segunda-feira, 11 de julho de 2011

Eficiência da pressão

O Governo do Distrito Federal, após pouco mais de seis meses de gestão, cogita, para contemplar a cobrança de aliados políticos, fazer um rearranjo no seu secretariado, com a finalidade de promover melhor acomodação das demandas dos partidos que colaboraram na sua campanha eleitoral e garantem a aprovação dos seus projetos. Segundo o próprio governo, a migração de deputados para o Executivo tem dupla vantagem para a sua administração, quais sejam, a abertura de espaço para os suplentes e a facilidade de negociação com eles, que normalmente exercem menores pressões e cobranças ao governo. Isso não deixa de ser uma atitude de governos que têm as mesmas gênese e personalidade fracassadas, porém iguais aos demais quanto ao aspecto falta de caráter no quesito promessa de campanha, quando recriminam o fisiologismo político descarado, mas não conseguem conviver diferentemente no exercício do cargo. O que tem sido visto nesse governo é a constante acomodação de apadrinhado político, em acatamento às pressões dos aliados, por mera troca de apoio no Legislativo, sem qualquer preocupação com a eficiência da máquina administrativa nem com o interesse público, em evidente prejuízo para os brasilienses, que são contemplados, quando acontece, com serviços públicos da qualidade inferior à que merecem, em contrapartida aos extorsivos impostos que são obrigados a pagar. Já houve bons tempos em que as mudanças na equipe governamental ocorriam para o ajustamento da eficiência e do aprimoramento da gestão, mas para simples atendimento de pressão ou cobrança de aliados isso é coisa de governos fracos e incompetentes. O péssimo exemplo em apreço poderia servir de orientação para a sociedade da capital federal, com vistas à futura escolha de alguém que tenha por comprometimento administrativo, nesse particular,  com a eficiência e a eficácia do serviço público e com a eliminação da prática, sempre condenável, do fisiologismo político, por ser praga incompatível com o interesse público.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES 

Brasília, em 11 de julho de 2011

   

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