Em
nova convocação para os atos programados para 7 de Setembro, o presidente da
República disse que as manifestações para o feriado terão como pauta a "liberdade
de expressão e a defesa do voto impresso.”.
Durante
entrevista a uma rádio de Goiás, o presidente do país fez ainda novas críticas
a ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.
O
presidente brasileiro disse que "Essa (manifestação) agora, a
grande pauta vai ser a liberdade de expressão. Não pode uma pessoa do STF e uma
do TSE se arvorarem agora como as donas do mundo e que tudo decidem no tocante
a esse ponto, liberdade de expressão".
Como
foi mostrado por um jornal de grande circulação, as convocações dos apoiadores
do presidente do país, para os referidos atos, substituíram palavras de ordem
com mensagens anticonstitucionais e autoritárias por termos que tentam dá envernizada
com viés democrático às manifestações, mobilizadas a partir da retórica
golpista que tem o respaldo do mandatário, cujas consequências prejudiciais aos
interesses do Brasil devem ser atribuídas exclusivamente a ele, que, se tivesse
um pouco de sensibilidade político-administrativa jamais entraria nessa canoa
que certamente tem todos os ingredientes para afundar, em plena primavera, com
ele no leme e toda legião de apoiadores, igualmente insensatos, diante de situação
da maior gravidade, mas todos parecem entorpecidos, incapazes do iceberg que se
aproxima.
A
mudança de tom, ao que tudo indica, para tentar afastar o forte sentido de golpismo,
parece que denota medo por parte do presidente de vir a ser responsabilizado pelas
desgraças que podem advir com tanta gente junta, com a expectativa de mais de
dois milhões de pessoas, embora há quem fale em três milhões, não tendo, à toda
evidência, onde colocar e caber sequer dez mil pessoas, em espaço tão reduzido e
ainda mais com a certeza de implicações de segurança e saúde públicas, em caso
de o caldo entornar com a enorme conglomerações de pessoas.
Somente
cabeça oca, completamente vazia e sem o mínimo de sensatez e responsabilidade,
embarcaria em movimento dessa magnitude, que tem tudo perfeito para se causar
gigantescos transtornos e tragédia, conquanto alguém precisa ter bastantes dignidade
e honradez para assumir as consequências e a culpa por tudo de ruim que poderá
acontecer por força da estrondosa aglomeração de milhares de pessoas, em plena
pandemia, sob o gravíssimo risco de contaminações durante o ato, porque é
minimamente impossível se manter controle sobre muita gente junta em um só lugar
diminuto.
Não
há a menor dúvida de que os estabanados protestos marcados para o Dia da
Independência representam mais um degradante e irresponsável passo dado na
escalada da crise institucional instituída e cevada pelo insensato presidente
do país, que, de maneira absolutamente ingênua, busca dar demonstração de força
aos seus desafetos, não importando as gravíssimas consequências, em meio a
sinais que apontam para o risco de tentativa de ruptura institucional e isso é
caminho que não tem volta e pode ser simplesmente o começo do fim melancólico
do político com ideias extremamente estapafúrdias e decrépitas, a ponto de se
tentar reunir mais de dois milhões de pessoas onde não cabe nem dez mil.
As
ideias do presidente do país, nesse caso específico, são tão infantis que ele
fica remoendo fatos que não tem nada com o Executivo, na tentativa de justificar
o injustificável, quando ele ainda faz referência às prisões, por ordem do Supremo,
de um deputado e do presidente do PTB, que esculhambaram e desmoralizaram a
dignidade de autoridades da corte e foram presos com o devido enquadramento
legal, ante a infração à legislação penal, que prevê prisão nos casos
demandados por eles, que precisam assumir seus atos, depois dos estragos por
eles protagonizados.
Vejam
que o presidente do país chegou a declarar que "Não podemos admitir um
deputado federal preso, não interessa o que ele falou, bem como jornalista
preso e presidente de partido preso também. Não justifica isso daí", como
se eles não tivessem feito absolutamente nada, quando muitos juristas afirmaram
que existem sim motivos jurídicos suficientes para as prisões. Como que “não
interessa o que ele falou” e “Não justifica isso”, como se no
país não tivesse leis, as pessoas pudessem se posicionar acima das normas
jurídicas, sem nenhuma obrigatoriedade de respeito os direitos humanos e ainda
cont5aqr com o beneplácito logo da maior autoridade do país?
Pensamento
atrofiado como esse pode levar ao prejudicial retrocesso dos povos das cavernas,
diante da banalização do desrespeito às normas de civilidade que o próprio
homem se esforçou tanto para alcançá-la para o relacionamento social comparável
e compatível ao desenvolvimento da humanidade, que é considerado importante avanço
para as nações sérias, evoluídas e civilizadas, em termos político-democráticos.
Em
outro momento, o presidente do país reforçou o chamamento para as manifestações,
ao afirmar que a "nossa liberdade está sendo ameaçada novamente",
fato este que não é verdade, porque, a bem da honestidade, à luz dos fatos, as decisões
proferidas, em forma sanção àquelas duas pessoas, somente atingem as pessoas
que desrespeitaram a dignidade funcional de ministros do Supremo, em evidente extrapolação
dos limites de civilidade permitidos para todos os brasileiros, que não têm direito
algum de denegrir com palavras duras, duras e desrespeitosas, a imagem das
pessoas investidas em relevantes cargos da República.
Impende
se afirmar que nenhuma ação demandada pelo Supremo causou dano às pessoas senão
aquelas que ultrapassaram os limites da racionalidade e da cidadania, abusando,
de maneira proposital e deliberada, do emprego de palavras agressivas e degradantes
ao ser humano, o que é fato que todo cidadão digno e honrado precisa repudiar,
inclusive o presidente do país, porque ele é o primeiro cidadão que precisa dar
bons exemplos de civilidade, mas o faz exatamente em sentido contrário, quando
defende agressores e infratores da lei, com a impunidade, o que evidencia o seu
nível de insensibilidade e responsabilidade pública às questões de moralidade e
de respeito aos direitos humanos, que são princípios que precisam ser
valorizados pelas autoridades públicas.
O
presidente do país disse ainda que o "Dia 7 (de setembro) é uma
data marcante para todos nós. É a nossa independência que está completando 199
anos. Agora, a nossa liberdade está sendo ameaça novamente por parte de um ou
dois aqui de Brasília. Nós não podemos nos submeter a um ou dois. Isso não é
uma ditadura".
Nesse
ponto, é preciso ficar muito claro que não é verdade sobre a existência de
ameaça de natureza alguma, exclusivamente diante da realidade dos fato, posto
que não houve decisão alguma sem a devida contrapartida da agressão por parte
de transgressores, que demonstraram não ser anjinhos senão para os seus
defensores que gostariam de fazer igualzinho o que eles fizeram, tanto assim é
que os defendem, sem o menor pudor, de maneira absolutamente irracional, quando
é do seu dever institucional agir em contrário, para o bem e a dignidade do ser
humano, que precisa se relacionar estritamente em respeito às salutares regras
de civilidade.
A
bem da verdade, as decisões do Supremo tiveram por base as provocações de
apoiadores do presidente, que comete crime de responsabilidade em tomar partido
em demanda sem vinculação alguma com o Estado, ou seja, em nome da dignidade do
exercício de presidente do país o titular do cargo somente pode fazer defesa de
ato que tenha o envolvimento do interesse público e jamais brigar por causa de particulares,
que é o caso, mas a insensibilidade política permite que autoridade desse quilate
fique se expondo indevidamente ao ridículo, como é o caso da interferência em
assunto de esfera estranha ao Estado, em clara evidência de que ele apenas
perde tempo em se preocupar com matéria que não diz respeito às suas funções
presidenciais.
Desde
que o mundo é como se apresenta, uma das virtudes da autoridade pública é a de ser
fiel aos princípios da verdade e da honestidade, mesmo que, para isso, ela possa
ser prejudicada nos seus planos políticos, uma vez que o interesse público tem
prevalência sobre todas as causas e todos aqueles que militam como representantes
do povo devem ser eternamente escravos das mencionadas condutas, que são fundamentais
na vida pública.
Brasília, em 27 de agosto
de 2021
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