domingo, 29 de janeiro de 2023

Somente indecisões?

            A notícia que circular na mídia dá conta de que o último ex-presidente do Brasil estaria negociando a sua ida para a Itália, à vista de pedido de celeridade à Embaixada daquele país, em Brasília, para a emissão da cidadania italiana para ele e a família dele, mas a pretensão dele vem se deparando com obstáculos impostos por parlamentares italianos contrários ao abrigo do ex-mandatário, naquele país.

Segundo levantamento feito por importante colunista de uma revista, o ex-presidente pretende, conforme texto escrito precisamente nestes termos, “se esconder por um tempo nos Estados Unidos para driblar a justiça brasileira, mas corre o risco de o FBI e a Polícia Federal baterem à sua porta e ele voltar algemado para o Brasil, mas, se for para Roma a tempo e com cidadania, ele não volta mais”.

De acordo com vídeo de deputado da Itália, que circula nas redes sociais, ele trabalha entre seus pares para que o seu país negue cidadania ao ex-presidente e, por via de consequência, a permanência dele e da família dele, na Itália.

O certo é que o visto oficial para permanência do ex-presidente e seus familiares nos Estados Unidos da América expira exatamente amanhã, caso confirmado que eles entraram naquele país em 30 de dezembro de 2022, antes do fim do mandato dele.

Não há, ainda, confirmação formal, mas, portadores de visto oficial que não estejam mais no cargo ou missão que os levou aos Estados Unidos, precisam comunicar ao governo norte-americano a alteração do status em até 30 dias, cujo prazo se encerra hoje.

Segundo fontes especializadas, o ex-presidente poderá solicitar visto de turista e permanecer naquele país por mais tempo, caso ele não pretenda voltar ao Brasil, conforme os rumores de que ele estaria receoso, apreensivo, sobre os processos em tramitação na Justiça, principalmente eleitoral.

A troca de status para turista depende de procedimento junto ao Departamento de Segurança Interna dos EUA, tendo oportunidade de o interessado puder aguardar a resposta naquele país, considerado procedimento regular, em que pesem as pressões de parlamentares democratas para que o ex-mandatário brasileiro seja expulso daquele país.

Como o prazo para a definição vence hoje, não há notícia sobre a decisão do ex-presidente brasileiro sobre a sua permanência naquele país ou se pretende voltar ao Brasil.

Não há a menor dúvida de que, caso o ex-presidente brasileiro seja obrigado a voltar ao Brasil, às pressas, ele certamente há de enfrentar, de cara, ambiente bastante desfavorável junto ao Tribunal Superior Eleitoral, que tem na sua pauta o julgamento de ações capazes de deixá-lo inelegível, por, no mínimo, oito anos.

O ex-presidente responde a 16 ações, naquele tribunal, cujos julgamentos poderão prejudicar os planos políticos dele, fatos este que têm causado preocupação quanto à volta dele ao Brasil, uma vez que, além da possibilidade de ele ser declarado inelegível, por longo tempo, há ainda grande risco sobre a decretação da sua prisão, que é algo que ele teme de se arrepiar, tanto que preferiu fugir pela porta dos fundos do Palácio do Planalto, só em pensar em ver o sol quadrado, depois da passagem do governo.

Os fatos mostram que não poderia haver fim de governo tão pífio e melancólico, com o seu titular precisando fugir do Brasil, sobretudo com medo de ser preso, além de não ter explicado os motivos pelos quais ele não decretou a imprescindível intervenção militar, que poderia ter salvado o Brasil das garras nefastas do sistema que vem governando o país, segundo o seu estilo apenas preocupado com a satisfação dos seus projetos políticos de manutenção no poder, não importando os fins para a obtenção dos meios.  

À toda evidência, essa explicação era sim do dever do ex-presidente, em nome do respeito e da consideração devidos aos seus fiéis seguidores, que ficaram longo tempo nas frentes dos quartéis do Exército, em condições absolutamente inóspitas, à espera do socorro das Forças Armadas, que foi negado logo por ele, que tinha o poder constitucional para a formalização da medida salvadora da dominação do sistema que tomou o poder, de forma abusiva e inconstitucional, à vista, em especial, da falta de transparência sobre a operacionalização das urnas eletrônicas.

Não à toa, quis o destino que o próprio ex-presidente brasileiro fosse o principal artífice de governo completamente conturbado, delineado por momentos de altos e baixos, em que a instabilidade se confirma com o pífio resultado das urnas, que evidenciaram que ele perdeu logo para político em plena decadência moral, ante o envolvimento deste em esquemas criminosos de corrupção, conforme mostram os fatos julgados pela Justiça brasileira.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, a vitória da disputa presidencial coube ao candidato que sequer consegue preencher os requisitos de conduta ilibada e idoneidade, na vida pública, conquanto isso mostra o tanto de rejeição dos brasileiros a quem foi absolutamente incapaz de presidir o Brasil segundo os critérios de normalidade republicana e em estrita observância à padronização exigida dos verdadeiros estadistas, à vista da gritante rejeição da sociedade.

Os fatos trágicos que implicaram na fuga do ex-presidente, às pressas, antes do término do seu mandato, com visível medo de retaliação, à procura de abrigo contra possível prisão, conjugado com a mórbida resistência ao seu regresso ao Brasil, mostram a real decadência de político falastrão que se transformou em homem dominado pelo medo de assumir a si próprio, sendo símbolo do fujão para outros países, o que dá a entender que ele mostra que é incapaz de assumir seus atos, na vida pública, porque, do contrário, ele jamais teria fugido, certamente para não assumir as suas responsabilidades como homem público.

Enfim, é possível se acreditar que a inacreditável tomada do poder pelo sistema predominante no Brasil pode perfeitamente ser atribuída à indiscutível inação de governo absolutamente dominado pela incompetência administrativa, que foi vitimado pelo despreparo e pela insensibilidade às estratégias políticas, motivo do malogro de gestão sem obras de impacto, que se tornou presa fácil da oposição, conforme mostram os fatos evidenciados na história brasileira.

Por certo que o Brasil não merecia tanta falta de experiência político-administrativa, em que o ex-presidente se torna contumaz exemplo de fujão medroso, como também não merece o governo atual, que é símbolo de desonestidade, à vista da marca registrada das nefastas gestões do passado, que tem como rastro a prática de irregularidades e desvio de conduta, na aplicação de recursos públicos, à luz do entendimento da Justiça brasileira.  

          Brasília, em 29 de janeiro de 2023

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