sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A imbecilidade juvenil

Embora tivesse sido preparado e anunciado com a maior pompa, com a finalidade de chamar a atenção da mídia para o que a legenda denomina de julgamento injusto do mensalão, o jantar promovido pela Juventude do PT do Distrito Federal, para ajudar no pagamento das multas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal a líderes petistas, teve mais repercussão que convidados presentes, dispostos a contribuir com a arquitetada farsa, talvez por se conscientizarem que não convém incentivar publicamente processos manifestamente de manipulação inata do petismo, que consegue envolver com facilidade aqueles que ainda não tiveram a clarividência de enxergar a realidade sobre as urdidas manobras destinadas exclusivamente a não aceitar a falibilidade dos seus líderes. Constatou-se que, dos 170 convites programados, 150 foram vendidos até o encerramento do jantar, enquanto somente 70 pessoas tiveram coragem de comparecer ao restaurante localizado em um  barro nobre de Brasília. Agora, o fato marcante da noite foi mesmo a ausência dos políticos de expressão do partido, que preferiram não correr o risco de se exporem diante da opinião pública, que tiveram a dignidade de repudiar o inusitado e vergonhoso evento, carregado de insensibilidade e de falta de imaginação política, à vista da insignificância da causa em si. O curioso desse episódio é que as pessoas não entendem como a juventude de um partido tem ideias tão destrutivas, em termos de perspectivas para o futuro do país, quando se imagina que a legenda poderá ser comandada por pessoas sem qualificação e sem objetivos próprios, ante a cristalina demonstração de manipulação por lideranças retrógradas e ultrapassadas que, se algum sucesso eles tiveram, teria sido apenas na arte dos conchavos políticos, das coligações fisiológicas, dos arranjos em troca de cargos públicos por favores políticos e principalmente da facilidade da implantação de esquemas de corrupção, como materializados no famigerado mensalão, em que a maestria da sua imaginação permitiu a compra de apoio político ao governo no Congresso Nacional, com o uso indevido de recursos públicos. Diante do fiasco demonstrado pela acanhada plateia que compareceu ao jantar e principalmente pelos petistas que deixaram de fazê-lo, com destaque para a falta dos dirigentes de expressão, que não tiveram a “dignidade” de representar os "homenageados", a juventude petista poderia fazer uma obra de caridade realmente significativa, promovendo a doação do decepcionante lucro do jantar ao programa Criança Esperança da Rede Globo. Com certeza, essa forma de manifestação, configurada como desagravo aos condenados com a devida justiça pela Corte Suprema do país, ao invés de angariar simpatia ao partido bastante desgastado pelos escândalos de corrupção e de incompetência administrativa, tem o condão de enojar a ainda mais a sociedade, que clama por seriedade e moralidade na gestão dos recursos públicos. Urge que a sociedade seja mais criteriosa quanto à escolha de homens públicos, manifestamente possuidores de sensibilidade politica, probidade política e decência gerencial, para representar com eficiência os interesses nacionais. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES 
 
 
Brasília, em 18 de janeiro de 2013

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