quarta-feira, 6 de julho de 2011

"Eficiência" nos transportes

Nesta última terça-feira, o presidente do Senado Federal se pronunciou em apoio à permanência no cargo do ministro dos Transportes, ao tempo em que reconheceu que as denúncias contra ele são "muito graves", mas a exonerado dele não pode ser feita "apenas por uma acusação publicada". E afirmou: "Acho que a presidente tomou medidas imediatas que foram muito saneadoras e, em seguida, entregou ao ministro a condução da apuração dessas irregularidades todas". As suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes, no DNIT e na Valec incluem um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina que beneficiaria o Partido da República, que controla a pasta desde o governo anterior e é um dos principais aliados do atual. Curiosamente, mesmo diante do escândalo, a presidente da República distribuiu nota, nesta última segunda-feira, preservando o ministro no cargo, ao afirmar: “O governo manifesta sua confiança no ministro Alfredo Nascimento”,... “O ministro é o responsável pela coordenação do processo de apuração das denúncias feitas contra o Ministério dos Transportes”. Isso reforça o entendimento segundo o qual o Brasil institucionalizou a impunidade, ao serem confiadas apurações justamente ao chefe dos servidores envolvidos em possíveis irregularidades e que foram afastados dos seus cargos. Não obstante, com base na avaliação abalizada e nas considerações respeitáveis do presidente do Senado, que entende a fundo os meandros das falcatruas e das corrupções, o seu decisivo e incondicional apoio à permanência do ministro no cargo, restam poucas dúvidas quanto à existência de graves irregularidades no caso.  O presidente do Senado é realmente especialista e bom entendedor desses casos escabrosos, por possuir vasta experiência haurida dos muitos ilícitos em que se envolveu, sendo alvo de diversas acusações e denúncias suspeitas, que, mesmo sem ter conseguido prestar as justificativas pertinentes, teve os respectivos processos arquivados, com o apoio dos seus fieis correligionários. A repercussão do apoio do “probo” presidente do Senado foi tão importante para o desfecho do caso, que, hoje, o ministro dos Transportes renunciou ao cargo, por não suportar a avalanche de denúncias de irregularidades que sufocaram a sua “proveitosa” gestão. Pena que o país perde um “competente” colaborador, mas o seu substituto, por certo, continuará o seu “profícuo” trabalho realizado, de modo que as estradas e rodovias vão continuar essa beleza de “invejável perfeição” e “modernidade”.   

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 06 de julho de 2011

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