O fato é que, apesar de
a ONU não ter poder para obrigar a vacinação de chefes de Estado, a
administração da cidade de Nova York pretende exigir comprovante de vacinação
contra o novo coronavírus para liberar a entrada no plenário onde ocorrerá o
evento.
Por incrível que possa
parecer, o presidente brasileiro já afirmou que será o “último” brasileiro a se
vacinar, em clara demonstração de resistência às vacinas.
Em conversa com apoiadores,
em frente ao Palácio da Alvorada, nesta semana, o presidente da nação voltou a
repetir que não havia tomado imunizante contra a doença, em que pese o
alarmante e deprimente rastro de mais de 580 mil brasileiros mortos, por causa
da Covid-19.
Diante da exigência em
tela, o governo brasileiro tenta convencer que o presidente possa apenas
apresentar teste RT-PCR feito dias antes da Assembleia-Geral, para comprovar
que ele não está infectado pela Covid-19.
A administração
municipal de Nova York já anunciou que chefes de Estado e de governo e suas
comitivas deverão apresentar comprovante de vacinação para entrar na ONU.
Aquela cidade também só
permite que pessoas vacinadas entrem em hotéis e restaurantes de Nova York e que portarem
o devido certificado de vacinação.
Assessor do presidente brasileiro
disse para uma importante jornalista do Metrópoles que o mandatário pretende assegurar
os acordos pertinentes antes da viagem, para evitar passar por “constrangimentos”
nos Estados Unidos, para onde deve embarcar no próximo dia 19.
Parece muito a propósito
que não seja o caso de “constrangimentos”, mas sim de injustificável vergonha e
insensatez que o mandatário de nação com o gigantesco histórico de quase 600
mil mortes de pessoas, vítimas da Covid-19, tenha a insensibilidade de deixar
para ser a última pessoa a se vacinar, quando, diante da sua relevante autoridade
pública, a principal do país, deveria ter sido o primeiro da fila, logo no
início da imunização, justamente para mostrar o seu interesse que todos os brasileiros
precisam se proteger contra o perigoso e letal vírus.
É extremamente
deplorável que o chefe do Executivo brasileiro protagonize esse triste e
humilhante desprezo aos princípios humanitários, ao se recusar a tomar a vacina
contra a Covid-19, por puro preconceito, sob a sua interpretação de que o imunizante
causa efeitos colaterais graves, a ponto de transformar humanos em jacarés,
conforme ele teria afirmado em algum momento.
A bem da verdade, nas
nações sérias e evoluídas, em termos de conscientização de cidadania, os
mandatários são sempre os primeiros a se imunizarem, como forma de modelo para ser
seguido pelo resto da população, cujo ato serve de incentivo para que todos
sejam imunizados e isso se caracteriza como nobre e valioso gesto humanitário,
dando verdadeira prova de amor ao povo e à vida.
Ao contrário disso, a
atitude do presidente brasileiro não merece a mínima complacência da administração
do município de Nova York, que precisa ter a mesma inflexibilidade para o caso,
em respeito à insensibilidade do mandatário tupiniquim, com a reafirmação da
necessidade da vacinação, tendo em vista que a exigência da certificação sobre
o uso da vacina é exclusivamente para a proteção das demais pessoas, o que se
justifica não haver exceção alguma, em benefício da insensibilidade e do
retrocesso de mentalidade, servindo como lição de civilidade e humanismo, em se
tratando que os bons exemplos precisam vir da parte que está bastante avançada,
em termos de administração pública.
Enfim, não há a menor
dúvida de que assiste total razão ao presidente brasileiro, no sentido de não
querer tomar vacina, mas ele se torna absolutamente incoerente ao tentar burlar
as regras de civilidade e humanismo impostas por país evoluído, que precisa as
manter incólumes, ficando muito clara a forma humilhante por parte de quem
tenta ignorá-las, por mera interpretação contrária às orientações científicas.
Convém que o presidente
brasileiro, entendendo que é normal o seu direito de não tomar vacina,
compreenda, de igual modo, a licitude da exigência de país evoluído para a comprovação
do certificado sobre a imunização pessoal, evitando que a regra seja ignorada,
para satisfazer o interesse dele, porque isso evidencia vergonhoso constrangimento
para o mundo.
Brasília, em 17 de setembro
de 2021
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