segunda-feira, 4 de julho de 2011

O furo da piscina

Não é que a piscina tenha sido estragada, danificada, pelo seu uso constante. Na verdade, o furo arrasador foi causado pela terrível notícia sobre a ingestão indevida, pelo famoso nadador brasileiro e mundial na atualidade, da substância denominada furosemida, encontrada em cápsulas de cafeína. Em princípio, acreditava-se que a farmácia de manipulação teria sido a causadora do doping do atleta, mas logo veio o esclarecimento no sentido de que há forte possibilidade da contaminação do produto ter ocorrida por meio da manipulação cruzada, ou seja, no seu processamento, devido à suspensão de partículas existentes na bancada de manipulação. Por esse motivo, houve uma penalidade leve ao nadador com apenas advertência, por não ter ficado provado que ele teve intenção de usar substância ilegal ou que tenha cometido ato de negligência. O fato causa espécie, em face de o atleta do quilate dele, recordista mundial nas piscinas, com notórias fama e respeitabilidade jamais alcançadas por um nadador brasileiro, se envolver num caso tão aviltante como esse, que, inclusive, pode contribuir para uma punição exemplar, com a sua suspensão de até dois anos e a anulação do resultado conquistado no evento da constatação. Custa acreditar, para aqueles que o admiram e torcem pelo seu sucesso, que essa leviandade tenha ocorrida com um superatleta, de expressão da maior grandeza, que tem sido modelo e verdadeiro incentivo para as novas gerações de nadadores, mas, infelizmente, ele e sua equipe não foram igualmente competentes e capazes de evitar o cometimento de imprudência fenomenal, por ser incompatível com a modalidade de esporte por ele praticada. Não obstante, o torcedor brasileiro espera e confia que essa grave irregularidade não seja confirmada por culpa do nadador, porque, ao contrário, isso poderia comprometer definitivamente a promissora natação brasileira.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 03 de julho de 2011

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