Vem circulando, nas redes sociais, vídeo com mensagem protagonizada por dois irmãos ligados ao presidente da República, tendo como apelo a mobilização contra a pseuda falta de liberdade.
O texto da mensagem é muito
claro e extremamente assombrador, dando a ideia de que os brasileiros se encontram
na iminência da beira do abismo, próximo da perda da sua liberdade, caso não
participem do movimento comparável à salvação nacional.
Eis a “célebre” mensagem, in
verbis: “Até onde vai a sua liberdade? Vai até onde você lutar por ela.
Não espere acabar. Lute antes disso. Não espere você ter que se agarrar na
fuselagem de um avião, para lutar por sua liberdade. Não espere ter que atravessar
a fronteira do Brasil, a pé, e sua família se perder no caminho ou mendigar um
prato de comida. Depois que você tiver saído, é muito difícil, quase
impossível. O momento de lutar é agora e junto (...).”.
Ressalte-se que um dos
protagonistas dessa mensagem surrealista foi ex-ministro que espinafrou os
ministros do Supremo Tribunal Federal, tendo proposto a prisão deles, mas
terminou deixando o governo e fugiu do Brasil, pelas portas do fundo, indo para
os Estados Unidos da América, onde se encontra.
Como se vê, o apelo
dramático que se procura expor nessa tresloucada e irresponsável mensagem é
como se os brasileiros, todos, estivessem por um fio de perder a liberdade,
sendo trucidados por repressão e impedidos do exercício dos direitos de
individualidade, sendo necessário que todos sejam obrigados a lutar, desesperadamente,
para se evitar que todos precisem se agarrar na fuselagem de avião, mesmo
diante da existência de tantas aeronaves para a imediata da acomodação de mais
de 200 milhões de pessoas, que seriam obrigadas, todas, ou ainda sob a condição
de que, todas, indistintamente, seriam obrigadas a atravessar a fronteira
brasileira, deixando o Brasil sem ninguém, porque, no dizer da mensagem, as
famílias vão se perder no caminho, podendo ainda acontecer enorme desgraça da
mendigagem do prato de comida.
Ou seja, a dramaticidade da
mensagem é absolutamente admirável, o que mostra que a intelectualidade brasileira
consegue se ridicularizar ao máximo, por força do sentimento à ideologia, não
tendo o menor pudor nem critério de racionalidade para a defesa de suas ideias
absurdas e malucas, como nesse caso, em que as duas pessoas se apresentam para o protagonismo de lamentável apelo sobre fatos absolutamente inexistentes.
É muito mais deprimente e
deplorável ainda se perceber que ainda há quem dá crédito a algo sem a menor
plausibilidade, notadamente porque a liberdade dos brasileiros nunca esteve tão
escancarada, na atualidade, salvo se alguém esteja cerceado de exercê-la, sem o
conhecimento da sociedade, que é alvo direto do seu salutar usufruto.
Ou seja, como é que duas
pessoas se submetem ao ridículo de fazerem vídeo somente para difundirem
terrorismo no seio da sociedade, sob pretextos mais deprimentes que se pode
imaginar, em especial porque não há absolutamente nada para justificar tamanhas
aberração e palhaçada, senão para amedrontar ainda mais alguns imbecis
fanáticos que aderiram a essa onda de se enxergar fantasmas em cada canto do
país, ou mais precisamente em Brasília, possivelmente na Praça dos Três Poderes.
Esses intelectuais de
mentes atrofiadas e os brasileiros insensíveis e fanatizados, certamente cegos
pela ideologia, precisam se despertar, com urgência, dessa terrível letargia,
para o sentir da exata e precisa liberdade, que pulula livremente, permitindo
que as pessoas se expressem à vontade e exerçam abundantemente seus direitos de
cidadania, evidentemente procurando respeitar, em reciprocidade, os direitos do
seu próximo, na forma soberanamente prevista nas leis do Brasil.
Na verdade, a precisa
defesa da liberdade, para a maioria dos brasileiros, diz muito mais pelo
direito em ter comida no seu prato, sem essa tragicômica ideia de precisar se lutar
por liberdade, porque ela já existe em abundância, mas não para aqueles que
agridem fortemente os direitos humanos, com atitudes que ferem a dignidade das
pessoas, cujos atos são considerados ofensivos e graves, como não poderia ser
diferente em país sério e civilizado, tanto à cidadania como à legislação,
sendo que existe precisamente para a proteção não só das autoridades, mas de
forma isonômica para os brasileiros, que tiverem a sua honra agredida indevidamente,
em especial por decorrência de ideologia doentia e prejudicial à sociedade.
Não há a menor dúvida de
que compete ao homem lutar, com todas as forças, para a defesa da sua liberdade,
porque a vida somente faz sentido ao ser humano se houver o livre pensamento e
a amplidão das suas individualidades, à vista do tanto que já foi conquistado
em termos do desenvolvimento da humanidade, que tem pago preço altíssimo para
se viver plenamente livre, tudo no melhor das liberdades.
Agora, não se justifica fantasioso
apelo para se lutar por causa absolutamente inexistente, como o que acontece neste
exato momento, em que meia dúzia de brasileiros insensatos e irresponsáveis acham
que tem direito de agredirem quem bem entendem e ainda se passarem de vítima do
sistema, diante de justas e merecidas sanções, que são aplicadas no estrito
rigor da lei, em respeito à necessidade justamente da preservação dos princípios
que garantem a integridade das liberdades dos cidadãos, no sentido de que todos
são iguais perante a lei, em direitos e obrigações, segundo reza a mãe jurídica
das leis, no caso, a Constituição Federal.
Então, se na verdade nada
existe em contrariedade à liberdade, por que razão pessoas insensatas ficam atacando
algo inexistente, sem a mínima consistência ou justificativa para tanto, contra
as decisões do Supremo, que foram adotadas em consequência de agressões e
grosserias criminosas com insultos à honra de ministros, quando tudo se harmoniza
com o previsto em lei, como forma justamente da preservação do direito de liberdade,
que condiz com o respeito mútuo à dignidade humana?
Não é bom para a segurança
jurídica, diante da defesa por autoridades de República que ficam condenando as
decisões destinadas a se evitar a generalização e a banalização de agressões e
abusos contra autoridades públicas, porque elas têm o dever de agir em
contrário, no sentido de condenar a incitação às práticas de crimes, porque
ofensivas à imagem de autoridades públicas, por meio de calúnia, difamação e
danos morais, que são especificados em leis penais, por haver nisso ofensa à
dignidade e à honra, em função não somente dos cargos por elas ocupados, mas também
sob o aspecto do sentimento humano, que é princípio que exige respeito, em reciprocidade.
Agora, não faz o menor
sentido que os desaforados apoiadores do presidente, que extrapolam seus
direitos de cidadania e ignoram a obrigação de respeitar os direitos dos
outros, como se eles estivessem acima da lei, possam se considerar inocentes e
vítimas, em forma de perseguição.
Não se conhece, até o momento,
um caso sequer que tenha sido tratado fora da curva, onde não tenha havido
qualquer violação da lei, em termos de agressividade difamatória da honra, e
mesmo assim a pessoa tenha ficado impedida da liberdade, em todas as suas
formas legais, fato este que simplesmente não faz sentido a incitação à luta
sem causa.
Fala-se tanto em falta de
liberdade que o assunto já se transformou em verdadeira paranoia e o pior é que
esse assombro vem sendo disseminado exatamente por pessoas que se imaginam
inteligentes e racionais, embora elas têm o dever de compreender perfeitamente os verdadeiros sentido e importância do conjunto das liberdades, que têm
serventia somente para a construção do bem.
Pois bem, não se tem conhecimento,
como dito acima, de que alguma pessoa normal tenha perdido o direito à
liberdade, no caso que esteja cumprindo religiosamente as suas obrigações
cívicas, respeitando as regras básicas de cidadania e que prime pelo rito
saudável do respeito aos princípios da dignidade
do ser humano, inclusive com relação, em especial, à liberdade de expressão.
Diante disso, causa espanto
o apelo por alguma forma de luta, cujo sentido dela precisa ser melhor explicado
por quem de direito para a sociedade, diante do fato de que, mesmo que toda
população fosse para as ruas, de uma vez só, o presidente da República não tem competência
constitucional para fazer absolutamente nada, no sentido de destituir dos
cargos os ministros do Supremo, salvo sob o emprego de golpe que a sociedade
abomina e desaprova, à vista do evidente ferimento às regras constitucionais.
É sabido que liberdade de
expressão existe precisamente para facilitar o exercício inerente à elevação da
cidadania e da civilidade, em ambiente onde as pessoas precisam conhecer os
limites do término de seus direitos, que é exatamente quando, a partir de então,
começa os direitos dos outros, não podendo haver extrapolação do sinal imaginário
do término e do começo do direito das pessoas, o que vale dizer com essa simples
regra que o princípio de que trata a liberdade de expressão não pode servir
para respaldar os atrevimentos propalados contra ninguém, muito menos às
autoridades que têm a incumbência de zelar pela aplicação das leis do país.
Diante do exposto, não se
pode concordar com movimentos de incitação à desconstrução do poder de
autoridades da República que tentam agir contra violadores dos princípios que
existem exatamente para a proteção do direito da expressão livre e em sintonia
com os bons costumes e as salutares condutas inerentes ao respeito aos direitos
individuais, na melhor forma de evolução que se pretende para a humanidade, que
precisa viver sob a égide da harmonia e da tolerância.
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