terça-feira, 26 de julho de 2011

Desperdício de recursos

Segundo o governo do Distrito Federal, a construção do Estádio Nacional de Brasília servirá para mostrar, não só a singularidade de um empreendimento como ecoarena desportivo-social e único com certificação internacional, mas a capacidade de execução das obras com eficiência e transparência, possibilitando que a capital do Brasil seja merecedora de referência mundial. Não é de agora que a Brasília se vangloria em aparecer para o exterior como sendo a suprassuma em monumentos faraônicos, construídos com o sacrifício dos contribuintes, cuja utilidade não passará de visitação pública como lindo e magnífico museu, a exemplo da obra em apreço, em que a sua manutenção exigirá alocação de novas e substanciais verbas públicas. Com o dinheirama carreado para mais esse elefante branco, certamente que o Distrito Federal seria vitrine para o mundo como exemplo de eficiência e eficácia se tais recursos tivessem sido aplicados em obras públicas destinadas ao atendimento das necessidades prioritárias da sociedade, principalmente para a construção de hospitais, escolas, centro se recuperação de drogados, ginásios/quadras de esportes populares etc. Aliás, nem haveria necessidade de servir de referência para ninguém além da população brasiliense, que se sentiria altamente recompensada com a satisfação das suas carências crônicas, cuja relevância é sempre objeto de discussão somente nas campanhas eleitorais, quando os candidatos elegem como principal bandeira de seu programa de governo a solução da saúde, da educação, da segurança... Infelizmente, a vaidade dos administradores públicos não tem freio e é capaz de atropelar literalmente suas promessas eleitorais e, de forma absurda, de realizar obras onerosas e inúteis. Compete à sociedade, na última instância consciencial, escolher, com seu magistral e poderoso voto, o governante que seja realmente preparado para empregar recursos públicos somente em atendimento às efetivas necessidades sociais, em estrita consonância com a parcimônia e a capacidade contributiva dos cidadãos. 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 25 de julho de 2011

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