segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Insanidade

 

O presidente brasileiro comparou a reação de Israel ao grupo terrorista Hamas ao Holocausto, quando o demoníaco regime nazista exterminou mais de 6 milhões de judeus, pelo simples instinto de crueldade e desumanidade.

Ele declarou, in verbis:Sabe o que está acontecendo na Faixa de Gaza o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. Então como é possível que a gente possa colocar um tema tão pequeno, sabe? Você deixar de ter ajuda humanitária? O Brasil condenou o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza.”.

O presidente disse que não está acontecendo guerra na Faixa de Gaza, mas genocídio, quando já foram mortas mais de 28 mil pessoas, desde o início da reação israelense, segundo o Hamas.

Diante dessas insensatas afirmações do presidente brasileiro, a reação do primeiro-ministro de Israel foram duras e contundentes, quando ele as classificou de palavras vergonhosas e graves, nestes termos: "Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e irá fazê-lo ao mesmo tempo que defende o direito internacional. Decidi com o chanceler Israel Katz convocar imediatamente o embaixador brasileiro em Israel para uma dura conversa de repreensão".

Em seguida o primeiro-ministro de Israel declarou que "O presidente desonrou a memória de 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas e demonizou o Estado judeu, como o mais virulento antissemita. Ele deveria ter vergonha de si mesmo”.

O presidente do Museu do Holocausto, em Jerusalém, escreveu que "As palavras vergonhosas de (presidente brasileiro) são uma combinação repugnante de ódio e ignorância. Comparar uma nação que luta contra uma organização terrorista assassina com as ações dos nazistas no Holocausto merece total condenação”.

O ministro de Relações Exteriores de Israel disse que "Ninguém vai prejudicar o direito que Israel tem de se defender".

Um diplomata brasileiro aposentado afirmou que a comparação feita pelo presidente brasileiro é muito grave, tendo afirmado: “Olha, eu acho que a fala do presidente realmente passou da linha vermelha, como se diz. Porque ele já vinha criticando o governo de Israel, criticou Netanyahu por insanidade nas ações que ele estava tomando, mas até aqui ficava a crítica ao governo de Israel. Agora, ao comparar as ações de Israel com o Holocausto, ele critica o próprio Estado de Israel. Eu acho que aí aumentou a gravidade e a reação do governo de Israel foi imediata. (...) O Holocausto é uma coisa gravíssima, é uma coisa que supera a imaginação do mal. E a crise de Gaza é uma guerra localizada, é uma ação contra um grupo terrorista que matou israelenses também. (...)”.

A Federação Israelita do Brasil afirmou que a fala do presidente brasileiro foi uma distorção perversa da realidade e ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes.

O Instituto Brasil-Israel afirmou que a comparação do presidente brasileiro é um erro grosseiro, que inflama tensões e mina a credibilidade do governo brasileiro como um interlocutor pela paz.

O presidente executivo de instituição educacional sobre Israel, no Brasil,  afirmou que as declarações do presidente brasileiro têm cunho antissemita, quando há preconceito e ódio aos judeus, tendo afirmado: “Por mais triste que seja, isso é de uma certa forma acusar os judeus do crime de seus algozes de 80 anos atrás e, ao mesmo tempo, diminui e banaliza a memória das 6 milhões de vítimas do Holocausto. (...)”.

A infeliz comparação em comento mereceu o repúdio da Comunidade Israelita no Brasil, que disse: "A Conib repudia as declarações infundadas do presidente (brasileiro), comparando o Holocausto à ação de defesa do Estado de Israel contra o grupo terrorista Hamas. Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu. Essa distorção perversa da realidade ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes. O governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira. A Conib pede mais uma vez moderação aos nossos dirigentes, para que a trágica violência naquela região não seja importada ao nosso país.".

O centro de Memória do Holocausto declarou que “Não esqueceremos e não perdoamos. Esse e um grave ataque antissemita. Em meu nome e em nome dos cidadão do Estado de Israel, informe ao presidente (brasileiro) que ele é uma personalidade indesejada em Israel.”.

Como não poderia ser diferente, o Hamas declarou apoio à insana comparação em apreço, nos seguintes termos: “Nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), apreciamos a declaração feita pelo presidente brasileiro (omiti o nome), que descreve o que nosso povo palestino na Faixa de Gaza está sujeito como um Holocausto, e que as ações dos sionistas hoje em Gaza são as mesmas que o nazista (omiti o nome) fez aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Esta declaração vem no contexto de descrever com precisão a que nosso povo está sujeito e expor a enormidade do crime sionista cometido com a cobertura e o apoio aberto da administração americana (...)”.

Na declaração do Hamas, contestando a agressividade de Israel, esse grupo ultraterrorista é coerente com o seu instinto de irracionalidade e barbaridade, apenas condenando a reação à altura da monstruosidade praticada por ele, que invadiu aquele país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e praticou outras atrocidades e ainda quer se passar por agredido, como se fosse vítima de selvageria de atos comparáveis ao Holocausto e se ele tivesse o direito de cometer impunemente os mais horrorosos crimes contra a humanidade.

Vejam que essa mesma mentalidade doentia, insana e irracional do Hamas é acompanhada pelo presidente brasileiro, que somente tem diminuta capacidade para enxergar a desgraça dos estragos causados ao povo palestino, como que simplesmente fechando os olhos para a tragédia sofrida pelo povo israelense, que foi barbaramente violentado pelo Hamas, cuja guerra é apenas forma natural de revide à altura da brutalidade completamente desnecessária deflagrada pelo grupo terrorista, que precisa ser exterminado da face da Terra.

Á toda evidência, a comparação feita pelo presidente brasileiro expõe verdadeiras debilidade e irresponsabilidade, ao praticamente banalizar a maior tragédia da humanidade a conflito de guerra causada por agressão de grupo terrorista da pior periculosidade, que precisa ser contido nas suas ações de selvagerias contra os israelenses.

A atitude do presidente brasileiro agride não somente o sagrado direito à liberdade de expressão, mas faz terrível desprezo à dignidade do povo judeu e seus descendentes, em razão do sofrimento por conta do horror do nazismo, além de alimentar o aumento do antissemitismo, no Brasil.

Diante dessa horrorosa e desumana comparação feita pelo presidente brasileiro, urge que os brasileiros honrados se manifestem em veemente repúdio à atitude grosseira e agressiva ao povo israelense, exigindo que ele se retrate, em respeito aos princípios diplomáticos, humanitários e de civilidade.   

Brasília, em 19 de fevereiro de 2024

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