terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Vitimização?

 

Conforme vídeo que circula nas redes sociais, pessoas ligadas ao governo anterior ao atual reclamam de perseguições e manobras perpetradas por adversários políticos do último ex-presidente do país, tendo por finalidade mostrar incompetência na administração sob o comando dele, dando a entender que havia nisso verdadeiro processo de vitimização em curso contra os planos políticos para desestruturá-lo e desacreditá-lo perante a sociedade.

Sem dúvida alguma, a vida mostra, em carne viva, que um dos piores vícios do ser humano é a sustentação permanente da necessidade vital da vitimização.

Recentemente, ocupou o trono presidencial pessoa superiormente experta nesse processo de vitimização, que foi o seu maior exemplo no cargo, por se passar por vítima e coitadinho, em tudo que aproveitava para demonstrar esse infame sentimento de inferioridade e incapacidade de superação dos “intransponíveis” obstáculos, assim patenteado por ele, evidentemente que tudo era arquitetado para acobertar incompetência gerencial.

Para que tudo se amoldasse a esse jeitinho de esperteza política, foi instituído um poderoso slogan, sob o argumento de que o governo não trabalha, não executa tal medida ou política por causa de imposição emanada por determinado poder ou autoridade.

A verdade é que a eterna vítima se esqueceu de que em todos os empecilhos e obstáculos sempre havia a possibilidade constitucional de recursos contra atos contrários ao seu governo, mesmo que eles fossem negados, mas que a peça recursal teria a oportunidade para mostrar a incoerência entre o fato e legislação aplicável ao caso em discussão, ou seja, a verdade ficava registrada nela.

 Essa medida tinha o respaldo e a proteção constitucionais, com base nos sagrados princípios da ampla defesa e do contraditório.

Isso jamais ocorreu no governo anterior, como recurso necessariamente competente, que é normalmente utilizado pelas pessoas inteligentes e sensatas, especialmente na vida pública e tanto isso é verdade que existe a figura do recurso às instâncias competentes.

Vejam-se que há muita lógica quanto à falta de recursos contra os abusos, as arbitrariedades e as inconstitucionalidade, que era o álibi exatamente da consequente perda da motivação sobre a consistência da permanente possibilidade da alegação de vítima, fato este que, ao contrário, se houvesse recursos, não tinha como se afirmar forma de perseguição ou interferência no trabalho do governo.

Ou seja, perderia sentido a alegação de vítima do sistema, como se isso fosse verdade absoluta, quando existia mesmo era vontade deliberada para que aquela autoridade fizesse que seus fanáticos seguidores acreditassem nessa medíocre farsa, engendrada para ele tirar proveito da situação, ao passar a merecer o apoio daqueles brasileiros, como de fato e de direito, ele fosse realmente vítima do sistema, quando isso teria sido desmascarado facilmente com o emprego dos recursos pertinentes, nos casos de possíveis interferências de outros poderes no seu governo.

É extremamente deplorável que o Brasil tenha sido governado por pessoa que aproveitou o poder para se passar de vítima, quando a verdadeira vítima mesmo foi o povo que assistiu a tudo de esquisito e ainda o aplaudiu, como se os erros fossem dos outros, quando o errado era o próprio mandatário, que poderia ter recorrido incontinente contra aos casos questionáveis, suspeitos ou até mesmo irregulares.

A importante lição constante do vídeo em apreço presta relevante contribuição sobre a esperteza das pessoas, em que elas se passam por vítimas exatamente para o acobertamento das suas deficiências e incompetências, conforme ficou fartamente comprovado em passado recente, no Brasil, na tentativa de se beneficiar da ingenuidade dos brasileiros honrados.

Brasília, em 6 de fevereiro de 2024

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