A
manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, que reuniu milhares de
seguidores, o último ex-presidente recebeu demonstração do seu capital político,
quando as pessoas compareceram em atendimento do apelo dele de mostrar ao mundo
o seu valor como homem público, de modo que isso possa causar impacto político
a favor dele.
Na
verdade, o único objetivo da monstruosa reunião deste último domingo foi
possibilitar que o ex-presidente apresente, como ele próprio disse, o retrato
de que ele mantém apoio popular e, na vã tentativa de reagir, de certa forma, ao
avanço das investigações sobre ele.
No
ato da Avenida Paulista, o ex-presidente que vem sendo alvo de cerrada perseguição
política, tendo negado tentativa de golpe de Estado e de contrapor ao resultado
da última eleição presidencial, além de propugnar pela anistia às pessoas que
estão sendo julgadas e condenadas injustamente pelos crimes não cometidos nos
ataques de 8 de janeiro.
Como
não poderia ser diferente, o ex-presidente evitou atacar a corte maior do país,
mas ressaltou que “Não podermos concordar que um poder tire do palco
político quem quer que seja.”.
A verdade é que o momento político recomenda que as declarações do ex-presidente
sejam pautadas sobretudo por cautelas e prudência, uma vez que palavras agressivas
teriam o condão de insuflar ainda os ânimos
que estão bastante aquecidos, em face das investigações que estão em curso
naquela corte.
Temia-se
até que declarações com margem de serem interpretadas como crimes poderiam até
mesmo resultar na prisão do ex-presidente, à vista da alta tensão que existe no
momento, porém, prevaleceu a prudência, nos discursos.
É
preciso se ter a consciência de que mobilização dessa magnitude compreende desprendimento,
boa vontade e o empenho das pessoas, conquanto convenha se aquilatar as suas
reais consequências, em termos dos seus benefícios para alguma causa.
Nesse
contexto, impõe-se, agora, se avaliar o verdadeiro resultado dessa manifestação,
para o que ela realmente serviu, qual o seu verdadeiro significado ou se
somente ela serviu para satisfazer o ego de político de mente vazia, que não
tem objetivo prático senão de se beneficiar do sacrifício do povo.
À toda evidência, essa manifestação é o retrato fiel do abuso do poder, influenciado pelo prestígio pessoal para mobilizar multidão, para o mero registro, como assim disse o interessado, do retrato do apoio do povo à sua pessoa, quando isso não tem a menor representatividade, nenhuma importância, em termos de aproveitamento do próprio povo, que seria, enfim, o que se poderia esperar do empenho da multidão, não apenas em se encerrar em mero retrato, sem qualquer resultado em benefício senão do próprio político, como forma de satisfazer o seu ego. É preciso que os verdadeiros brasileiros se conscientizem de que o momento brasileiro, de intensas crises institucionais, impõe-se o estabelecimento de prioridade de mobilização da sociedade, mas tão somente na busca de medidas capazes de livrar o Brasil da situação caótica que se encontra, conquanto político tem a pachorra de se preocupar em priorizar a obtenção de retrato para alimentar objetivos pessoais. Convém que os brasileiros entendam, como forma de responsabilidade cívica e patriótica, que a prioridade, no atual contexto político-administrativo, é a salvação do Brasil, por meio, sim, da mobilização da população, em apoio de medidas capazes de implantar, com urgência, a sua moralização, consistente na observância dos princípios da honestidade, da eficiência, da dignidade, economicidade, da transparência e da responsabilidade.
Brasília, em 26 de fevereiro de 2024
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