sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Democracia?

 

A corte maior do país passou a adotar decisões com viés política, sem esconder essa condição de ninguém, porque isso foi declarado pelos próprios ministros.

Um dos ministros daquela corte declarou que eles derrotaram o bolsonarismo, assumindo o seu lado político, quando a sua verdadeira função não é influenciar politicamente para derrotar ninguém, enquanto outro ministro declarou que eles garantiram a eleição do presidente do país.

Um dos aspectos que causa estranheza nas ditaduras comunistas é que o poder Judiciário é, necessariamente, submisso ao poder Executivo, conforme mostram os fatos históricos.

Caso específico do Brasil, o poder Judiciário mantém sintonia com as mesmas ideias do presidente do país, ou seja, eles estão de acordo em forma de mútuo e permanente apoio um ao outro, como se eles fossem um único órgão da República.

Esse é o unânime entendimento daqueles poderes sobre o movimento de protestos de 8 de janeiro, em que eles acreditam que se tratava de iniciativa destinada à efetivação de golpe de Estado, embora seus participantes estivessem desarmados e não seguiam ordens nem comando de ninguém e isso, à luz do bom senso e da racionalidade, jamais poderia caracterizar, a rigor, em nenhum lugar do mundo e muito menos no Brasil, golpe de Estado, salvo como tentativa de se querer incriminar pessoas absolutamente inocentes, como de fato já vem acontecendo.

Tanto esse fato é verdadeiro que, de forma pacífica, um grupo de pessoas, pouco mais de mil indivíduos, foi desalojado da frente do quartel do Exército e preso, em muito pouco tempo e sem necessidade do disparo de um único tiro.

É impossível se pensar em tentativa de golpe de Estado, porque não era isso seria imaginável sem o emprego de armas, das Forças Armadas, que estavam do lado do próprio governo, cujo chefe era o presidente do país, não tendo havido também atentado violento ao Estado de Direito Democrático.

Ou seja, o Estado de Direito não foi violado em momento algum, porque a segurança nacional foi mantida intacta, sob o completo comando do presidente do país.

A repressão à liberdade de expressão se intensificou a partir de 8 de janeiro, com a prisão de centenas de pessoas, sem nenhum passado criminal, sem nenhuma arma, sob a interpretação de golpistas, apenas pelo fato de estarem se manifestando justamente pela liberdade de expressão e pela transparência das últimas eleições.

A verdade é que o Brasil passa por processo violento de transformação político-democrática, com a implantação de projeto de poder, em que se visa à concentração de poder, tendo por propósito a tentava de desfiguração da oposição, os conservadores, fazendo com que esses pensadores recebam sempre o cunho de bolsonaristas, na esperança de que, fazendo assim, a imprensa se coloca contra eles, porque no período do governo do ex-presidente do país, ele foi completamente inábil no contato com a imprensa.

À toda evidência, a maior parte da imprensa se colocou, durante o governo anterior, contrariamente ao ex-presidente do país e continua a criticá-lo sem trégua.

Infelizmente, há a concepção de que todos os conservadores, sob o prisma da esquerda, são bolsonaristas, cuja ideia é a de que quem é seguidor desse político não pode pensar em democracia e os da esquerda são os únicos que sabem bem o que é a democracia, que, por certo, é o caminho de pensamento único e socialista.

Assim, sob esse mórbido entendimento, a rigor, o Brasil atravessa verdadeiro processo imaginado pelo pensador e filósofo político Antônio Gramsci, que pontificou: “uma das formas da esquerda de conquistar o poder é utilizar todos os caminhos da democracia e, com isso, implantar a ditadura.

Os fatos do dia a dia mostram claro processo sob as trilhas gramscianas, que percebeu que, em muitos países, a ditadura de esquerda era conseguida “por meio de processos ditos democráticos.”.

Acredita-se que a única maneira que os conservadores têm para combater, numa democracia, esse horroroso quadro de socialização é fazer uso da palavra, tendo coragem para denunciar os abusos, evidentemente sem temor da perseguição, ante o seu pensamento diferente do governo, sob o entendimento de que a verdadeira democracia se constrói e se aperfeiçoa por meio do diálogo amplo e objetivo, sempre respeitando as teses inerentes à situação e à oposição.

Enfim, convém que os brasileiros se conscientizem de que, em qualquer circunstância, é importante que haja o diálogo, a tolerância e a disposição para defender a liberdade de expressão, porque esses princípios são a verdadeira arma da democracia, de modo que sejam evidenciados os fatos reais e não as narrativas que estão prevalecendo no Brasil.

Brasília, em 9 de fevereiro de 2024

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