sábado, 25 de setembro de 2021

A cartilha presidencial?

 

Depois dos acontecimentos do dia 7 de setembro, com tanta gente nas ruas fazendo apelo ao presidente do país, para que ele, pelo menos, desse a merecida lição que o povo esperava ao Supremo Tribunal Federal, muita gente ficou extremamente decepcionada, depois que ele simplesmente decidiu assinar a “Declaração à Nação”, em manifestação clara de que ele teria decidido agir, doravante, com estrita observância aos princípios da racionalidade e da civilidade, no sentido de ser fiel à cartilha própria do presidente da República.

Não há a menor dúvida de que esse presidente é a cara dele mesmo e não tem nada que se identifique com o povo, que compareceu maciçamente às ruas, para, depois, merecer especial “banana” dele, na maior cara lisa do mundo, ao deixar de prestar qualquer satisfação ao povo, depois de ter prometido fazer o que ele quisesse, mas terminou fazendo o que seria melhor para ele próprio, em satisfação com as suas metas políticas.

Quem não se lembra que o presidente do país dizia e repetia, dizia e repetia: "eu faço o que o povo quiser"?

O mandatário brasileiro falava tão sério, mas tão sério, que convenceu o povão, que resolveu dizer, de corpo presente, em Brasília e São Paulo, que ele simplesmente fechasse, ao menos, o Supremo e, de quebra, para não perdesse a viagem, também o Congresso Nacional.

É evidente que o presidente ouviu o clamor das ruas e entendeu muito bem o que o povo queria, porque o recado não poderia ter sido mais claro.

Ainda no calor da multidão, o presidente prometeu reunir o Conselho da República, que o aconselharia a adotar as medidas pedidas pelo povo.

Não obstante, havia o imponderável no depois dos palanques, com o recado seguro para que ele desse meia-volta-volver, contasse até dez e criasse juízo.

O presidente do país imediatamente esqueceu a promessa de que ele faria o que o povo quisesse e resolveu aceitar o ajuizado conselho em harmonia com a preservação do cargo, porque era muito mais saudável para ele do que ser submetido ao processo de impeachment e ainda correr o risco de viajar do Palácio da Alvorada para a Papuda, com o direito de apenas ver o sol nascer quadrado e comer a “deliciosa” marmita servida por lá.

Ou seja, o ilustre presidente passou o cano, como se diz no popular, no povo e, o pior, não teve a menor consideração para justificar para a nação o real motivo da sua surpreendente decisão e absolutamente contrária ao seu jeitão de "prende e arrebenta", passando a ser o mandatário mais diplomata do planeta, partir da assinatura da "Declaração à Nação".

O que ele decidiu foi extremamente correto, porque ele parou de raciocinar pelo umbigo e dá sinal que começa a agir com o que de melhor fazem os verdadeiros estadistas, com racionalidade e ponderação.

A verdade é que cada qual que faça as suas ilações e conclusões sobre esse mais do que polêmico imbróglio republicano, em que o presidente da República imbica em nova fase de governo, parecendo agora mais experimentado, na esperança de que ele realmente tenha encontrado, enfim, o melhor das suas competência, sensibilidade, compreensão e racionalidade.

Brasília, em 15 de fevereiro de 2021

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