terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Nova realidade

 

 Eu havia feito comentário, em grupo de WhatsApp, sobre mensagens que citavam pseudos poderes das Forças Armadas para adotarem medidas capazes de impedir a posse do candidato eleito à Presidência da República, mesmo depois do término do governo bolsonarista.

Uma participante do citado grupo, lamentou que eu tivesse apagado a aludida mensagem, tendo afirmado que “estava lendo e achando bastante pertinentes as suas (minhas) colocações!”.

 Nesse ínterim, eu pedi desculpas, esclarecendo que havia apagado o texto porque fiquei sabendo, naquele instante, que o presidente do país havia fugido do Brasil, conforme foi mostrado o seu avião alçando voo, em direção a Orlando, Estados Unidos da América, mas, em consideração à amiga, eu prometi concluí-lo e republicá-lo naquela página.

Outra amiga, inconformada com a minha mensagem, disse que “Felizmente o Adalmir apagou essa mensagem que só veio para desestimular os que ainda acreditam no que possa acontecer de positivo à  Pátria. O nosso Presidente ‘não será lembrado como covarde’ e sim, como aquele que despertou o Patriotismo em seu povo, e fez nascer o Partido de Direita em 2018, e que de tão jovem muitas vezes ainda tropeça, mas chegaremos lá Vitoriosos, porque assim Deus quer para este bom povo brasileiro. Adalmir, melhor  republicar seu texto após o primeiro dia do Ano.  Não concordo que ele fugiu, porque antes de sair ele falou ao povo brasileiro e prestou contas. Ao bom entendedor já sabemos que o Brasil está sob os cuidados das FFAA, e só aguardando o momento certo para agirem contra os traidores da Nação. Aguardemos em Orações! Ele está um tanto precipitado em seu julgamento, e poderá se arrepender. É minha sugestão!”.

Em resposta à referida interpelação, eu disse que o Brasil só poderia ter ficado sob os cuidados das Forças Armadas com a decretação da intervenção militar, na forma do disposto no art. 142 da Constituição. 

Por outra feita, o vice-presidente, agora presidente, já disse que respeita o resultado das eleições e não vai decretar coisa alguma, ficando claro que as Forças Armadas já encerraram as suas atividades pertinentes ao governo que se finda.

Eu garanti que publicaria meu texto, conforme prometido, ainda hoje, porque ele tem o meu pensamento de agora, do presente momento, não tendo nada para me arrepender, precisamente porque os fatos são dinâmicos e eu os analiso à medida que eles acontecem, como agora.

Eu entendo que o presidente fugiu, porque ele poderia ter ficado no Brasil, normalmente, sem necessidade de passar a faixa presidencial, que não admito sugestão em contrário, porque ela se assenta precisamente como assim interpreto os fatos.

De seu turno, as redes sociais estão dizendo que os bolsonaristas estão jogando praga contra o presidente do país, por ele ter fugido, em pleno fogo da batalha, sem dá nenhuma justificativa, que era do seu dever, como respeitável líder, para os seus seguidores sobre a sua fuga para outro país.

Preciso esclarecer que eu nunca fui bolsonarista, em que pese eu ter votado nele, precisamente por eu ser contra a volta da esquerda maldita ao poder.

Não tenciono nem quero que ninguém concorde comigo, mas faz qualquer sentido que nosso grupo tenha alguém querendo ditar regras, como faz um tal de ministro, como se isso não ferisse, com gravidade, a sagrada liberdade de expressão.

Por fim, esclareço que cuido do que penso e escrevo e cada qual se preocupe consigo, porque essa é a regra democrática que melhor expressa o direito demandado pela liberdade de expressão.

Depois da conclusão do texto acima, a pessoa mencionada nele houve por bem tentar se justificar quanto às suas opiniões, tendo escrito a mensagem a seguir.

‘’Em momento algum eu tive intenção de "ditar ordens", a palavra usada da minha parte foi "sugestão", afinal de contas este grupo sempre teve liberdade de expressão. Diante dos fatos que vem ocorrendo, talvez eu tive intenção, pelo  conhecimento que tenho, de evitar que o prezado amigo sofresse constrangimento pelo julgamento precipitado do ato "fuga do Presidente", o que de fato não ocorreu. A partir do dia 01/01/23 o Bolsonaro será um ex-Presidente Atuante, sem remuneração, auxiliando o Gabinete Constitucional, cujo Presidente em exercício será o General Heleno!”.

Acredito que nem nas republiquetas, atos, resoluções e decretos têm força de nada, muito menos de autorizar a governança do país, como imaginam os fantásticos bolsonaristas.

O general citado no texto já tem substituto, que é outra general da reserva.

Toda essa baboseira de normatização que entulha as redes sociais, em forma de menção infundadas, não passa de alimentação da ingenuidade das pessoas que preferem ser iludidas.

A única medida capaz de corrigir os rumos da esculhambação implantada no Brasil teria sido a decretação da intervenção militar, com base no art. 142 da Lei Magna.

Infelizmente, essa medida já não é mais possível, porque ela foi negada logo por quem tinha plenos poderes para promovê-la, que era o então presidente da República fujão, sob a alegação da garantia da lei, conforme consta inscrito no aludido dispositivo, que não haveria o menor questionamento quando à sua legitimidade, eis que nunca havia ficado tão clarividente a violação da norma constitucional da publicidade, por força do disposto no art. 37 da Constituição.

As pessoas precisam entender que já chegou o fim da linha e a única esperança é a obtenção do código-fonte eleitoral, que possibilita a recontagem dos votos das últimas eleições, a despeito de múltiplas suspeitas de manipulação de resultados, conforme as denúncias sobre urnas com 100% somente para determinado candidato, votos de mortos, votação depois do horário etc.  

Essa é a única alternativa, cuja medida nesse sentido, de modo que, caso seja possível a retroatividade da medida legal, ela poderá ser viabilizada pela via legislativa, como forma de obrigar o Tribunal Superior Eleitoral entregar o referido código, com vistas à recontagem dos votos, por auditorias independentes ou até mesmo pelas Forças Armadas.

Com a nova legislatura, em fevereiro próximo, pretendo elaborar projeto de lei nesse sentido, que, se aprovado pelo Congresso Nacional, será, por certo, objeto de veto pelo presidente da República, mas o Parlamento, que é maioria oposicionista, haverá de derrubá-lo, cuja medida se tornará lei, com poderes para as devidas fiscalização das urnas e proclamação dos verdadeiros vencedores, nas últimas eleições.

É assim que os fatos precisam ser pensados, com base exclusivamente na sua realidade, com total desprezo às alienações que estão ainda povoando as mentes dos sonhadores bolsonaristas, que continuam entorpecidos por suposições e informações falsas, enganadoras e fantasiosas, que não levam a lugar algum, à vista da nova realidade política.

Brasília, em 31 de dezembro de 2022

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