quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Desprezo aos princípios?

           Por meio do Messenger, que é coluna de caráter pessoal, recebi mais um vídeo, embora depois de alertado o emitente de que não gostaria de saber de mensagem enfatizando as qualidades do ex-presidente da República petista.

        Mais uma vez eu disse que não havia gostado desse episódio e, logo depois, providenciei, muito a contragosto, o seu bloqueio da minha página, sem antes lhe enviar a mensagem a seguir, deixando muito claro o meu entendimento sobre o tema em referência, por não ser do meu interesse conhecer, nas circunstâncias, nada que se refere àquele cidadão, quando são omitidos, de propósito e por conveniência política, os fatos nefastos cuja autoria é atribuída a ele.

             É pena que as pessoas somente enxerguem os elogios e as boas coisas acontecidas com seus ídolos e fiquem absolutamente cegas para os atos degradantes e indignos referentes à mesma pessoa, que foram muitos e lastimáveis, por envolver desvio de dinheiro público, a ponto de colocá-lo atrás das grades, justamente por ele ter sido completamente incapaz de mostrar a inocência dele. 

            É pena, além de ser muito triste, que aconteça isso, mas é compreensível, no âmbito da normalidade ideológica, na qual não se permite o reconhecimento senão das bondades, como se verifica nos vergonhosos e repudiáveis inúmeros escândalos de corrupção do governo dele, a exemplo dos recrimináveis mensalão e petrolão, todos ocorridos precisamente na gestão desse líder, que ainda, a despeito desses fatos nefastos, é venerado possivelmente por puro fanatismo ideológico, em que as pessoas deveriam se envergonhar, se entristecer, exatamente por se tratar da comprovada degeneração dos saudáveis princípios da dignidade, da honestidade e da moralidade, salvo se provado em contrário, que ainda não foi.

            Trata-se de acontecimentos absolutamente incompatíveis com as finalidades dignas de representantes do povo, na forma que se exige de conduta ilibada, exatamente sem registro de qualquer imaculabilidade, o que não é o caso desse político, que ainda merece, ao contrário, o endeusamento, justamente por parte de pessoas que demonstram completo desprezo aos princípios republicano e democrático e principalmente desamor ao Brasil.

            Extreme de dúvidas, o Brasil merece ser governada por pessoas imunes às suspeitas de práticas irregulares ou até mesmo de envolvimento com casos suspeitos de malversação de recursos públicos, que tem sido justamente muitos dos adjetivos atribuídos a esse cidadão.

            A despeito de tudo isso, infelizmente ainda tem pessoas que não se envergonham de adorá-lo e apoiá-lo como se ele fosse político digno, quando deveria, em atenção aos consagrados princípios da moralidade e da dignidade, exigir que ele se conscientize sobre as conveniências cívica e patriótica de limpar, previamente, a imagem do seu nome, para ter condições do merecimento de ser chamado de homem público de verdade, voltando a merecer o respeito e a admiração dos eleitores honrados. 

        A minha posição, ante o salutar princípio da moralidade, se harmoniza com o pensamento geral de que não tem espaço na administração pública para político que não se preocupa em limpar seu nome perante a Justiça brasileira, como no caso do seu ídolo, que foi denunciado ao Poder Judiciário, mas não demonstra esforço em provar a sua inculpabilidade quanto aos casos demandados.

        É evidente que, na qualidade de militante da política, ele deveria dar prioridade em mostrar a lisura de seus atos na vida pública, ante o entendimento segundo o qual os ocupantes de cargos públicos eletivos tenham conduta ilibada e atestada a sua lisura em todos os sentidos, não importando que as pessoas possam pensar diferentemente disso, porque essa é a única regra padronizada para atender aos interesse do Brasil.

        Diante de todo exposto, deflui que nada impede que as pessoas possam adorar e idolatrar seus ídolos, mesmo que eles não sejam o padrão da moralidade e da honestidade na vida pública, que é exigido do homem público, porque, nesse caso, o pensamento ideológico dos eleitores se amolda exatamente à mesma mentalidade de quem acha normal os casos questionados na Justiça, por suspeita da prática de atos irregulares e ainda não querer se conscientizar de que isso não condiz com os saudáveis princípios republicano e democrático, ou seja, pouco importa que atos sob a sua responsabilidade estejam pendentes de julgamento na Justiça, quanto à regularidade deles.

        Enfim, apenas é de se lamentar que muitos brasileiros também comunguem com esse pensamento ideológico, em prestar apoio a políticos que desprezam a pureza das condutas da ética e da moralidade na administração pública, porque elas ainda são as vigas mestras de sustentação da República e do regime democrático brasileiros.

             Brasília, em 27 de setembro de 2021


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