“Não
nos esqueçamos destas verdades fundamentais: o Estado não tem outra fonte de
recursos além do dinheiro que as pessoas ganham por si próprias. Se o Estado
deseja gastar mais, ele só pode fazê-lo tomando emprestado sua poupança ou te
cobrando mais tributos. E não adiante pensar que alguém irá pagar. Esse alguém
é você. Não existe essa coisa de dinheiro público. Existe apenas o dinheiro dos
pagadores de tributos. A prosperidade não virá por investimentos mais e mais
programas generosos de gastos públicos. Você não enriquece por pedir outro
talão de cheques ao banco. E nenhuma nação se tornou próspera por tributar seus
cidadãos além da sua capacidade de pagar. Nós temos o dever de garantir que
cada centavo que arrecadamos com a tributação seja gasto com o bem e sabiamente.
Pois é o nosso partido que é dedicado à boa economia doméstica. (...) Proteger a carteira dos cidadãos, proteger os
serviços públicos essas são nossas duas maiores tarefas e ambas devem ser
conciliadas. Como seria prazeroso, como seria popular dizer: gaste mais nisso,
gaste mais naquilo. É claro que todos nós temos causas favoritas. Eu, pelo menos,
tenho, mas alguém tem que fazer as contas. Toda empresa tem de fazê-lo. Toda
dona de casa tem de fazê-lo. Todo governo tem de fazê-lo e este irá fazê-lo.”.
Como
se pode perceber, facilmente, aquela estadista apenas sintetizou o seu sentimento
quanto à compreensão exata da destinação do serviço público, especialmente sobre
a imperiosidade do bem comum, com o emprego correto dos recursos públicos em
empreendimentos prioritários e necessários.
Ser
consciente apenas com o que são normal e necessário na administração pública,
em especial no que se referem às receitas e às despesas, na precisa descrição
feita pela então primeira-ministra da Grã-Bretanha, chega a causar
perplexidade, por se referir a interesse que não tem nada de especial nem
diferente da normalidade, salvo, por óbvio, quando se trata de povo
conscientizado de que é normal a desonestidade, na administração pública.
Ou
seja, tudo que foi explanado no discurso acima é apenas o trivial para todo
administrador público, mas as suas palavras terminaram se destacando porque a
essência delas é apenas observada por pouquíssimos agentes públicos, quando isso
deveria ter a adesão de todos.
Na
verdade, trata-se de raridade a existência de homem público com a sensibilidade
em sintonia com a causa pública, no estrito sentido da necessidade da
priorização dos gastos, com a real valorização da preciosidade da
satisfação do interesse da sociedade, para quem o poder público se organiza
exclusivamente para essa finalidade, ao contrário do que vêm acontecendo nos
países de povos medíocres, que elegem seus representantes inescrupulosos e
aproveitadores, que não se envergonham do desvio da verdadeira conduta que deve
primar as atividades públicas.
Enfim,
todo povo tem o governo que merece, porque ele é o exato reflexo das suas
cultura e personalidade, quanto aos sentimentos almejados de moralidade e
dignidade, a exemplo do Brasil, cuja parte expressiva do seu povo não se
envergonha de ser governada por pessoa reconhecidamente desonesta, assim
considerada pela Justiça, tendo o julgado e condenado à prisão, por base
robustas provas materiais coligidas, que não foram infirmadas por ele, que também
não teve condições de provar a sua inocência, com relação aos fatos objeto das
ações objeto das denúncias sobre a prática de irregularidades.
Nesse
contexto, em que pese a comprovação dos fatos denunciados, ele ainda se julga o
máximo da imaculabilidade, como se a desonestidade representasse a essência da
filosofia intrínseca de ideologia que tem a propriedade de transformar a
mentalidade do homem segundo o pensamento que resulta nesse flagelo da administração
pública, que condiz exatamente com a forma ideal do desvio da conduta moral, que
tem aceitação de normalidade no seu seio, a exemplo do que vem sendo defendido
e praticado pelo sistema predominante no país tupiniquim, evidentemente,
repita-se, com o beneplácito de parte dos brasileiros, certamente com idêntica
mentalidade, absurda e deformada, à luz dos princípios de civilidade e
humanismo minimamente aceitáveis para o homem moderno.
Enfim, à vista do
discurso de quem já foi uma das maiores estadistas mundiais, em face da sua ferrenha
fidelidade aos salutares princípios da administração pública, como forma
saudável e necessária à satisfação das necessidades públicas, resta o assombro diante
da idolatria a político brasileiro que se tornou símbolo de atitudes contrárias
à honestidade, à vista do seu envolvimento em denúncias sobre práticas de irregularidades
em tramitação na Justiça, sob o prisma dos princípios da moralidade pública.
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