Conforme
vídeo que circula nas redes sociais, pessoas ligadas ao governo anterior ao
atual reclamam de perseguições e manobras perpetradas por adversários políticos
do último ex-presidente do país, tendo por finalidade mostrar incompetência na
administração sob o comando dele, dando a entender que havia nisso verdadeiro
processo de vitimização em curso contra os planos políticos para desestruturá-lo
e desacreditá-lo perante a sociedade.
Sem
dúvida alguma, a vida mostra, em carne viva, que um dos piores vícios do ser
humano é a sustentação permanente da necessidade vital da vitimização.
Recentemente,
ocupou o trono presidencial pessoa superiormente experta nesse processo de
vitimização, que foi o seu maior exemplo no cargo, por se passar por vítima e coitadinho,
em tudo que aproveitava para demonstrar esse infame sentimento de inferioridade
e incapacidade de superação dos “intransponíveis” obstáculos, assim patenteado
por ele, evidentemente que tudo era arquitetado para acobertar incompetência
gerencial.
Para
que tudo se amoldasse a esse jeitinho de esperteza política, foi instituído um
poderoso slogan, sob o argumento de que o governo não trabalha, não
executa tal medida ou política por causa de imposição emanada por determinado
poder ou autoridade.
A
verdade é que a eterna vítima se esqueceu de que em todos os empecilhos e
obstáculos sempre havia a possibilidade constitucional de recursos contra atos
contrários ao seu governo, mesmo que eles fossem negados, mas que a peça recursal
teria a oportunidade para mostrar a incoerência entre o fato e legislação
aplicável ao caso em discussão, ou seja, a verdade ficava registrada nela.
Essa medida tinha o respaldo e a proteção
constitucionais, com base nos sagrados princípios da ampla defesa e do
contraditório.
Isso
jamais ocorreu no governo anterior, como recurso necessariamente competente,
que é normalmente utilizado pelas pessoas inteligentes e sensatas,
especialmente na vida pública e tanto isso é verdade que existe a figura do
recurso às instâncias competentes.
Vejam-se
que há muita lógica quanto à falta de recursos contra os abusos, as
arbitrariedades e as inconstitucionalidade, que era o álibi exatamente da
consequente perda da motivação sobre a consistência da permanente possibilidade
da alegação de vítima, fato este que, ao contrário, se houvesse recursos, não
tinha como se afirmar forma de perseguição ou interferência no trabalho do
governo.
Ou
seja, perderia sentido a alegação de vítima do sistema, como se isso fosse
verdade absoluta, quando existia mesmo era vontade deliberada para que aquela
autoridade fizesse que seus fanáticos seguidores acreditassem nessa medíocre
farsa, engendrada para ele tirar proveito da situação, ao passar a merecer o
apoio daqueles brasileiros, como de fato e de direito, ele fosse realmente
vítima do sistema, quando isso teria sido desmascarado facilmente com o emprego
dos recursos pertinentes, nos casos de possíveis interferências de outros
poderes no seu governo.
É
extremamente deplorável que o Brasil tenha sido governado por pessoa que
aproveitou o poder para se passar de vítima, quando a verdadeira vítima mesmo
foi o povo que assistiu a tudo de esquisito e ainda o aplaudiu, como se os
erros fossem dos outros, quando o errado era o próprio mandatário, que poderia
ter recorrido incontinente contra aos casos questionáveis, suspeitos ou até
mesmo irregulares.
A
importante lição constante do vídeo em apreço presta relevante contribuição
sobre a esperteza das pessoas, em que elas se passam por vítimas exatamente
para o acobertamento das suas deficiências e incompetências, conforme ficou
fartamente comprovado em passado recente, no Brasil, na tentativa de se
beneficiar da ingenuidade dos brasileiros honrados.
Brasília, em 6 de fevereiro de 2024
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