quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Somente incompreensão?

 

O novo comandante da Força Aérea Brasileira afirmou que assume a função mesmo com a "incompreensão" de pessoas próximas, tendo afirmado que, "Como filho desta pátria tão idolatrada, eu não fugiria à luta nem me furtaria à nobre missão. E que a incompreensão de alguns mais próximos revertam-se em futuro entendimento".   

O comandante da FAB declarou que "Estou absolutamente convicto de que as Forças Armadas continuaram a usufruir dos projetos estratégicos por parte da Presidência da República e do Ministério da Defesa, assim como do tratamento gentil e harmonioso aos assuntos de defesa".

Ao passar o cargo, o ex-comandante disse, em discurso, que presta continência a autoridades, não a pessoas, tendo afirmado que "Este importante gesto de saudação militar, impessoal e que visa às autoridades, não às pessoas. Hoje, em meu último gesto como comandante da Aeronáutica, a minha continência selará a passagem da autoridade e responsabilidades que recebi do meu antecessor ao nosso comandante líder.".

Em que pese o novo comandante da Aeronáutica ter tido a sinceridade de mencionar a incompreensão por parte de seus comandados, isso não afasta da sua índole a submissão ao comando de presidente do país que é símbolo da insignificância ético-moral, que é fato completamente inaceitável para os padrões de dignidade própria da entranha disciplinar que permeia a integridade das casernas, onde o seu respeito foi consolidado no seio dos brasileiros exatamente tendo por alicerce os inarredáveis princípios da moralidade, da legalidade, da dignidade, da honestidade e principalmente a intransigência com a esculhambação e a degeneração dos princípios cívicos e patrióticos.

É positivo que o novo comandante da FAB reconheça que tenha havido, por parte de outros militares, a incompreensão pelo establishment vigente no país, em que cidadão visivelmente sem a mínima condição de cidadania, em termos de representatividade quanto aos mínimos princípios republicanos, em especial no que diz respeito à moralidade e à imaculabilidade, na vida pública, ante a imperiosa necessidade da pureza referente à padronização exemplar da dignidade para o exercício de cargo público eletivo, mas isso não justifica que ele possa servir em submissão às ordens de socialista que já foi condenado à prisão, em face de não comprovar, perante a Justiça, a sua inocência com relação à prática dos crimes de improbidade administrativa, mais precisamente sob a acusação do recebimento de propinas com recursos públicos.

É muito importante que seja ressaltada a incompreensão de outros militares acerca do status quo de os militares serem obrigados a bater continência para ex-presidiário com a vil condição moral, por ultrajar de morte o sentimento maior do que representa a corporação militar, que agora passa a ser vista com o fardamento manchado pela insensibilidade, nas pessoas dos comandantes militares.

Esses comandantes se curvaram à sedutora força do poder, em fácil aderência à índole da desonestidade, da criminalidade e da impunidade, porque são esses e outros maléficos atributos que representam a mentalidade do chefe do comandante das Forças Armadas, cujos titulares mostraram a sua inexpressividade moral, ao se submeterem ao comando de político igualmente insignificante, conforme mostram o seu histórico de ex-condenado à prisão, pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A aceitação para os comandos dos principais órgãos das Forças Armadas, sob a chefia de governo indiscutivelmente de índole corrupta, conforme mostram os fatos históricos, em desabono aos princípios republicanos, tem o condão de abonar o normal direito de se intuir que esses militares concordam plenamente com a esculhambação e a desmoralização implantadas no Brasil, cujos atos deprimentes e depravados nada representaram perante os elevados princípios militares de moralidade e dignidade que existiam até então, que eram salutares condutas e princípios antes exigidos não somente nas casernas, mas também na administração pública.

Os militares que apenas tiveram a dignidade de dizer que não aceitavam ser comandados por pessoa indigna para o exercício de qualquer cargo público, quanto mais o de presidente da República, são igualmente considerados indignos, porque somente a incompreensão, sem a efetiva insurgência contrária à vergonhosa submissão à chefia de ex-condenado, diz, enfim, que estão seguindo todos no mesmo barco da podridão da desonestidade, concordando com a maléfica cartilha socialista da criminalidade e da impunidade, dando o necessário respaldo das Forças Armadas ao regime criminoso mais deprimente já impingido aos brasileiros.

À toda evidência, os militares brasileiros perderam excelente oportunidade para a reafirmação dos consagrados pilares da dignidade e do respeito, conquistados ao longo da sua heroica história, quando deixam de compreender a delicadeza do gravíssimo momento político, para permitir que o Brasil, a quem eles juraram defender, em especial, quanto aos princípios da legalidade e da moralidade, que foram brutal e cruelmente agredidos com a passiva aceitação de convivência, em harmonia, com ex-presidiário, sem expressividade cívica, logo como chefe da nação, mesmo sendo ele o símbolo maior da criminalidade contra a administração pública, conforme o envolvimento dele nos esquemas delituosos do mensalão e do petrolão, com o agravante da falta de justificativas contra as denúncias feitas à Justiça contra ele, que ainda responde a várias ações penais.

É importante sublinhar também e em especial a menção feita pelo ex-comandante da Aeronáutica, que apresentou vexatória justificativa, por que ela era absolutamente desnecessária, diante da degradante submissão dos militares ao regime socialista, de nítida índole da desonestidade, à vista do seu histórico político-administrativo, quando ele afirmou que prestava continência a autoridades, não a pessoas, como gesto de saudação impessoal, em respeito à autoridade.

Não há a menor dúvida de que a continência simboliza o respeito sim à autoridade, assim compreendida no estado da normalidade da verdadeira, legítima e reconhecida autoridade revestida dos atributos considerados normais e incontestáveis da grandeza e dos valores do Estado, não tendo o menor cabimento, no caso, com relação à pessoa do atual presidente dos brasileiros, que precisa, urgentemente, justificar, perante a Justiça e a sociedade, o seu envolvimento em casos delituosos, cuja autoridade não se confirma ante aqueles atributos de imaculabilidade.

O importante gesto de saudação militar, que é impessoal, precisa sim ser dignificado, à vista do seu simbolismo de reverência em recíproco respeito entre os interlocutores, tendo em vista a sutileza da compreensão representada em mero gesto de cumprimento à dignidade humana.

Enfim, nas circunstâncias atuais, fica muito claro que o militar substituído tentou, em vão, justificar o motivo da sua continência à pessoa que não tem autoridade moral para merecê-la, ficando evidente que a sua última continência é sim a confirmação, em nome de todos os militares, da decadência e da indignidade de quem já mereceu altíssimos respeito e reverência dos verdadeiros brasileiros.

Brasília, em 4 de janeiro de 2023

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