O Senado Federal e a Câmara dos Deputados vão
renovar suas Mesas Diretoras, no próximo mês, e o PMDB, por ter a maior bancada
na Câmara Alta e a segunda na Câmara Baixa, pretende comandar as duas Casas do
Congresso Nacional. A sua pretensão tem o respaldo do PT, que se comprometeu a
apoiar os candidatos do seu aliado governista. No Senado, causa espécie que o
nome mais cotado para a presidência é o do atual líder do PMDB, o senador alagoano,
renomado corrupto, por ter renunciado ao cargo de presidente do Senado, em
2007, ante as graves denúncias sobre o pagamento da pensão de uma filha por uma
grande construtora. Nas negociações para voltar ao comando da Casa, ele tenta
obter apoio das bancadas aliadas ao governo, que costuram há meses acordos em
troca dos votos. Segundo os coordenadores da sua campanha, o candidato
peemedebista já tem o apoio de cerca de 60 dos 81 senadores. Um aliado do
candidato declarou que "Somos muitos
ajudando na campanha do Renan. Para presidir o Legislativo brasileiro, é o nome
ideal,...", por entender que o episódio que o levou a renunciar à
presidência do Senado se restringiu à esfera pessoal, sem nenhuma relação com o
Senado. Na Câmara, o líder do PMDB, deputado por Rio Grande do Norte, tem o
apoio do seu partido e do PT. À vista dos nomes para ocupar os principais
cargos do Congresso Nacional, os brasileiros têm motivo mais do que suficiente
para se envergonharem da “plêiade” de seus representantes no Parlamento, por
serem coniventes com políticos possuidores de pouca qualificação ética e moral,
por demonstrarem na sua atuação legislativa a marca do deplorável fisiologismo,
com seu explícito apoio ao partido mais corrupto da história política
brasileira. Com certeza, dificilmente outro país consiga contar com congressistas
tão arraigados ao apego a cargos públicos, ao ideário fisiologista e à falta de
compromisso com as causas públicas, a exemplo das disputas para os comandos dos
principais cargos do Congresso Nacional, cujos candidatos deverão ser eleitos
em função das composições partidárias, em torno de apoios políticos e promessas
de favores e de cargos nas comissões das Casas parlamentares, como moeda de
troca, quando as suas escolhas deveriam se processar mediante procedimentos éticos,
tendo por base a competência, a legalidade, a moralidade, a honradez e o decoro
dos postulantes, como forma de primar pela dignidade e importância do
Parlamento. Na verdade, a desmoralização do Congresso Nacional tem o povo como principal
culpado, que não tem a mínima consciência político-eleitoral, no sentido de
eleger e reeleger seus representantes, muitas das vezes, sem condições morais,
éticas e aptidões capazes de desempenhar as funções legislativas com
competência, além de não observarem os princípios da honestidade, do decoro e
da licitude, em clara dissonância com os salutares mandamentos constitucionais
e legais. Urge que a sociedade, evitando que, no futuro, o país volte a passar
pela humilhante e vergonhosa situação de ter o Poder Legislativo comandado por
cidadãos destituídos das condições compatíveis com a sua importância política
para a nação, se conscientize sobre a necessidade de eleger seus representantes
no Congresso Nacional tendo por base os princípios da competência, honradez,
moralidade e dedicação aos exclusivos interesses nacionais dos homens públicos.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de janeiro de 2013
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