Uma notícia estampada na mídia de hoje dá conta de que, no último domingo, a Polícia Federal prendeu um apoiador do presidente da República, conhecido como “professor Marcinho”.
Na
reportagem, consta que o bolsonarista, em transmissão ao vivo, fez seríssimas ameaças
contra a vida de ministro do Supremo Tribunal Federal.
No
vídeo, o bolsonarista diz que dará “prêmio pela cabeça de Moraes – vivo ou
morto. A partir de hoje temos um grupamento que nós vamos caçar ministro
(do Supremo) em qualquer lugar que eles estejam. Portugal, Espanha,
China, onde eles estiverem. Tem brasileiro já vendo já”.
O
mencionado cidadão disse ainda, no vídeo que circula nas redes sociais, que “Não
vou falar agora quem é, pode me torturar, mas tem um empresário grande que tá
oferecendo, tem até uma grana federal que vai sair o valor pela cabeça do
Alexandre de Moraes, vivo ou morto, pra quem trazer ele. Agora no Brasil, os
ministros do STF vai (sic) ser assim, vai ter prêmio pela cabeça deles”.
Como
se sabe, o citado ministro também é alvo da perseguição de outros apoiadores e
do próprio presidente do país, que chegou a pediu o impeachment dele, mas não
obteve sucesso, porque o presidente do Senado Federal o negou.
Sem
a menor dúvida, há enorme expectativa de que o mencionado ministro seja um dos
principais alvos durante as manifestações de 7 de setembro, além do presidente
do Tribunal Superior Eleitoral, que foram marcados pela ira da turba, que se encontra
entorpecida pela seiva do veneno expelido pelos ares do Palácio do Planalto,
que tem procurado espargir os piores sentimentos de antipatia contra os
aludidos magistrados.
Esse
caso é apenas um dos muitos exemplos pelos quais o presidente e seus apoiadores
defendem como passíveis de normalidade no contexto das liberdades de expressão,
em que o cidadão ameaça a captura de ministro, inclusive morto, o que significa
a mais extremosa forma de violência verbal, mas tamanha barbaridade, para essas
pessoas, se processa apenas no âmbito do sentimento da liberdade que que eles
acham que está ameaçada de ser perdida por ação do magistrado, que é censurado
por apenas aplicar a legislação vigente no país que se consagrou pela banalização
da impunidade.
As
hordas de brasileiros que se consideram patriotas estão às ruas bradando em
especial sob a defesa das liberdades, tendo por pano de fundo, por certo,
professar livremente a incitação à desordem pública, a violência e até a morte
de ministro, em nome de princípio consagrado exatamente para a defesa dos direitos
humanos, pela preservação da vida e pela grandeza do ser humano, que precisa
sim de muita liberdade para se exprimir, mas em defesa da vida e dos fundamentais
direitos humanos.
Há
quem, em apelo desesperado, implora para se lutarem contra a perda de
liberdade, comparando a atual crise brasileira com extremosa situação de guerra,
o que já não faz o menor sentido as pessoas se sintonizaram em estado de
visível desespero meramente apelativo.
Isso
é pura loucura, posto que as decisões proferidas pelo ministro atingem apenas
as pessoas que esculhambaram a instituição Supremo e seus ministros,
extrapolando o princípio constitucional da liberdade de expressão e isso tem
previsão legal para decidir em forma de sanção aos infratores, que realmente
não podem ficar impunes.
Vejam-se
que o presidente do país, entre tantos outros atos falhos, chamou, com base na
liberdade de expressão, um ministro do Supremo de filho da p... e isso é
péssimo exemplo para a sociedade, à vista da falta do decoro, além de haver
incitação à desordem contra autoridade da República.
Enfim,
é preciso ter-se à compreensão de que a liberdade de expressão seja o lídimo direito
de se falar o que bem quiser, sem agredir a honra e a dignidade das pessoas e
instituições públicas, com o pleno usufruto dos direitos humanos, sabendo que a
extrapolação desse salutar princípio implica na assunção dos atos sancionatórios
pertinentes, que certamente não é o caso da quase totalidade dos brasileiros,
que procura se expressar de maneira respeitosa e em cumprimento às melhores normas
de condutas inerentes à cidadania e à civilidade.
Não
obstante, muitas pessoas entraram na insensata onda do presidente do país e o
resultado é essa incontrolável loucura protagonizada por muitos brasileiros,
como se as liberdades estivessem ameaçadas e fossem acabar a qualquer momento.
Isso
é extremamente deplorável, porque não existe base para nada do que está
ocorrendo, senão casos isolados e de reais violência contra a honra e os
direitos humanos, cujos procedimentos precisam ser avaliados bem antes da formação
dessa pletora cede de insaciável realização de justiça com as próprias mãos, a
exemplo da forte ameaça em referência, que não se compadece nem com os
princípios da liberdade de expressão e muito menos com os saudáveis sentimentos
humanitários, mas sim com a clara degeneração do ser humano, que prefere se animalizar,
em deseja de vingança, ódio e violência.
Urge
que os brasileiros se conscientizem no sentido de que é preciso haver avaliação
justa sobre os fatos verdadeiros, compreendendo o seu completo contexto, para
que não possa haver precipitação para a tentativa da consecução de causa absolutamente
inexistente, como ocorre no presente momento, o que demonstra verdadeira perda
de tempo, que poderia ser empregado em benefício da população.
O verdadeiro Dia da Independência do Brasil, por ser festa cívica e patriótica, deveria ser comemorada com a força do sentimento do seu simbolismo, na maneira autêntica do que isso realmente representa para seu povo e jamais com a impregnação de ideias absolutamente desfocadas da realidade histórica, fato que bem demonstra clara violação dos princípios de patriotismo dos brasileiros, que deveriam, ao contrário, ser apenas motivo de orgulho e de brasilidade.
Brasília, em 7 de setembro de 2021
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