde quase sempre a obra somente tinha início, mas os recursos totais já estavam no bolso dos aproveitadores, pelo menos, em grande parte.
A prova material desse descalabro é essa infinidade de esqueletos de obras inúteis e quase sempre inaproveitáveis para terem continuidade, caso seja do desejo do governo, o que significa jogar dinheiro público pelos ralos da incompetência e da irresponsabilidade dos governantes da época, que se vangloriavam de encher o Brasil de canteiros de obras, mas os resultados são os piores possíveis, em termos de efetividade delas.
Apesar disso os recursos, em muitos casos, já tenham sido repassados e o prejuízo, como sempre, é normalmente debitado nas contas dos bestas dos contribuintes, que precisam se sacrificar com o pagamento de mais tributos, caso o governo atual pretenda tocar para frente esses elegantes brancos, símbolos de gestão pública extremamente prejudicial aos brasileiros, conforme fica evidenciado com o desperdício de dinheiro público distribuído aos aproveitadores, a título de bondade de governos populistas, que estavam somente interessados em agradar o povo para angariarem o apoio e a simpatia aos seus megalomaníacos projetos políticos, consistentes na manutenção no poder e na absoluta dominação das classes política e social.
O exemplo mais cristalino dessa assertiva é a situação atual, em que o principal líder político, mesmo tendo sido condenado à prisão pela Justiça, com base nas provas sobre a prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mesmo assim nestas condições de extrema decadência moral, à vista da sua liderança como homem público atuante da maior relevância política, ainda se ufana de merecer enlouquecidas manifestações de seguidores em seu apoio, que imploram, de forma incontrolável, por sua liberdade, como se ele fosse a criatura mas imaculada da face da Terra, quando os fatos mostram exatamente que, de pureza mesmo, por mais que ele se estrebuche, não existe absolutamente nada, diante da sua incapacidade de prová-la perante a Justiça, que mantém todas as sentenças condenatórias, certamente diante das provas sobre a materialidade da autoria dos fatos denunciados, conquanto as contraprovas apresentadas foram insuficientes para se infirmá-los, mas seus seguidores, a título de fidelidade ideológica, preferem desacreditar da palavra da Justiça e prestigiá-lo na luta em defesa de algo que nem ele conseguiu mostrar a sua inocência.
É bem possível que esses mesmos defensores de condenado pela Justiça também se solidarizem com essa monstruosa montanha de obras inacabadas, como prova inconteste de desperdício de recursos públicos, porque elas não foram produzidas pelo atual governo, em apenas seis meses, quando não seria possível a construção de tantos esqueletos enferrujados, que denotam a sua existência de longa data.
Convém que o descaso e a desídia com o dinheiro dos contribuintes, indiscutivelmente jogado nos ralos da incompetência e da ineficiência administrativas, diante da evidência da falta de planejamento, controle e fiscalização governamentais, ante a necessidade legal da certificação da regularidade e da efetividade sobre a aplicação de recursos públicos, precisam de urgente solução e saneamento, como forma de prestação de contas dos gestores públicos à sociedade, de modo que as obras inacabadas sejam imediatamente investigadas, com a devida abrangência e profundidade, por meio da identificação dos envolvidos e da apuração das causas e dos prejuízos causados ao erário, com vistas à responsabilização e ao ressarcimento dos valores jogados no lixo, como forma não somente de reparação dos danos pertinentes, mas, em especial, de se evitar a reincidência de lastimáveis casos semelhantes a esses.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 1º de julho de 2019

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