quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Abandono?

 

Em mensagem que circula nas redes sociais, um bolsonarista vem a público fazer apelo no sentido de que as pessoas se dirijam ao quartel do Exército, em Brasília, para resistir à ordem de desocupação do local dos acampamentos ali instalados, sob a alegação de que ainda há necessidade da mobilização.    

É com muita tristeza que vejo, insistentemente, pessoas navegando nas nuvens, sem querer acreditar na cruel realidade política, ainda imaginando que pode haver milagre vindo de general exonerado do cargo, em 31 último.

Isso mostra completa falta de liderança política, em que se permite que as pessoas posicionadas à frente dos quartéis do Exército fiquem se orientando com base em informações absolutamente infundadas, porque destituídas de consistência, uma vez que o Brasil já tem novo governo e nova direção das Forças Armadas, estas agora completamente alinhadas à mentalidade esquerdista, que não vão tardar a exortarem os bolsonaristas da frente dos quartéis.

Essa cruel judiação com as pessoas aquarteladas poderia muito bem ser evitada, bastando que a autoridade máxima de então tivesse tido a hombridade e a dignidade de esclarecer aos seus fiéis apoiadores a realidade sobre os acontecimentos, inclusive quanto à sua indiscutível inabilidade para o convencimento sobre a imperiosa necessidade da intervenção militar, que gorou justamente por total incompetência de articulação junto aos oficiais generais, que negaram apoio, segundo dito por ele, que apenas lamentou a situação, pouco antes de ter saído, às pressas, fugindo em busca de proteção, nos Estados Unidos da América, certamente com medo de ser preso, por crime que sequer ele foi ainda julgado.

O mais grave de tudo isso é que, além de o ex-presidente ter faltado com os necessários esclarecimentos, simplesmente também não teve qualquer preocupação em deixar seu preposto para orientar os bolsonaristas sobre o que eles deveriam fazer, em razão da nova realidade política.

Isso tem todo ingrediente de perversidade, em evidente egoísmo político, quando há compartilhamento na bonança e apenas desprezo, na dificuldade, como visto no presente caso, em que cada qual cuide de si e Deus olha por todos.

O certo é que não poderia haver final de governo mais desastroso e atabalhoado como foi este último, em que tudo deu certo somente para o ex-presidente, que se safou, no apagar das luzes, fugindo sem justificar a real motivação do seu medo de ser preso.       

Brasília, em 3 de janeiro de 2023

Nenhum comentário:

Postar um comentário