sábado, 9 de julho de 2011

Insipiência da descriminalização das drogas

O ex-presidente da República e sociólogo voltou a defender, em programa televisivo da Rede Globo, a descriminalização de drogas, como a maconha, ressaltando que "Sabemos que existe a droga e que é difícil acabar com ela. Sabemos também que ela é prejudicial, mas não devemos repreender quem usa. É importante informar sobre os riscos, investir na prevenção e discutir o assunto em casa.". Não passa de tremenda demagogia alguém, tão compete e experiente na vida, sair por aí disseminando o uso livremente da maconha, como se se tratasse de algo importante e fundamental para a saúde ou para o benefício do organismo. Não é novidade para ninguém que a maconha causa dependência química e normalmente o seu usuário não se satisfaz somente com as suas substâncias, que servem mais de trampolim à procura incontrolada por drogas mais pesadas e verdadeiramente alucinantes. Não deixa de ser insensatez o reconhecimento dos prejuízos e riscos causados pelo uso da maconha e propugnar pela sua liberalização, com a esperança de que a prevenção e discussão do assunto em casa seriam o remédio milagroso para combater a dependência enlouquecida e alucinante, como se tudo isso fosse tratada apenas com pessoas normais, lúcidas e conscientes, que têm pleno domínio de si e sabem perfeitamente distinguir o certo do errado e o bom do ruim. Seria importante que esse cidadão fosse mais explícito, mais responsável, com a exposição da sua experiência com o contato e o tratamento de usuário da maconha, porque somente quem conhece a fundo os efeitos dessa droga e o seu resultado no organismo tem autoridade para defender o seu uso, de forma generalizada e permitida. Há em tudo isso forte apelo sem causa, porque esse cidadão não apresenta nada, somente fala da boca para fora, pois a defesa vazia não serve de fundamento para reforçar os seus argumentos, porquanto a sociedade não suporta mais esse lero-lero que não leva a nada e não contribui para instruí-la quanto à existência de possível benefício da pretendida descriminalização da maconha. Seria importante que fossem apresentados, como forma de ensinamento e lucidez do tema, estudos, resultados de pesquisas, experiências pessoais e tudo o mais que possa trazer luz à frágil e absurda tese em foco. Não resta a menor dúvida de que isso é um grande desserviço às causas sociais, que têm sido bastante prejudicadas com o uso indiscriminado da maconha, tanto por parte dos usuários quanto para o resto da sociedade, que sofre as consequências da violência que grassa cada vez mais crescente e alucinada pelo país afora, sem qualquer controle, sem ninguém para informar os malefícios, nem para prevenir sobre o desastre que a maconha pode causar a quem dela faz uso. Como forma de contribuir para a solução do grave problema das drogas que toma conta do país, caso esse seja o seu verdadeiro interesse, esse cidadão poderia, ao invés de ficar falando por aí, ser mais útil à sociedade, caso se dispusesse ao engajamento, colocando a mão na massa, para praticar, com efetividade, a prestação dos serviços essenciais às suas formulações, principalmente a divulgação sobre os riscos e a prejudicialidade do uso da maconha, mostrando, porém, como ter sucesso no investimento da prevenção e da discussão do assunto em casa, de modo que tudo isso seja mais benéfico para a sociedade do que o controle e a repreensão ao tráfego, a punição aos narcotraficantes e o tratamento aos usuários da droga, em que pesem estas medidas atualmente não serem efetivadas, contrariando a legislação de regência.
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 09 de julho de 2011

   

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