Alheio às pressões de
toda ordem contra a sua candidatura, o senador alagoano acaba de ajustar com os
partidos governistas o loteamento de cargos na Mesa Diretora do Senado, como
forma de incrementar ainda mais o seu favoritismo à presidência da instituição,
apesar das graves denúncias de corrupção contra ele. Com a finalidade de
consolidar seu favoritismo, o senador conseguiu solucionar a briga em torno da
disputa pela liderança do PMDB, que estaria pondo em risco a sua candidatura,
uma vez que o correligionário derrotado estaria disposto a migrar para o candidato
de oposição ou até se abster de votar. Nada que a concessão e distribuição de cargos
não consigam abafar a fúria desesperada por poder. Foi exatamente isso que
aconteceu, com a liberação de cargos para o PTB, que ganhou a presidência da
Comissão de Infraestrutura. Nesse escancarado loteamento de cargos na Mesa, o
PR ficou com a 3.ª Secretaria. Já o ex-governador de MT, que é detentor do
troféu "motosserra", por promover desmatamento nas suas plantações de
soja, foi contemplado com a presidência da Comissão de Meio Ambiente. O segundo
maior partido do Senado, o PT, ficará com a 1ª Vice-Presidência da Mesa
Diretora, por ter garantido apoio integral à eleição do alagoano e evitado
confrontos com o PMDB. Mediante os apoios do Palácio do Planalto e dos
governistas e o fechamento dos conchavos e agrados envolvendo o uso de cargos
importantes, a candidatura situacionista consegue se eleger tranquilamente, sem
a menor trepidação, e mais ainda com grande margem de sobra contra possível
concorrente, que, por enquanto, não fez distribuição ou sequer promessa do vergonhoso
loteamento de cargos, como fê-lo, de forma descarada, o candidato oficial. Não
deixa de ser verdadeira desmoralização para a nação e o mundo alguém,
reconhecidamente sem capacidade moral se eleger sem a menor dificuldade e ainda
pousar de bom moço. Em termos de moralidade e de caráter, os senhores senadores
estão dando irretocável exemplo de fraqueza e de indignidade, por se submeterem
à sedução de cargos públicos e de favores palacianos para concederem seus apoios
à candidatura da indecência e da desmoralização, contribuindo enormemente para
aumentar ainda mais o desrespeito ao eleitor brasileiro e o descrédito à classe
política, que vem há bastante tempo claudicando na difícil recuperação da desconfiança
dos brasileiros, em face da evidente demonstração apaixonada às reprováveis
práticas do fisiologismo político, como instrumento de persecução da sua vida
pública. Com certeza, a grandeza do país não merece os políticos que apoiarem o
candidato oficial, exatamente pela sua aderência às práticas retrógradas dos
agrados e favores como moeda de troca, em contrariedade aos salutares
princípios do decoro, da ética e da moralidade, que se exigem dos cidadãos
probos e honestos. Urge que a sociedade, com vistas a futuras eleições, seja
capaz de enxergar a perversidade e a monstruosidade praticadas em função da
representação obtida do povo brasileiro, conquanto a politicagem vem sendo
capaz de desonrar o que seriam os inarredáveis compromissos de fidelidade à
defesa dos interesses nacionais, em proveito de secundárias causas pessoais
objetivando a perenidade no poder, com o inescrupuloso uso de cargos públicos
custeados com recursos dos tolos dos contribuintes. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 31 de janeiro de 2013
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