terça-feira, 19 de julho de 2011

Alvíssaras

Quem ainda não acreditava na verdadeira justiça dos deuses do futebol, agora, felizmente, não resta mais qualquer dúvida quanto à sua perfeição. Não chega a ser nenhuma novidade de que é próprio do torcedor brasileiro enxergar somente as qualidades do escrete Canarinho e enaltecê-las, mesmo que o time não consiga superar as adversidades que se tornaram corriqueiras por parte dos seus opositores. Nessa Copa América, por exemplo, ninguém foi capaz de praticar criatividade futebolística nem atos heroicos, que merecessem qualquer reconhecimento ou a sua glorificação. O êxito ou a conquista daqueles que continuam no torneio reside unicamente na persistência da apresentação de um futebol medíocre, consistente apenas na retranca improdutiva e covarde, que leva em conta tão somente o resultado. Não obstante, também pratica tamanha ou pior mediocridade a seleção de futebol, como no caso da verde-amarela, que não teve nenhum esquema de qualidade capaz de impor, com a indispensável superioridade, capacidade e força para a superação do ferrolho defensivo, do abominável e desprezível futebol apenas competitivo por baixo, feio e sem mérito, que tem o condão de empobrecer o espetáculo desportivo. Enfim, ratificando a assertiva acima, fica fácil entender que, realmente, os deuses do futebol foram justíssimos, nesta tarde de domingo, ao mandarem, precocemente, de volta para casa a equipe verde-amarela, que, de forma bisonha e ridícula, foi capaz de protagonizar, diante da ávida torcida tupiniquim, a perda de quatro penalidades, após duas horas de igualmente improdutivo futebol. Algo jamais visto na história da gloriosa seleção brasileira, ficando claro que essa patente incompetência não tinha o direito de merecer melhor sorte. Embora lamentável e triste, sob todos os aspectos, espera-se que esse episódio sirva verdadeiramente para que o time do Brasil, incluída a direção, seja completamente renovado e que, doravante, os jogadores convocados tenham qualidade à altura de vestirem a mais respeitada camisa de futebol do mundo, para dignificá-la e honrá-la, não permitindo que a nação seja, de forma vil, novamente ultrajada e humilhada.
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 17 de julho de 2011

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