sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Insensatez?

Em crônica, escrita alhures, eu mostrei completo desânimo diante da insensibilidade não somente humana, mas em especial administrativa no combate à gravíssima crise da pandemia que então grassava impiedosamente sobre os brasileiros.

É evidente que, nessa ocasião, há dois anos, em análise bastante crítica, mostrei meu inconformismo com o destino do governo de então, em ceder à evidente insensibilidade aos princípios humanitários, quanto à falta de racionalidade para a condução das políticas necessárias ao efetivo combate à mais grave crise enfrentada pela saúde pública brasileira.

A gravíssima situação de então exigia a adoção de medidas urgentes e de qualidade para o enfrentamento da impiedosa e temorosa pandemia do coronavírus, que foi capaz de ceifar a vida de milhares de vidas humanas, que, certamente, muitas das quais poderiam ter sido poupadas se essa crise tivesse sido administrada apenas pela tecnicidade recomendada pelo sentimento humanista, de extremo amor à vida humana.    

Na verdade, a minha ideia de ter afirmado que o Brasil não merecia governante com mentalidade alheia aos princípios humanitários, como verdadeiramente era o que se evidenciava naquela ocasião, conforme mostravam os fatos, à saciedade, eu propugnava por administrador que fosse capaz de compreender que o ser humano merecia, como ainda merece, ser tratado com todos e os melhores recursos à disposição possível apenas para o salvamento de vidas, obviamente sem a interferência, por mínima que fosse, de dúvidas nem negacionismo nem questionamentos absolutamente desnecessários ao processo sanitário exigido para a gravidade da situação então prevalente.

Hoje, depois de reinar a bonança, pode-se dizer que os apelos da época estavam respaldados pelas evidências, que foram retratadas, caso o resultado das urnas esteja sob o prisma da verdade, a despeito de muitas suspeitas de desajustamentos dos processos eleitorais aos princípios constitucionais da legitimidade e da transparência, quanto ao desmerecimento de governante que se distanciava dos sentimentos humanitários, a tanto reconhecidos por brasileiros.

A verdade é que parcela de brasileiros decidiu abonar à volta ao poder de pessoa que, por seus atributos de notória intimidade com a desonestidade na gestão pública, à vista do seu envolvimento com escandalosos esquemas criminosos de desvios de dinheiros públicos, também não tem como merecer ao Brasil, por ser inaceitável que ex-condenado à prisão, pela prática do gravíssimo crime de improbidade administrativa possa exercer o principal cargo da República, sem que tivesse o hombridade de provar a sua inocência nos casos denunciados à Justiça.

Na prática, isso é a prova cabal da demência moral de um povo, que, consciente e deliberadamente, contribuiu para dá vida política a quem não consegue provar a sua inculpabilidade com relação aos fatos suspeitos de irregularidades, cuja autoria, em grande parte, é atribuída à pessoa dele, fato este que bem demonstra a sua deplorável índole de homem público e também e igualmente a péssima ou nenhuma qualidade de seus apoiadores, que mostram extremo desprezo aos verdadeiros sentimentos de moralidade, honestidade e dignidade na administração pública, como se isso não tivesse a menor importância no emprego dos dinheiros públicos, que são originários também desses insensatos e indignos eleitores, à luz dos princípios patrióticos e de civilidade.

A verdade é que a crise de insensibilidade aos princípios humanitários foi substituída pela indiferença aos salutares sentimentos de moralidade, probidade e dignidade, na vida pública, com a volta da esquerda ao poder, à vista da comprovação dos fatos criminosos do passado, que foram solenemente ignorados por força do império da recriminável ideologia socialista, que ainda são capazes de desconhecer os sagrados direitos humanos e princípios individuais e democráticos, cuja absurda troca tem como vítima os próprios brasileiros.

           Brasília, em 6 de janeiro de 2023 

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