O aludido levantamento,
que teria analisado dois possíveis cenários, o petista aparece com mais de 20
pontos percentuais, entre as pessoas consultadas, à frente do atual presidente do
país.
Na primeira simulação,
o petista teve a preferência de 48% dos pesquisados,
enquanto o presidente atual ficou com 23%.
No segundo cenário
analisado pelo mencionado instituto, com outros concorrentes, Lula teria 45%
das intenções de voto e atual presidente aparece com 22%.
O levantamento foi
feito entre 2.002 eleitores, nos dias 16 e 20 do fluente mês, em 141 municípios,
não tendo sido informadas as regiões nem as quantidades de pessoas ouvidas em cada
uma delas, porque isso tem significativa importância, à vista de peculiaridades
próprias da pesquisa de opinião pública.
Continuo acreditando na
pouquíssima consistência dos elementos capazes de sustentar credibilidade aos
resultados de todas as pesquisas divulgadas até o momento, diante da sua gigantesca
insignificância perante a realidade que precisa ser levada em consideração para
se afiançar o mínimo de seriedade e ainda justificá-la por meio de dados reais
e absolutamente precisos, conforme se verifica a seguir.
A base dos eleitores brasileiros
habilitados, conforme registros do Tribunal Superior Eleitoral, é constituída de
aproximadamente 150 milhões, sim: 150 milhões de eleitores, dois quais somente
2.002 eleitores foram consultados, o equivalente à insignificância da
insignificância milesimal, em termos de elementos de consistência estatística,
em casos que tais, com capacidade suficiente para a divulgação de que algum
candidato lidera a disputa eleitoral para a Presidência da República.
Isso, aos olhos dos
princípios da seriedade e da moralidade, chega a constituir verdadeiro acinte à
consciência das pessoas com o mínimo de honestidade e dignidade, diante de procedimento
de pesquisa com possibilidade de haver tendência de interesses e manipulação,
por que elaborado sem a devida relevância para a real finalidade de se mostrar
a verdadeira situação eleitoral, com o envolvimento de tão poucos eleitores.
Ainda nessa linha de gritante
inconsistência estatística, é verificado que a pesquisa foi realizada em apenas
141 municípios, quando existem no Brasil 5.568 municípios, conforme registros
oficiais, e isso equivale a tão somente 2,60% do total, ou seja, quase nada do
universo e ainda, para piorar o resultado, não houve informação sobre onde
ficam tais municípios e qual a quantidade pesquisada em cada um deles, diante
da possível região e localidade que têm ou pode ter mais preferência para determinado
candidato do que para outro, como é o caso do Nordeste, que, sabidamente, tem
sido muito simpático a um dos concorrentes ao ambicionado cargo da República.
É evidente que a
preferência por candidato tem como explicação, normalmente a simpatia ou também
a antipatia pelo homem político, a qual, em princípio, deveria recair na escolha
daquele que oferecesse os melhores atributos inerentes aos princípios da
dignidade, da moralidade, da competência, da eficiência, entre outros que são
exigidos para a gestão dos recursos públicos, além de preencher os requisitos referentes
à conduta ilibada, diante da imperiosa necessidade da comprovação da probidade
com a coisa pública, à vista do dever de se cuidar diretamente da execução de
orçamentos públicos, em termos de arrecadação e gastos públicos, tudo na
esteira dos princípios da moralidade e da legalidade.
À toda evidência, em um
país com o mínimo de seriedade político-administrativa, quanto à necessidade da
valorização dos princípios republicanos da moralidade, honestidade, legalidade,
transparência, entre outros da maior relevância para a indispensável existência
da lisura no trato da coisa pública, o povo jamais poderia sequer pensar em cogitar
nem quanto mais em apoiar a candidatura de político decadente, que se encontra
respondendo a processos nas barras da Justiça, com a indicação concreta de
denúncias graves sobre a prática de irregularidades com recursos públicos, tendo
ficado patente a sua incapacidade de provar a sua inculpabilidade nesses casos,
à vistas das sentenças já prolatadas em dois casos, que foram anuladas, não por
força do exame de mérito, mas sim por incompetência jurisdicional da Justiça.
Na prática, isso é a
prova maior da desmoralização, da esculhambação não somente do suposto
candidato que não preenche as mínimas condições legais de dignidade para
representar o povo, mas sim também do próprio povo, que se permite, de forma
vergonhosa, ser desonrado e inferiorizado ao extremo, quanto à sua honradez, de
moto próprio, em dizer que teria a descompostura moral, com base nos dados da
pesquisa em tela, para apoiar político, que tem sido incapaz de provar a sua
inocência nos processos penais em tramitação na Justiça, tanto naqueles casos já
julgados, com resultados de prisão, e vergonhosamente anuladas as sentenças condenatórias,
tão somente por questões de conveniências e interesses pessoais de tribunal e
não por exame de mérito das causas propriamente ditas.
Nesse caso, verifica-se
verdadeira situação de desmoralização de político sem a mínima dignidade para
participar das atividades públicas, que devem merecer o devido respeito, diante
da grandeza das suas finalidades, à luz dos princípios mais sagrados da administração
pública, onde não pode existir sequer suspeita sobre possíveis irregularidades,
quanto mais já havendo a constatação de muitos processos de natureza penal em
plena vigência de investigação, na Justiça, fato este que se caracteriza como
absolutamente incompatível com os princípios republicano e democrático, em combinação
com a evolução da humanidade.
Não há a menor dúvida
de que, pelo menos nos termos da pesquisa em referência, ante a revelação de preferência
por político envolvido na Justiça, com investigação sobre suspeitas da prática
de irregularidades, conviria que os brasileiros honrados e que realmente amam o
Brasil se mobilizassem, com urgência, no sentido de que ficasse bastante claro o
entendimento segundo o qual é agressão deliberada ao Brasil e aos eleitores
dignos quem se apresentar como candidato a cargo público eletivo não estando
devidamente habilitado ao preenchimento dos requisitos de conduta ilibada e de
licitude quanto às atividades da vida pública, para tanto ele deve apresentar
atestados de nada consta expedidos pelo Poder Judiciário.
Salvo o deplorável e
deprimente entendimento segundo o qual o povo tem o governo que merece, na
verdade, brasileiros somente têm o direito de exigir que os candidatos sejam os
mais imaculados da política, porque isso tem como corolário a dignidade do
próprio Brasil, que não pode ser desmoralizado, de maneira deliberada, pelos
próprios filhos, quando alguns permitem que homens públicos investigados na
Justiça possam se habilitar para comandar a nação e isso representa não somente
afronta aos princípios republicano e democrático, mas, em especial, forma de banalização
da desmoralização e da indignidade do ser humano, tanto por parte de quem apoia
como de quem recebe o apoio.
Ante o exposto, nutre-se
a esperança de que os brasileiros que primam pela moralidade na administração do
país se esforcem em não permitir que candidatos em plena decadência moral, pelo
fato de se encontrar respondendo a processos na Justiça, por meio de ações na
esfera penal, sob o entendimento de que isso não condiz com as atividades
políticas o homem público, evidentemente enquanto não tiver o seu nome limpo e
imune a qualquer suspeita sobre a prática de irregularidades.
Brasília, em 23 de setembro
de 2021
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