segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mediocridade parlamentar

O Senado Federal e a Câmara dos Deputados vão renovar suas Mesas Diretoras, no próximo mês, e o PMDB, por ter a maior bancada na Câmara Alta e a segunda na Câmara Baixa, pretende comandar as duas Casas do Congresso Nacional. A sua pretensão tem o respaldo do PT, que se comprometeu a apoiar os candidatos do seu aliado governista. No Senado, causa espécie que o nome mais cotado para a presidência é o do atual líder do PMDB, o senador alagoano, renomado corrupto, por ter renunciado ao cargo de presidente do Senado, em 2007, ante as graves denúncias sobre o pagamento da pensão de uma filha por uma grande construtora. Nas negociações para voltar ao comando da Casa, ele tenta obter apoio das bancadas aliadas ao governo, que costuram há meses acordos em troca dos votos. Segundo os coordenadores da sua campanha, o candidato peemedebista já tem o apoio de cerca de 60 dos 81 senadores. Um aliado do candidato declarou que "Somos muitos ajudando na campanha do Renan. Para presidir o Legislativo brasileiro, é o nome ideal,...", por entender que o episódio que o levou a renunciar à presidência do Senado se restringiu à esfera pessoal, sem nenhuma relação com o Senado. Na Câmara, o líder do PMDB, deputado por Rio Grande do Norte, tem o apoio do seu partido e do PT. À vista dos nomes para ocupar os principais cargos do Congresso Nacional, os brasileiros têm motivo mais do que suficiente para se envergonharem da “plêiade” de seus representantes no Parlamento, por serem coniventes com políticos possuidores de pouca qualificação ética e moral, por demonstrarem na sua atuação legislativa a marca do deplorável fisiologismo, com seu explícito apoio ao partido mais corrupto da história política brasileira. Com certeza, dificilmente outro país consiga contar com congressistas tão arraigados ao apego a cargos públicos, ao ideário fisiologista e à falta de compromisso com as causas públicas, a exemplo das disputas para os comandos dos principais cargos do Congresso Nacional, cujos candidatos deverão ser eleitos em função das composições partidárias, em torno de apoios políticos e promessas de favores e de cargos nas comissões das Casas parlamentares, como moeda de troca, quando as suas escolhas deveriam se processar mediante procedimentos éticos, tendo por base a competência, a legalidade, a moralidade, a honradez e o decoro dos postulantes, como forma de primar pela dignidade e importância do Parlamento. Na verdade, a desmoralização do Congresso Nacional tem o povo como principal culpado, que não tem a mínima consciência político-eleitoral, no sentido de eleger e reeleger seus representantes, muitas das vezes, sem condições morais, éticas e aptidões capazes de desempenhar as funções legislativas com competência, além de não observarem os princípios da honestidade, do decoro e da licitude, em clara dissonância com os salutares mandamentos constitucionais e legais. Urge que a sociedade, evitando que, no futuro, o país volte a passar pela humilhante e vergonhosa situação de ter o Poder Legislativo comandado por cidadãos destituídos das condições compatíveis com a sua importância política para a nação, se conscientize sobre a necessidade de eleger seus representantes no Congresso Nacional tendo por base os princípios da competência, honradez, moralidade e dedicação aos exclusivos interesses nacionais dos homens públicos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 06 de janeiro de 2013

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