O
programa Fantástico da Rede Globo de Televisão mostrou uma série de obras inacabadas,
Brasil afora, em evidente flagrante de recursos públicos jogados literalmente
na lixeira do descaso protagonizado por governantes.
A
reportagem se destina a mostrar, de forma especial, objetiva e incontestável, o
malogro dos programas referentes a obras bilionárias de governos recentes e
como esse incomensurável desperdício tem reflexo direto na vida de milhões de
brasileiros, que ficaram sem as obras e ainda sem os recursos, porque eles simplesmente
foram mandados para a lixeira da má gestão administrativa.
À
toda evidência, os estragos mostrados no cenário de terríveis obras inacabadas,
pelo país adentro, são flagrantes dos
inadmissíveis maus-tratos com o escasso dinheiro público - na visão dos agentes
públicos -, que foi inapelavelmente jogado fora pelas janelas do desprezo à coisa
pública, ou seja, ele, como devia, não teve aproveitamento à satisfação do
interesse público.
A reportagem mostra
que, na Bahia, o maior guindaste da América Latina, hoje, só serve para fazer
sombra, e, no Rio de Janeiro, uma estrada foi fechada pelo crime, a qual impede
o tráfego da população, em deprimente situação de abandono do patrimônio dos
brasileiros.
A reportagem aborda, com
muita propriedade, a situação de muitas pessoas que acreditavam no sonho da
melhoria de vida, diante das perspectiva e garantia de trabalho, com vistas à prosperidade
que poderia ter sido implantada com a realização das obras públicas, mas tudo
não passou de trágico pesadelo, em razão da paralisação dos empreendimentos, que,
para muitos, só causou prejuízo e infelicidade, porque elas foram reduzidas em
nada, graças à sistemática imperante da corrupção, que tratava de desviar dinheiro
dos contribuintes e nada de obras, justamente diante da falta de fiscalização e
controle por parte dos governos e dos órgãos de controle externo, que jamais
tiveram preocupação em investigar e punir os ladrões de cofres públicos.
Em termos
de gestão pública, não importa a ideologia dos governantes, eles precisam dar
bons exemplos na aplicação dos recursos dos contribuintes, ao fazerem a lição
de casa sob o primada da competência, eficiência e efetividade, não permitindo
qualquer forma de ingerência e falta de controle na execução de dinheiro, que
somente deve ser gasto com a garantia da sua boa e regular aplicação, na forma
da legislação de regência.
O pior de
tudo isso é que as obras não foram finalizadas, mas é bem possível que o
dinheiro tenha sido todo pago, normalmente com o envolvimento de propina, ou
seja, agentes públicos sempre se beneficiando dos recursos destinados a essas
obras inacabadas, razão, certamente, da falta de fiscalização e controle, permitindo
que a bandidagem agisse livremente, diante da libertinagem da corrupção e da
impunidade, infelizmente, passando de governo para governo, porque o povo nunca
se interessa em enxergar os maus feitos, quando, no sistema populista, o
controle é o que menos importa, diante do sentimento de que tudo passa a ser
mera farra, inclusive de desperdício de dinheiro público, como visto nas obras
mostradas na reportagem.
É
evidente que, para a realização e a conclusão de obras de interesse da
população, nunca tem dinheiro suficiente, mas, conforme foi mostrado pelas investigações
da Operação Lava-Jato, os recursos jorravam em borbulhas, na certeza de que
sempre há os aproveitadores das propinas, ou seja, a verdade é que o país não
tem dinheiro quando há seriedade na gestão de recursos e na execução de obras,
sem o envolvimento de corrupção.
Esse
lastimável cemitério de obras inacabadas mostra tão somente onde o dinheiro público
foi enterrado por governos populistas e caudilhistas, que, a título de agradar
o povo, concordavam em liberar dinheiro para a construção de obras a torto e a
direita, sendo que muitas delas, principalmente, sem a menor viabilidade
técnico-econômica, em termos de satisfação do interesse público, eram começadas,
no afogadilho, e não tinham continuidade, exatamente pela incompetência
administrativa, que não controlava o fluxo de remessa de recurso, com relação
ao cronograma físico-financeiro, onde quase sempre a obra somente tinha início,
mas os recursos totais já estavam no bolso dos aproveitadores, pelo menos, em
grande parte.
A
prova material desse descalabro é essa infinidade de esqueletos de obras inúteis
e quase sempre inaproveitáveis para terem continuidade, caso seja do desejo do governo,
o que significa jogar dinheiro público pelos ralos da incompetência e da irresponsabilidade
dos governantes da época, que se vangloriavam de encher o Brasil de canteiros
de obras, mas os resultados são os piores possíveis, em termos de efetividade
delas.
Apesar
disso os recursos, em muitos casos, já tenham sido repassados e o prejuízo,
como sempre, é normalmente debitado nas contas dos bestas dos contribuintes,
que precisam se sacrificar com o pagamento de mais tributos, caso o governo
atual pretenda tocar para frente esses elegantes brancos, símbolos de gestão
pública extremamente prejudicial aos brasileiros, conforme fica evidenciado com
o desperdício de dinheiro público distribuído aos aproveitadores, a título de
bondade de governos populistas, que estavam somente interessados em agradar o
povo para angariarem o apoio e a simpatia aos seus megalomaníacos projetos
políticos, consistentes na manutenção no poder e na absoluta dominação das
classes política e social.
O
exemplo mais cristalino dessa assertiva é a situação atual, em que o principal
líder político, mesmo tendo sido condenado à prisão pela Justiça, com base nas
provas sobre a prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro,
mesmo assim nestas condições de extrema decadência moral, à vista da sua
liderança como homem público atuante da maior relevância política, ainda se
ufana de merecer enlouquecidas manifestações de seguidores em seu apoio, que imploram,
de forma incontrolável, por sua liberdade, como se ele fosse a criatura mas
imaculada da face da Terra, quando os fatos mostram exatamente que, de pureza mesmo,
por mais que ele se estrebuche, não existe absolutamente nada, diante da sua incapacidade
de prová-la perante a Justiça, que mantém todas as sentenças condenatórias,
certamente diante das provas sobre a materialidade da autoria dos fatos denunciados,
conquanto as contraprovas apresentadas foram insuficientes para se infirmá-los,
mas seus seguidores, a título de fidelidade ideológica, preferem desacreditar da
palavra da Justiça e prestigiá-lo na luta em defesa de algo que nem ele conseguiu
mostrar a sua inocência.
É
bem possível que esses mesmos defensores de condenado pela Justiça também se
solidarizem com essa monstruosa montanha de obras inacabadas, como prova
inconteste de desperdício de recursos públicos, porque elas não foram
produzidas pelo atual governo, em apenas seis meses, quando não seria possível
a construção de tantos esqueletos enferrujados, que denotam a sua existência de
longa data.
Convém
que o descaso e a desídia com o dinheiro dos contribuintes, indiscutivelmente
jogado nos ralos da incompetência e da ineficiência administrativas, diante da
evidência da falta de planejamento, controle e fiscalização governamentais, ante
a necessidade legal da certificação da regularidade e da efetividade sobre a aplicação
de recursos públicos, precisam de urgente solução e saneamento, como forma de
prestação de contas dos gestores públicos à sociedade, de modo que as obras
inacabadas sejam imediatamente investigadas, com a devida abrangência e
profundidade, por meio da identificação dos envolvidos e da apuração das causas
e dos prejuízos causados ao erário, com vistas à responsabilização e ao ressarcimento
dos valores jogados no lixo, como forma não somente de reparação dos danos
pertinentes, mas, em especial, de se evitar a reincidência de lastimáveis casos
semelhantes a esses.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 1º de julho de 2019
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