A corte maior do país passou a adotar decisões com
viés política, sem esconder essa condição de ninguém, porque isso foi declarado
pelos próprios ministros.
Um dos ministros daquela corte declarou que eles
derrotaram o bolsonarismo, assumindo o seu lado político, quando a sua
verdadeira função não é influenciar politicamente para derrotar ninguém,
enquanto outro ministro declarou que eles garantiram a eleição do presidente do
país.
Um dos aspectos que causa estranheza nas ditaduras comunistas
é que o poder Judiciário é, necessariamente, submisso ao poder Executivo,
conforme mostram os fatos históricos.
Caso específico do Brasil, o poder Judiciário mantém
sintonia com as mesmas ideias do presidente do país, ou seja, eles estão de
acordo em forma de mútuo e permanente apoio um ao outro, como se eles fossem um
único órgão da República.
Esse é o unânime entendimento daqueles poderes sobre
o movimento de protestos de 8 de janeiro, em que eles acreditam que se tratava
de iniciativa destinada à efetivação de golpe de Estado, embora seus participantes
estivessem desarmados e não seguiam ordens nem comando de ninguém e isso, à luz
do bom senso e da racionalidade, jamais poderia caracterizar, a rigor, em
nenhum lugar do mundo e muito menos no Brasil, golpe de Estado, salvo como tentativa
de se querer incriminar pessoas absolutamente inocentes, como de fato já vem
acontecendo.
Tanto esse fato é verdadeiro que, de forma
pacífica, um grupo de pessoas, pouco mais de mil indivíduos, foi desalojado da
frente do quartel do Exército e preso, em muito pouco tempo e sem necessidade do
disparo de um único tiro.
É impossível se pensar em tentativa de golpe de
Estado, porque não era isso seria imaginável sem o emprego de armas, das Forças
Armadas, que estavam do lado do próprio governo, cujo chefe era o presidente do
país, não tendo havido também atentado violento ao Estado de Direito
Democrático.
Ou seja, o Estado de Direito não foi violado em
momento algum, porque a segurança nacional foi mantida intacta, sob o completo
comando do presidente do país.
A repressão à liberdade de expressão se
intensificou a partir de 8 de janeiro, com a prisão de centenas de pessoas, sem
nenhum passado criminal, sem nenhuma arma, sob a interpretação de golpistas,
apenas pelo fato de estarem se manifestando justamente pela liberdade de
expressão e pela transparência das últimas eleições.
A verdade é que o Brasil passa por processo
violento de transformação político-democrática, com a implantação de projeto de
poder, em que se visa à concentração de poder, tendo por propósito a tentava de
desfiguração da oposição, os conservadores, fazendo com que esses pensadores
recebam sempre o cunho de bolsonaristas, na esperança de que, fazendo assim, a
imprensa se coloca contra eles, porque no período do governo do ex-presidente
do país, ele foi completamente inábil no contato com a imprensa.
À toda evidência, a maior parte da imprensa se
colocou, durante o governo anterior, contrariamente ao ex-presidente do país e
continua a criticá-lo sem trégua.
Infelizmente, há a concepção de que todos os
conservadores, sob o prisma da esquerda, são bolsonaristas, cuja ideia é a de que
quem é seguidor desse político não pode pensar em democracia e os da esquerda
são os únicos que sabem bem o que é a democracia, que, por certo, é o caminho
de pensamento único e socialista.
Assim, sob esse mórbido entendimento, a rigor, o
Brasil atravessa verdadeiro processo imaginado pelo pensador e filósofo
político Antônio Gramsci, que pontificou: “uma das formas da esquerda de
conquistar o poder é utilizar todos os caminhos da democracia” e,
com isso, implantar a ditadura.
Os fatos do dia a dia mostram claro processo sob as
trilhas gramscianas, que percebeu que, em muitos países, a ditadura
de esquerda era conseguida “por meio de processos ditos democráticos.”.
Acredita-se que a única maneira que os
conservadores têm para combater, numa democracia, esse horroroso
quadro de socialização é fazer uso da palavra, tendo coragem para denunciar os
abusos, evidentemente sem temor da perseguição, ante o seu pensamento diferente
do governo, sob o entendimento de que a verdadeira democracia se constrói e se aperfeiçoa
por meio do diálogo amplo e objetivo, sempre respeitando as teses inerentes à situação
e à oposição.
Enfim, convém que os brasileiros se conscientizem
de que, em qualquer circunstância, é importante que haja o diálogo, a tolerância
e a disposição para defender a liberdade de expressão, porque esses princípios
são a verdadeira arma da democracia, de modo que sejam evidenciados os fatos
reais e não as narrativas que estão prevalecendo no Brasil.
Brasília, em 9 de fevereiro de 2024
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