O último ex-presidente brasileiro questionou,
em mensagem partilhada nas redes sociais, a sua derrota nas últimas eleições,
tendo aproveitado o ensejo para acusar o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal
Superior Eleitoral como agentes diretamente responsáveis pelo vitória de seu
opositor.
Em uma das mensagens, o ex-mandatário
afirmou que o atual presidente do Brasil não foi eleito pelo povo brasileiro, em
eleições limpas, mas sim por ações comandadas pelos aludidos órgãos, embora ele
tivesse apagado o vídeo, sem apresentar justificativa, duas horas depois da
publicação dele.
O conteúdo da sua mensagem continha texto
de entrevista dada por ele, onde ali se afirmava que o atual presidente do país
foi eleito pelo Supremo e por juízes da Justiça eleitoral, sob legenda que
promovia esta teoria, ou seja, sob projeto bem definido, com essa finalidade.
A verdade é que de nada adianta o ex-presidente
insistir em acusações absolutamente inúteis e destituídas de comprovações consistentes,
como forma de garantir a firmeza e a segurança das afirmações apenas jogadas ao
vento, na tentativa exclusivamente de se passar por vítima do sistema
instituído com a possível finalidade em afastá-lo do poder, tendo em vista, em
especial, a célebre assertiva de um magistrado, segundo a qual: “eleições não
se ganha, se toma!”, cuja materialidade também pode ser verdadeira, mas não
existe como prová-la nem negá-la.
Eis que tudo já alegado seja verdade,
visto que também como não existe elemento nenhum em contrário, só que nada disso
convém ao mundo da realidade jurídica, que exige seriedade e competência para a
condução dos devidos questionamentos sobre o resultado das eleições ou outros
assuntos que desviem da normalidade.
Então, de que adianta ficar trucidando
em cima de assunto que não vai senão aumentar ainda mais o fosso da evidência
da incapacidade e da incompetência quanto à necessidade da reação aos atos
supostamente irregulares, destinados à mudança dos rumos da história política
brasileira.
À toda evidência, em termos de bom
senso e racionalidade, é normal ter condições de provar, de maneira consistente
e objetiva, que os aludidos órgãos agiram sim com propósitos maldosos e ilegítimos,
à luz dos princípios republicanos e democráticos, em afronta aos procedimentos
da moralidade e da honestidade, evidentemente com o emprego de artifícios e
instrumentos estranhos à normalidade civilizatória.
Não
tem sido assim o comportamento do ex-presidente, que prefere inflar ideias
mirabolantes em nome de causas estritamente pessoais, com detrimento dos
interesses públicos, à luz das afirmações despropositadas, em coincidência com
o vandalismo acontecido ao meio de em movimento de protestos ao resultado das
últimas eleições, que exige a devida transparência por parte da Justiça
eleitoral, à vista da publicidade a que se refere o art. 37 da Constituição,
quando afirma que, verbis: “A administração pública (...) obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, (...)”.
Na realidade, essas ofensivas infrutíferas
do ex-mandatário, por serem absolutamente infundadas e sem solidez, somente
confirmam a falta de ideias políticas consistentes e objetivas, que têm por
propósito a arraigada vocação da manutenção dele em evidência, na mídia.
A total invalidade das acusações
desse político mostra, de forma sobeja, não haver a mínima perspectiva de
sucesso em absolutamente nada, justamente em razão da falta de razões e
elementos substanciais plausíveis,
quanto ao que se alega existir de muito errado na República tupiniquim, conquanto,
a despeito disso, vem prevalecendo exatamente tudo aquilo que o ex-presidente
contesta como sendo afrontoso à normalidade democrática.
A verdade é que essa forma trivial de
alegações e questionamentos sobre tudo que contraria os interesses pessoais
somente é cabível ao desamparo de elementos e fatos plausíveis a se
justificarem atitudes de decência e firmeza em defesa de causas justas e
legítimas, que precisam ser discutidas e questionadas nas vias adequadas e
legalmente recomendas, mas jamais nas redes sociais públicas, porque isso
somente contribui para o desgaste de autoridade honrada e digna.
Daí a urgente necessidade do
sepultamento do cultivo às alegações completamente destituídas de razoabilidade
e materialidade comprováveis, que somente subsistem em mentes igualmente
desarrazoadas e insensatas, evidentemente à luz da verdade e da integridade do
pensamento humano.
À toda evidência não significância
alguma ficar reclamando e questionando, o tempo todo apenas com base em suposições
sobre algo que pode ter ocorrido, quando o correto é ficar calado e somente
acusar e reivindicar direitos quando efetivamente tiver como provar a materialidade
da ofensa a eles, de modo a se adquirir a legitimidade pela reparação das
perdas contabilizadas.
É preciso que os verdadeiros brasileiros
se conscientizem sobre a conveniência de não apoiar políticos que valorizam a própria
vitimização, como forma de tentar mostrar que a sua incompetência política é fruto
da perseguição à sua pessoa.
Enfim, convém que o último ex-presidente
da República se consciente, com urgência, de que todas as causas precisam sim
ser defendidas com a garra dos bravos, sob a égide da justiça e da verdade, nas
vias pertinentes e adequadas, desde que existam provas e elementos consistentes
e capazes quanto à conveniência da sustentação sobre os fatos questionados,
cabendo, como respeito aos princípios civilizatórios, a relegação, em definitivo,
das queixas revestidas apenas do imaginário.
Brasília, em 11 de janeiro de 2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário