Depois dos acontecimentos do dia 7 de setembro, com tanta gente
nas ruas fazendo apelo ao presidente do país, para que ele, pelo menos, desse a
merecida lição que o povo esperava ao Supremo Tribunal Federal, muita gente
ficou extremamente decepcionada, depois que ele simplesmente decidiu assinar a “Declaração
à Nação”, em manifestação clara de que ele teria decidido agir, doravante, com estrita
observância aos princípios da racionalidade e da civilidade, no sentido de ser
fiel à cartilha própria do presidente da República.
Não há a menor dúvida de que esse presidente é a cara dele mesmo e
não tem nada que se identifique com o povo, que compareceu maciçamente às ruas,
para, depois, merecer especial “banana” dele, na maior cara lisa do mundo, ao deixar
de prestar qualquer satisfação ao povo, depois de ter prometido fazer o que ele
quisesse, mas terminou fazendo o que seria melhor para ele próprio, em satisfação
com as suas metas políticas.
Quem não se lembra que o presidente do país dizia e repetia, dizia
e repetia: "eu faço o que o povo quiser"?
O mandatário brasileiro falava tão sério, mas tão sério, que
convenceu o povão, que resolveu dizer, de corpo presente, em Brasília e São
Paulo, que ele simplesmente fechasse, ao menos, o Supremo e, de quebra, para
não perdesse a viagem, também o Congresso Nacional.
É evidente que o presidente ouviu o clamor das ruas e entendeu
muito bem o que o povo queria, porque o recado não poderia ter sido mais claro.
Ainda no calor da multidão, o presidente prometeu reunir o
Conselho da República, que o aconselharia a adotar as medidas pedidas pelo
povo.
Não obstante, havia o imponderável no depois dos palanques, com o
recado seguro para que ele desse meia-volta-volver, contasse até dez e criasse
juízo.
O presidente do país imediatamente esqueceu a promessa de que ele faria
o que o povo quisesse e resolveu aceitar o ajuizado conselho em harmonia com a
preservação do cargo, porque era muito mais saudável para ele do que ser
submetido ao processo de impeachment e ainda correr o risco de viajar do Palácio
da Alvorada para a Papuda, com o direito de apenas ver o sol nascer quadrado e
comer a “deliciosa” marmita servida por lá.
Ou seja, o ilustre presidente passou o cano, como se diz no
popular, no povo e, o pior, não teve a menor consideração para justificar para
a nação o real motivo da sua surpreendente decisão e absolutamente contrária ao
seu jeitão de "prende e arrebenta", passando a ser o mandatário mais
diplomata do planeta, partir da assinatura da "Declaração à Nação".
O que ele decidiu foi extremamente correto, porque ele parou de
raciocinar pelo umbigo e dá sinal que começa a agir com o que de melhor fazem
os verdadeiros estadistas, com racionalidade e ponderação.
A verdade é que cada qual que faça as suas ilações e conclusões sobre
esse mais do que polêmico imbróglio republicano, em que o presidente da
República imbica em nova fase de governo, parecendo agora mais experimentado, na
esperança de que ele realmente tenha encontrado, enfim, o melhor das suas competência,
sensibilidade, compreensão e racionalidade.
Brasília, em 15 de fevereiro de 2021
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