terça-feira, 21 de setembro de 2021

Desprezo aos princípios?

 

Vem circulando nas redes sociais vídeo em que figura um personagem do presidente da República acionando um canhão, cuja torpedo atinge em cheio a sede do PT e a implode, mandando-a para os ares. 

Em razão disso, eu disse que sabia perfeitamente que posso até ser interpretado como inconveniente e tolo, mas, nesse caso, onde a pessoa do presidente do país provoca a completa destruição da sede do PT, isso tanto é prática abusiva e clara de provocação como tremenda irracionalidade provocativa, que fere de morte os princípios cívico-democráticos.

Tendo dito que falo assim motivado pelo fato de que tem se lutado muito mais pela necessidade da razoabilidade da convivência pacífica e harmoniosa entre os cidadãos, até mesmo entre os opositores, permitindo que as pessoas possam exercer livremente, em clima de tolerância e união, a sua vocação que considera democrática, no sentido de professar, com o usufruto das plenas liberdades individuais, a ideologia que lhes aprouverem, quanto à religiosidade, ao comportamento, à política etc., em consonância com o Estado Democrático de Direito, princípio este que garante plenas liberdades de cidadania e de convivência pacífica.   

É evidente que nada se impede que haja manifestação contrária à ideologia dita de esquerda, mas sem o sentimento animalesco relacionado com o uso de meios próprios da irracionalidade, logo fazendo apelo à beligerância como símbolo de poder destruidor, que até se admita que ele exista, mas por criativas ideias as mais interessantes e inteligentes possíveis, diante da necessidade do aprimoramento dos principais humanitários, como assim sendo que precisa que o homem moderno se comporte do melhor modo de respeito à dignidade que objetiva a conquista da igualdade de mútuo relacionamento, como forma de se buscar o atingimento do melhor nível de sociabilidade, em termos de convivência humana.

Enquanto prevalecerem essas ideias mórbidas de agressões e estupidez entre as pessoas, inclusive envolvendo autoridades públicas, umas contra as outras e vice-versa, fica bastante difícil o homem conseguir conviver politicamente em condições ideais de passividade e harmonia, porque, em momento algum, na história da humanidade, a agressão contribuiu para o aperfeiçoamento da união, da tolerância e do progresso.

Como seria bom se somente existissem as ideias capazes de contribuir para a aproximação, o entendimento e o desenvolvimento do homem, como forma salutar do seu crescimento natural e harmonioso.

Na ocasião, pedi desculpas às pessoas que pensam diferentemente disso, porque só assim elas têm plena consciência de que o mundo seria muito melhor se elas pensassem de modo condizente com os princípios da racionalidade e da tolerância, que são próprios e necessários à vida humana.

Não obstante, infelizmente surgem exatamente as pessoas que distorcem e pensam diferentemente das boas ações e tendem a torpedear as ideias pacificadoras, com afirmação como essa: “A esquerdalha metralha o presidente 24 horas por dia.”.

          Essa pessoa, ainda não satisfeita, talvez imaginando que eu seja simpatizante da  esquerda, escreveu essa “pérola”, verbis: “Independentemente de qualquer outro julgamento nosso presidente é honesto. Não rouba nem deixa roubar. O primeiro não corrupto após os militares. Isso é o que incomoda aos de esquerda.”.

Em razão disso, eu escrevi na minha linha de pensamento, segundo a qual o pior para o homem moderno e que ele deveria ser inteligente e não querer, decididamente, se igualar aos medíocres, exatamente porque ele termina se tornando ainda mais reles e deformados do que aqueles e é exatamente isso que contribui para que a política brasileira se torne cada vez mais lixo e rasteira.

Vê-se que as pessoas preferem se lambuzar no lamaçal da mediocridade, quando imaginam pobremente que bala trocada não dói, em demonstração contrária de que a sua inteligência poderia ser usada para vencer facilmente a mentalidade doentia e poluída de somente saber agredir e também revidar, quando elas poderiam usar a sabedoria para a construção do bem da humanidade.

O homem precisa, com urgência, aprender a raciocinar em proveito de seu progresso, fugindo dessa mentalidade de disputa rasteira e retrógrada, que somente contribui para torná-lo indigno da grandeza que precisa permear também as atividades políticas, tão desvalorizadas justamente pelo evidente desprezo dos recursos da inteligência humana. 

Não existe nada de verdade que o presidente do país seja tão honesto como apregoado por seu idólatra, senão ele jamais teria se dignado a colocar no seu colo, literalmente, o famigerado Centrão, e ainda de forma vexaminosa e humilhante, para os padrões da ética e da moralidade por ele propalada na campanha eleitoral, distribuindo cargos e emendas parlamentares, como manda a sebosa e fedorenta promiscuidade que foi capaz de contaminar a administração pública.

Essa forma nojenta de procedimento é pura corrupção, diante do desvio da finalidade pública, com o envolvimento de recursos públicos, para a compra de apoio político no Congresso Nacional, no sentido de se evitar a abertura de processo de impeachment do presidente do país, somente, sem qualquer vinculação com o interesse público, que necessariamente se vinculam todos os atos na gestão pública, em especial no que diz às funções constitucionais da presidente da República.

Infelizmente, fica muito evidente que a ideologia tem tido o poder de cegar as pessoas, que não conseguem mais enxergar a realidade dos fatos, mas tão somente as versões que são do seu interesse, mesmo que elas não reflitam à realidade, como nesse caso em que o próprio presidente do país antes considerava como imoralidade forma de relacionamento com o Centrão, justamente por ele praticar o abominável fisiologismo condenável por cultores de condutas de dignidade na vida pública.

Diante do exposto, fica a certeza de que o Brasil nunca será passado a limpo, porque muitas pessoas preferem se acomodar e entenderem que estão satisfeitas com a classe política dominante, embora ela esteja no pior nível de degradação humana, em termos de moralidade e gestão dos negócios do Estado, fatos estes que somente inspiram o aprofundamento das preocupações e incertezas no porvir, tendo a certeza de que a nação não merece seus políticos e muito menos os seus idólatras, porque todos pensam e agem sob a égide da mediocridade de princípios como sendo a ideal como forma de governo.

          Brasília, em 21 de setembro de 2021

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