quarta-feira, 31 de julho de 2019

A perda do maior músico


  • O ilustre e talentoso Waldery Gomes de Alencar postou sua foto no Facebook “Os Filhos de Candinha”, com o título “TOCANDO NA BANDA DE MÚSICA JESUS, MARIA E JOSÉ, DE UIRAÚNA”.
    Com base nessa foto, veio à minha lembrança um importante fato acontecido justamente comigo, em tempos remotos, porém saudosos, tendo pensado cá comigo que Uiraúna, a Paraíba e o Brasil perderam o maior músico do mundo: eu, não fosse a obra do destino, muito bem planejada e executada por Deus.
    Vejam-se que eu, imaginem, na ânsia de ser músico, me preparei, com o extremo de dedicação, que só Deus sabe, com, nada mais nada menos, o inesquecível mestre dos mestre, na arte musical, e exponencial maestro Ariosvaldo Fernandes, que foi fenomenal na arte de me ensinar, tanto que conseguiu, sim conseguiu, incutir na minha mente, sem que eu tivesse a menor vocação para a música, aquele amontoado de notas musicais e variadas informações pertinentes, e chegar a me preparar até o estágio, vamos dizer assim, um pouco adiantado, com capacidade mínima para o meu ingresso na banda musical mais encantadora de Uiraúna (só existia ela), a famosa banda Jesus, Maria e José.
    Porém, meus planos foram interrompidos, trágica e subitamente, por força da inadiável decisão de vir para Brasília, isso depois do Carnaval de 1966, sendo que eu era apenas um garoto, com apenas 17 anos.
    Agora vem a parte triste, porque fui obrigado a vender o meu instrumento de profissão: o pistom, meu querido e inseparável companheiro, para custear as despesas da viagem, pois ele era meu único recurso.
    Segundo meu querido e saudoso irmão Cláudio, eu já tinha até a farda da banda, tendo ele me garantido que a viu na mala de mamãe Dalila. mas eu confesso que não tenho lembrança dessa extraordinária proeza.
    O certo é que, infelizmente, meus planos de ser notável músico foram para o espaço sideral, porque, aqui em Brasília, eu nunca tive oportunidade para retomar o contato com a música.
    Com isso, inevitavelmente, Uiraúna, a Paraíba, o Brasil e o mundo ficaram aliviados com a certeza de que a prestigiada banda Jesus, Maria e José iria continuar a sua trajetória gloriosa, justamente por saber que, em definitivo, não iria mais se preocupar em ter a obrigada de manter no seu seio um músico não mais do que um tremendo figurante, que somente iria atrapalhar aqueles que realmente tinham talento, vocação e mereciam, por mérito, participar dessa fantástica bando dos meus saudosos tempos de criança/adolescente.
    Agradeço aos deuses da música por terem dado, involuntariamente, essa enorme contribuição ao mundo musical, de eu não ter sido estorvo ao progresso da arte musical de Uiraúna.
    É evidente que o título da crônica não passa de ironia, uma brincadeira que quis fazer comigo mesmo, porque até hoje não acredito que eu tinha a mínima vocação para a música.
    Com meus eternos agradecimentos ao saudoso, generoso e competente maestro Ariosvaldo Fernandes e respeitos aos grandes músicos que foram e são orgulho da querida Uiraúna, pelo tanto de prestígio e reconhecimento conquistados fruto do seu talento devotado à arte da música.
    Brasília, em 31 de julho de 2019

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