domingo, 7 de julho de 2019

Cadê os princípios de cidadania?


O ex-presidente da República petista, recentemente, fez duras críticas ao presidente brasileiro, em entrevista à emissora TVT, tendo dito, entre muitas divagações, que o resultado da sua ausência, nas duas últimas eleições, "o país pariu essa coisa chamada Bolsonaro".
Em gesto insensato, desumano e desrespeitoso, o petista também questionou o ataque de faca que vitimou o então candidato à Presidência da República, em que pese este ter passado por três cirurgias, após o episódio, todas internações noticiadas e mostradas pela imprensa, inclusive televisada.
O petista disse que "Eu, sinceramente... aquela facada tem uma coisa muito estranha, uma facada que não aparece sangue, que o homem é protegido pelos seguranças do Bolsonaro".
Respondendo sobre os eleitores que se sentiram traídos pelo PT, o ex-presidente disse que havia outros candidatos para as pessoas exercerem "vingança" e que "Alguém que se sentiu traído pelo PT não poderia ter votado no Bolsonaro. Se o homem se sentiu traído, poderia ter votado em coisa melhor. O Boulos foi candidato. O Ciro, embora não mereça porque é muito grosseiro, foi candidato".
O petista disse, parafraseando um escritor moçambicano, que a sociedade, com medo, se aproximou do "monstro para pegar proteção" e elegeu o que classificou como "o pior dos coronéis", tendo mencionado que o presidente tem filhos no Senado, na Câmara de Deputados e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, não fazendo nenhuma menção, a propósito,  aos próprios filhos, que são célebres nos negócios, conhecidos como fenômenos no desempenho empresarial.
O ex-presidente criticou a gestão do presidente do país, dizendo que "Ele conseguiu se vender para a sociedade enraivecida como antissistema. E a tendência é não dar certo", deixando evidentes seus desprezo e desrespeito à sociedade que não o apoio.
O petista disse que deseja voltar à Presidência da República, porque tenciona "rever e refazer coisas que eu não tinha consciência de que era preciso fazer" e defendeu mais concorrência entre os meios de comunicação, porque "Esse país não pode ter os meios dominados por nove famílias. É preciso regular. A última regulação é de 1962, quando não se tinha nem telefone celular.”.
Sobre as mensagens vazadas envolvendo membros da Operação Lava-Jato, o ex-presidente disse que elas trouxeram "a verdade à sociedade brasileira", mas que não arriscaria dizer que consequências terão as revelações.
Ele disse que "Estou ficando feliz com o fato de que o país finalmente vai conhecer a verdade", tendo ressaltado que sempre disse que "Moro é mentiroso" e estava "condenado a condená-lo" porque "a mentira tinha ido muito longe".
O ex-presidente disse que o procurador-chefe da força-tarefa da Lava-Jato deveria ter sido preso quando disse que não tinha provas, mas tinha convicção, tendo que "Ele deveria ter sido preso ali.".
Na verdade, a referida frase foi proferida pelo procurador de forma diferente do que foi divulgada na internet e nas redes sociais, não coincidindo com o que foi dito pelo petista.
Em outro trecho, o ex-presidente disse, verbis: "Pode pegar a turma da força-tarefa, o Moro, enfiar num liquidificador, e quando for tomar o suco, não dá a honestidade do Lula".
O político disse que as apurações contra a corrupção devem continuar, para a condenação de políticos e empresários corruptos, que precisam ser presos com base em mecanismos e leis que, segundo ele, foram criados pelo PT, ou seja, no seu entender, o partido que protagonizou o pior vexame moral da República é aquele que aprovou a legislação contra a corrupção, em demonstração da inversão da realidade, quando ele, sendo o principal líder da agremiação, se encontra preso, justamente pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente insistiu em dizer que não sujaria a mão por um apartamento que ele poderia comprar, se referindo ao caso do tríplex de Guarujá (SP), que o colocou na prisão, sob a acusação do recebimento de propina.
Sobre sua situação de preso, o petista disse não se considerar "ferrado", mas sim "acabrunhado", porque gostaria de estar em liberdade, para "Ver o meu Corinthians jogar, ver a minha família (...)".
Por último, o ex-presidente disse que está “consciente de que existem milhões de brasileiros em pior situação que a dele, que está preso. Vi (pela televisão) pessoas invadindo caminhão de lixo para catar comida para comer. E nós tínhamos acabado com a fome". Com informações do UOL e Folha de S.Paulo.
Causa enorme perplexidade político preso ter tamanha liberdade para expor seu pensamento sobre e a vida de todos, por meio do qual agride, de forma insensata e desrespeitosa, autoridades da República, como presidente e ministro, como se ele estivesse em plenas condições morais e com autonomia para se achar o dono da verdade, ao se colocar acima da lei e de tudo, inclusive se considerando com capacidade moral para voltar a governar os brasileiros.
A verdade é que, na última eleição presidencial, a expressiva maioria dos eleitores demonstrou que os estragos deixados pelos governos de seu partido desaconselhavam o retorno dele ao poder, ou seja, não é mais do interessa da maioria dos brasileiros que o Brasil seja governado por quem já causou enorme estrago ao patrimônio da nação, que precisa passar por radicais mudanças, em termos, principalmente, de moralidade e reformulação das estruturas e conjunturas do Estado, medidas estas que foram antagônicas nos últimos governos, à vista da precariedade da gestão pública, principalmente da prestação dos serviços essenciais à população e ao desenvolvimento.
Em razão da ampla cobertura do horroroso escândalo do petrolão e também da prisão dele, de triste e lamentável memória para o Brasil, o petista fala em regular os meios de comunicação, quando retornar ao poder,  justamente porque tenciona, sem esconder de ninguém, implantar a lei da mordaça, algo semelhante ao que aconteceu recentemente na Venezuela, que simplesmente estatizou as empresas de comunicação naquele país, para que elas somente transmitam programas de interesse do governo e omitam ao povo a transparência e a verdade sobre os fatos da vida político-governamental.
Assim como o petista considera, embora não seja verdade, que acabou com a fome dos brasileiros, ele precisa saber que essa calamidade assinalada por ele é caldo grosso das políticas econômicas recessivas adotadas pelo último governo do partido dele, que arrastou os trabalhadores para o monstruoso desemprego de mais de doze milhões, que remanesce diante da crise econômica advinda de longa data, prejudicando a retomada do crescimento econômico, da produção e do emprego.
A bem da verdade, o ex-presidente não pode dizer que tinha acabado a fome dos brasileiros, porque o máximo que ele pode ter feito teria sido minimizá-la, porque mesmo com o programa Bolso Família, que se trata de benefício de suma importância social, a fome continuou existindo no país, haja vista que nem todos são beneficiários dele, ou seja, o ex-presidente precisa ser menos arrogante e deixar de achar que somente o governo dele e ele próprio foram capazes de ser melhores do que os demais governantes.
Nessa entrevista, o petista se excede na insensibilidade, na insensatez, na falta de humildade, no desrespeito ao próximo, entre outros menosprezos aos sentimentos das pessoas, quando isso fica assente e perceptível nas suas palavras, que são duras e acidas, demonstrando todo o sentido de vingança, no caso da regulação da mídia, que será simplesmente para calar a imprensa, deixando-a impossibilitada de dizer a verdade para a sociedade sobre tudo que condigam com a legalidade, honestidade, moralidade, verdade e transparência.
 Na entrevista em referência, o homem público teve importante e especial oportunidade para mostrar algo inerente à humildade, à cidadania e à civilidade, mas, ao contrário, preferiu expor seu costumeiro lado mordaz, contundente e agressivo de sempre, atacando sem o menor escrúpulo a pessoa do presidente da República, cargo que ele ocupou e até poderia, justamente por isso, respeitar a dignidade que ele merece, quando o atacou com adjetivações depreciativas absolutamente inapropriadas, evidenciando rancor que lhe é peculiar, com visível sentido de menosprezo e vilipêndio que não lhe aproveita em nada, a não ser externar seu puro sentimento de menoscabo ao seu semelhante, como se isso tivesse algum valor como sentimentos humanos.
Para o cidadão que ocupou a principal cadeira de país com as grandezas econômica, cultura e social como as do Brasil, não faz o menor sentido alguém, com tamanha relevância e ainda estando preso pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sob a acusação de enriquecimento ilícito, se dizer apenas que se encontra "acabrunhado", porque isso não passa de puro eufemismo da parte de quem precisa compreender que o fato em si, de condição de preso, representa a pior qualificação da condição onde o ser humano possa se situar, em termos de moralidade perante a nação, com o que o melhor senso próprio de cidadania levaria ao único entendimento de que ele se sentiria humildado, arrasado, depauperado como homem público, diante de situação que destoa da dignidade e dos bons princípios, quanto mais em tratando de quem ainda pretende comandar os brasileiros.
Ficou claro que o condenado está acabrunhado por não puder "Ver o meu Corinthians jogar, ver a minha família (...)", mas jamais porque isso foge do padrão de verdadeiro político, de seriedade de homem público, de se envergonhar por estar preso, mesmo que se considere inocente, embora a realidade mostrada pelos fatos é outra bem diferente, o qual tem o dever e precisa observar fielmente os princípios e as condutas de moralidade e dignidade na vida pública, sempre acima dos demais cidadãos mortais.
Não faz o menor sentido alguém condenado pela Justiça, pela prática de horrendos crimes contra os princípios de integridade moral, se posicionar, em demonstração de afronta e insensatez, acima exatamente dos servidores públicos que apenas cumpriram a missão de trabalhar no processo que culminou com a sua condenação à prisão.
Não passa de tentativa rude de comparação, quando o político diz que "Pode pegar a turma da força-tarefa, o Moro, enfiar num liquidificador, e quando for tomar o suco, não dá a honestidade do Lula.", porque ele dá a entender que, mesmo estando preso, por condenação pela Justiça, mesmo assim ainda está acima, em termos de moralidade, de pessoas contra a qual nem processo existe contra elas, o que bem demonstra o sentimento de raciocínio ilógico e insensato, por não haver nisso qualquer possibilidade de parâmetro para fins de avaliação sobre moralidade entre julgadores e condenado, mesmo porque ele não conseguiu provar a sua inocência perante aqueles contra os quais ele se julga mais honesto, ou seja, tudo isso não passa de desesperada falácia.
A impressão cristalina que fica, diante das declarações do ex-presidente, é que ele entende que está em outro planeta, se achando o dono da verdade e que ainda tem o poder de criticar à vontade, sem o dever de respeitar o sentimento de ninguém, principalmente dos que forem seus opositores, como se ele estivesse acima do bem e do mal, embora ele esteja nas piores condições  próprias de ser humano, passando por liberdades restritas em cúbico de xadrez, demonstrando apenas a autoridade que foi tragada pelos próprios atos inadequados à dignidade que estão sendo materializados por meio das investigações e sentenças judiciais como sendo inadequados para autêntico homem público, que precisa se conscientizar, sobretudo, sobre as qualidades, as obrigações e os deveres inerentes ao desempenho ético, moral e digno na vida pública, em respeito aos representados.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 7 de julho de 2019

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