Em crônica,
escrita alhures, eu mostrei completo desânimo diante da insensibilidade não somente
humana, mas em especial administrativa no combate à gravíssima crise da pandemia
que então grassava impiedosamente sobre os brasileiros.
É evidente
que, nessa ocasião, há dois anos, em análise bastante crítica, mostrei meu
inconformismo com o destino do governo de então, em ceder à evidente
insensibilidade aos princípios humanitários, quanto à falta de racionalidade
para a condução das políticas necessárias ao efetivo combate à mais grave crise
enfrentada pela saúde pública brasileira.
A gravíssima
situação de então exigia a adoção de medidas urgentes e de qualidade para o enfrentamento
da impiedosa e temorosa pandemia do coronavírus, que foi capaz de ceifar a vida
de milhares de vidas humanas, que, certamente, muitas das quais poderiam ter
sido poupadas se essa crise tivesse sido administrada apenas pela tecnicidade
recomendada pelo sentimento humanista, de extremo amor à vida humana.
Na
verdade, a minha ideia de ter afirmado que o Brasil não merecia governante com
mentalidade alheia aos princípios humanitários, como verdadeiramente era o que
se evidenciava naquela ocasião, conforme mostravam os fatos, à saciedade, eu
propugnava por administrador que fosse capaz de compreender que o ser humano
merecia, como ainda merece, ser tratado com todos e os melhores recursos à
disposição possível apenas para o salvamento de vidas, obviamente sem a
interferência, por mínima que fosse, de dúvidas nem negacionismo nem
questionamentos absolutamente desnecessários ao processo sanitário exigido para
a gravidade da situação então prevalente.
Hoje, depois
de reinar a bonança, pode-se dizer que os apelos da época estavam respaldados
pelas evidências, que foram retratadas, caso o resultado das urnas esteja sob o
prisma da verdade, a despeito de muitas suspeitas de desajustamentos dos
processos eleitorais aos princípios constitucionais da legitimidade e da
transparência, quanto ao desmerecimento de governante que se distanciava dos
sentimentos humanitários, a tanto reconhecidos por brasileiros.
A verdade é
que parcela de brasileiros decidiu abonar à volta ao poder de pessoa que, por
seus atributos de notória intimidade com a desonestidade na gestão pública, à
vista do seu envolvimento com escandalosos esquemas criminosos de desvios de
dinheiros públicos, também não tem como merecer ao Brasil, por ser inaceitável
que ex-condenado à prisão, pela prática do gravíssimo crime de improbidade
administrativa possa exercer o principal cargo da República, sem que tivesse o
hombridade de provar a sua inocência nos casos denunciados à Justiça.
Na
prática, isso é a prova cabal da demência moral de um povo, que, consciente e
deliberadamente, contribuiu para dá vida política a quem não consegue provar a
sua inculpabilidade com relação aos fatos suspeitos de irregularidades, cuja
autoria, em grande parte, é atribuída à pessoa dele, fato este que bem
demonstra a sua deplorável índole de homem público e também e igualmente a
péssima ou nenhuma qualidade de seus apoiadores, que mostram extremo desprezo
aos verdadeiros sentimentos de moralidade, honestidade e dignidade na
administração pública, como se isso não tivesse a menor importância no emprego
dos dinheiros públicos, que são originários também desses insensatos e indignos
eleitores, à luz dos princípios patrióticos e de civilidade.
A verdade
é que a crise de insensibilidade aos princípios humanitários foi substituída
pela indiferença aos salutares sentimentos de moralidade, probidade e dignidade,
na vida pública, com a volta da esquerda ao poder, à vista da comprovação dos
fatos criminosos do passado, que foram solenemente ignorados por força do império
da recriminável ideologia socialista, que ainda são capazes de desconhecer os sagrados
direitos humanos e princípios individuais e democráticos, cuja absurda troca
tem como vítima os próprios brasileiros.
Brasília, em 6 de janeiro de 2023
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