quarta-feira, 15 de setembro de 2021

A importância do silêncio

 

Passado o momento da expectativa sobre o ensaiar fracassado referente à ruptura institucional, que foi substituída pela surpreendente assinatura da “Declaração à Nação”, consistente basicamente no “meia-volta-volver”, expressão bastante corriqueira, literalmente, nos quartéis, o presidente da República se recolheu ao silêncio obsequioso, conforme denuncia a inexistência de pronunciamentos da sua lavra.

Ele já estava até desacostumado dessa salutar prática, porque, pela primeira vez, em longa jornada, o Brasil sente enorme satisfação em saber que nenhuma autoridade tem sido agredida nem criticada com palavras que objetivavam denegrir a honra e a dignidade dela.

Ao decidir por ficar calado, o presidente do pais contribui para tranquilizar importante parcela dos brasileiros, porque se sentia incomodada com a falta de civilidade de quem tem o dever de promover a paz à frente do governo e isso tem como reflexo  a melhoria do bem-estar social, além de contribuir para a pacificação entre os poderes da República.

À toda evidência, o silêncio do presidente do pais é a certeza da paz e da tranquilidade no seio da sociedade, permitindo, em especial, que ele possa se concentrar nas montanhas de problemas que devem ter se acumulado enquanto ele ficava cuidando de criticar, acusar e agredir autoridades da República, em absoluta perda de tempo que certamente prejudicou em muito a resolução de importantes questões nacionais, por terem sido relegadas a planos secundários, nesse fastidioso e improdutivo período de palavras jogadas ao léu, embora elas tivessem endereço certo.

Sem a menor dúvida, a causa de muitos problemas do país, que se intensificaram ao meio das crises, está diretamente vinculada à reiteração das inúteis agressões e críticas protagonizadas prazerosamente pelo mandatário, que se achava o máximo em usar o poder para menosprezar a dignidade de autoridade da República, quando a sabedoria diz que o homem cresce à medida que dialoga sobre a importância dos assuntos de interesse, o que não era o caso preferido em discussão.

A experiência já confirma a maravilha do silencia do presidente, cuja ressonância é a calmaria que domina o seio das instituições da República, cujos efeitos são traduzidos no fortalecimento da democracia, diante da paz que se dissemina espontaneamente no âmbito da administração pública, servindo o poderoso silencia presidencial como importante lição em benefício da excelência da produtividade em prol da sociedade.

Na verdade, o providencial recuo presidencial, com a sua “Declaração à Nação”, já evidencia a obtenção de fantásticos resultados para o bem geral, em termos de tranquilidade e paz no âmbito da administração pública, embora o mesmo sentimento não se pode afirmar quanto ao que se refere aos seguidores do presidente do país.

Quanto a estes, é visível a desolação que reina no seio deles, que prefeririam que o chefe do Executivo continuasse impávido na sua cantilena destrutiva de ofensas e agressões habituais, mesmo que os reflexos disso fossem bastante prejudiciais para os interesses da gestão pública e os brasileiros, diante da balbúrdia criada exatamente por quem precisa ser modelo e parâmetro das melhores condutas pertinentes ao respeito aos princípios republicano e democrático.

Esse tão pouco tempo de silêncio, o presidente do país já demonstrou grande contribuição para os brasileiros, que, para o bem público, preferem privilegiar o zelo e a dignidade na administração pública, diante da confirmação de que a efetividade da prestação dos serviços de incumbência do Estado se faz apenas por meio da dedicação silenciosa e do efetivo desempenho do trabalho produtivo.

Ou seja, nada se constrói por meio de palavras vazias, agressivas e críticas, em forma de acusações que nunca contribuíram para coisa alguma, senão para a degradação da unidade e da integração que precisam prevalecer na gestão pública, porque esses princípios são essenciais para a satisfação do interesse público.

O certo mesmo é que a afiada guilhotina do impeachment presidencial já estava armada, cuja situação se complicava, de forma delicada, cada vez que o presidente do país se manifestava, porque ela invariavelmente tinha o objetivo de criticar e acusar pejorativamente autoridade da República e isso era arma que se direcionava para a direção dele, porque o conjunto das suas opiniões estava servindo como acervo probatório do crime de responsabilidade, que pode levar ao afastamento dele do cargo.

À toda evidência, o enfrentamento do presidente contra o Supremo, a sua visível índole golpista, as suas chacotas com as medidas de combate à pandemia do coronavírus, que já causou quase 600 mil mortes, entre outras insensibilidades são lixos discursivos inúteis que somente contribuíram para a intranquilidade de brasileiros que confessam preferir o duradouro silêncio presidencial.

Ao contrário disso, os chamados bolsonaristas preferem alimentar a inutilidade e o artificialismo dos debates improdutivos que vinham sendo acalentados por eles, que se resumem em fake news e declarações ofensivas contra seus desafetos, em absoluta perda do precioso tempo gasto pela principal autoridade da nação, que precisava real e urgentemente aderir ao precioso silêncio, como importante contribuição aos interesses do Brasil.

É preciso pedir que os brasileiros acostumados com as reiteradas insensibilidades verbais presidenciais se esforcem, em sacrifício para o bem do Brasil, para conseguir compreender esse maravilhoso momento de grandeza do silêncio vindo do Palácio do Planalto e somente se manifestar com a finalidade de apoiá-lo.

Enfim, é maravilhoso saber da existência do saudável silêncio da maior autoridade da República, mesmo que isso seja momentaneamente, diante da certeza de que a honra e dignidade de outras autoridades públicas estão sendo preservadas, sob os auspícios que precisam ser observados como forma de respeito aos bons costumes de seriedade e civilidade.

Os brasileiros que primam pela priorização do bom senso e da racionalidade na administração pública ficam torcendo por que o presidente da República se mantenha firme e resoluto na sua inteligente e sensata posição de eleger o silêncio como fonte saudável e capaz de garantir a tranquilidade, a integridade, a harmonia e o respeito entre os poderes da República, tendo como importante passo a reafirmação e a consolidação dos princípios republicano e democrático.

          Brasília, em 15 de setembro de 2021

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