quinta-feira, 7 de julho de 2011

Transportes em "boas mãos"

Após reunião da bancada no final da tarde desta última quarta-feira, o líder do Partido da República, na Câmara dos Deputados, afirmou que o partido foi "total e completamente injustiçado", por ter sido "execrada em praça pública", sem qualquer espécie de prova.  O objetivo dessa reunião, além do anúncio oficial da saída do cargo do ministro dos Transportes, era acalmar os ânimos de deputados da legenda, que se declararam insatisfeitos com o governo, mas, dada a importância de ser da base dele, foi descartada qualquer tipo de retaliação em votações no Congresso Nacional. Na ocasião, foi ressaltado que "Tem gente que anda preocupado já há mais tempo", referindo-se à insatisfação do partido com relação à liberação de emendas, por exemplo, e mais: "Somos o partido mais fiel da base. Agora é natural [que deputados reclamem], pois eles não são vaca de presépio.". Demonstrando o caráter do relacionamento nada transparente entre o partido e o governo, no sentido explícito do famoso e abominável “toma lá dá cá”, a liderança do PR foi enfática ao afirmar que o nome do secretário-geral para o cargo de ministro é apenas bom para assumir interinamente, mas terá que ser trocado posteriormente por um nome mais político. E conclui: "É um nome interino competente, mas entre ser tudo isso e um ministro do partido há um hiato que tem que ser ajustado.", ou seja, no claro português, o governo não está nem maluco para não efetivar um nome que não seja de um parlamentar indicado pelo PR. De fato, nos corredores do Congresso Nacional, circulava, nesta quinta-feira, informação no sentido de que um senador do partido estava bastante cotado para assumir a pasta, que tem sido território livre, conforme reconheceu a própria presidente da República, ao determinar a exoneração de quatro importantes ocupantes de cargos de confiança do ministro, para a prática de corrupção e de incompetência na gerência dos negócios inerentes às estradas e rodovias nacionais, onde os próprios aliados do governo reclamam constantemente da péssima administração da política dos transportes. O certo é que o governo perde importante oportunidade para demonstrar competência e seriedade com os negócios do Estado, ao deixar de aproveitar o ensejo para fazer uma limpeza moral e ética num ministério povoado por políticos inescrupulosos, corruptos e comprovadamente contrários ao interesse público.  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 07 de julho de 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário