quarta-feira, 1 de setembro de 2021

À estabilidade socioeconômica?

 

Representantes do agronegócio publicaram mensagem em defesa da democracia no Brasil, tornando pública “a preocupação com os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social do país. Cumprimos o dever de nos juntar a muitas outras vozes responsáveis, em chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil".

A propósito, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) suspendeu a divulgação de manifesto onde faria críticas à crise institucional entre os poderes Executivo e Judiciário.

A manifestação das entidades do agronegócio diz que "a Constituição de 1988 definiu o Estado Democrático de Direito no âmbito do qual escolhemos viver e construir o Brasil com que sonhamos", citando mais de três décadas de liberdade e pluralismo, com alternância de poder em eleições legítimas e frequentes.

De acordo com a mensagem manifesto em apreço, as amplas cadeias produtivas e setores econômicos precisam ter o apoio da estabilidade, da segurança jurídica e da harmonia para poderem trabalhar com a presença da liberdade para empreender, gerar e compartilhar riquezas, de modo a possibilitar a contratação e a comercialização, tanto no Brasil como no exterior que são fatores essenciais ao fomento do desenvolvimento socioeconômico do pais.

As lideranças do agronegócio afirmaram que "é o estado democrático de direito que assegura a liberdade empreendedora essencial numa economia capitalista".

A mensagem do agronegócio faz importante alerta, no sentido de que, em se tratando de uma das maiores economias do mundo, como país que realmente tem influência em termos econômicos, diante do oferecimento de múltiplas negócios sob quaisquer aspectos do mercado econômico-financeiro, "o Brasil não pode se apresentar à comunidade das nações como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais".

As entidades do agronegócio alegam ainda que "o Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo e que isso está custando caro e levará tempo para reverter.”.

A aludida mensagem tem o peso, em forma de assinaturas, da ponderação da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), Associação Brasileira dos Industriais de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), CropLife Brasil, Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg).

À toda evidência, a mencionada mensagem constitui referencial de extrema importância para as autoridades dirigentes do país, em especial para os integrantes dos poderes da República, que constituem a classe dominante na administração pública do Brasil, que precisa ser alertada, com muito vigor, para as gravíssimas consequências das permanentes e insistentes ações tresloucadas e insensatas, consistentes nas irresponsáveis e criminosas agressões verbais mantidas sem as menores necessidade e plausibilidade,.

Na verdade, não existe absolutamente nada que possa servir de respaldo político-administrativo para gigantesca irracionalidade, que apenas conspira em evidente detrimento dos interesses maiores do Brasil e do seu povo, porque este sempre termina assumindo, de forma injusta, o nefasto resultado das tragédias protagonizadas por homens públicos despreparados, insensatos e incompetentes, que deveriam pensar e agir somente tendo em mira a defesa das causas nacionais, com embargo de interesses político-pessoais.

Se porventura existir qualquer fato que realmente possam contribuir para o travamento ou a dificuldade de relações institucionais entre os poderes da República, os princípios do bom senso, da sensatez e da racionalidade recomendam que eles sejam conduzidos em ambiente de alto nível, sob os auspícios das sadias regras de tolerância, diplomacia, inteligência, competência e responsabilidade, tudo para o bem do Brasil e exclusivamente em harmonia com as condutas próprias da normalidade que precisam imperar na gestão dos negócios públicos, sempre visando ao melhor caminho para a solução dos problemas nacionais.

Não resta a menor dúvida de que a inglória guerra travada, em especial interesse pelo chefe do Executivo, que tem sido o principal alimentador dessa terrível e injustificável disputa, somente haverá um perdedor nessa triste história, que é precisamente o interesse econômico do Brasil, com a consequente trágica distribuição de prejuízos para a população, que normalmente arca com os absurdos resultados das incompetência, ineficiência, insensatez e irresponsabilidade dos gestores públicos, que normalmente nunca assumem a culpa por seus erros, porque eles sempre se julgam que estão acima de tudo, inclusive da lei, que é absolutamente ignorada, em completa afronta aos princípios da constitucionalidade e do mercado econômico-financeiro.

É evidente que de nada adiantará alertas e mais alertas por parte das principais entidades que têm importante participação na formação da economia brasileira e são responsáveis pelo desenvolvimento econômico do país, porque sempre prevalece a irracionalidade da soberania estratificada no pensamento retrógrado das autoridades públicas, que metem na sua mentalidade minúscula e demente que o poder é a fonte de inspiração para a realização de seus objetivos, que sempre são conduzidos pelos piores caminhos, exatamente diante da dificuldade de se vislumbrar o despojamento de suas áureas de vaidade e onipotência, invariavelmente em detrimento dos interesses nacionais.

Nessa luta em defesa dos interesses do Brasil, também tem muita relevância a participação dos brasileiros, que precisam raciocinar de maneira ponderada e inteligente, com o máximo de abstração do sentimento da ideologia política, porque esta nem sempre condiz com a verdade que precisa prevalecer em sintonia com as causas nacionais, em especial no que se refere à estabilidade da economia, que muito depende do equilíbrio e da competência das autoridades da República.

Ante o exposto, apelam-se no sentido de que as autoridades da República se conscientizem sobre a premente necessidade da urgente avaliação de suas atitudes administrativas perante os desafios político-institucionais, à vista de que seus resultados podem ter reflexo direto na estabilidade socioeconômica do país, especialmente em termos de produção, mercado financeiro, emprego, entre outros importantes fatores que dizem respeito aos interesses nacionais, quanto ao tão almejado desenvolvimento social e econômico do Brasil.

          Brasília, em 1º de setembro de 2021

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