Embora
tivesse sido preparado e anunciado com a maior pompa, com a finalidade de
chamar a atenção da mídia para o que a legenda denomina de julgamento injusto
do mensalão, o jantar promovido pela Juventude do PT do Distrito Federal, para
ajudar no pagamento das multas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal a líderes
petistas, teve mais repercussão que convidados presentes, dispostos a
contribuir com a arquitetada farsa, talvez por se conscientizarem que não convém
incentivar publicamente processos manifestamente de manipulação inata do
petismo, que consegue envolver com facilidade aqueles que ainda não tiveram a
clarividência de enxergar a realidade sobre as urdidas manobras destinadas exclusivamente
a não aceitar a falibilidade dos seus líderes. Constatou-se que, dos 170
convites programados, 150 foram vendidos até o encerramento do jantar, enquanto
somente 70 pessoas tiveram coragem de comparecer ao restaurante localizado em
um barro nobre de Brasília. Agora, o
fato marcante da noite foi mesmo a ausência dos políticos de expressão do
partido, que preferiram não correr o risco de se exporem diante da opinião
pública, que tiveram a dignidade de repudiar o inusitado e vergonhoso evento,
carregado de insensibilidade e de falta de imaginação política, à vista da insignificância
da causa em si.
O curioso desse episódio é que as pessoas não entendem como a juventude de um
partido tem ideias tão destrutivas, em termos de perspectivas para o futuro do
país, quando se imagina que a legenda poderá ser comandada por pessoas sem
qualificação e sem objetivos próprios, ante a cristalina demonstração de manipulação
por lideranças retrógradas e ultrapassadas que, se algum sucesso eles tiveram,
teria sido apenas na arte dos conchavos políticos, das coligações fisiológicas,
dos arranjos em troca de cargos públicos por favores políticos e principalmente
da facilidade da implantação de esquemas de corrupção, como materializados no
famigerado mensalão, em que a maestria da sua imaginação permitiu a compra de
apoio político ao governo no Congresso Nacional, com o uso indevido de recursos
públicos. Diante do fiasco demonstrado
pela acanhada plateia que compareceu ao jantar e principalmente pelos petistas que
deixaram de fazê-lo, com destaque para a falta dos dirigentes de expressão, que
não tiveram a “dignidade” de representar os "homenageados", a
juventude petista poderia fazer uma obra de caridade realmente significativa, promovendo
a doação do decepcionante lucro do jantar ao programa Criança Esperança da Rede
Globo. Com certeza, essa forma de manifestação, configurada como desagravo aos
condenados com a devida justiça pela Corte Suprema do país, ao invés de angariar
simpatia ao partido bastante desgastado pelos escândalos de corrupção e de
incompetência administrativa, tem o condão de enojar a ainda mais a sociedade,
que clama por seriedade e moralidade na gestão dos recursos públicos. Urge que
a sociedade seja mais criteriosa quanto à escolha de homens públicos, manifestamente
possuidores de sensibilidade politica, probidade política e decência gerencial,
para representar com eficiência os interesses nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de janeiro de 2013
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