Segundo reportagem publicada na regista Isto É, a nova coleção de lingeries da
primeira-dama paraibana teria sido custeada com o dinheiro dos bestas dos
contribuintes, que também pagaram a sua luxuosa ostentação e os seus hábitos
peculiares. Conforme auditoria promovida pelo Tribunal de Contas da Paraíba as
despesas realizadas com a mordomia do governador foram consideradas exageradas,
a exemplo do consumo, somente no ano de 2011, de 17,4 toneladas de carnes,
peixes e frutos do mar (60 quilos de lagosta de uma vez); da aquisição do enxoval
do bebê do governador, desde os móveis para o quarto até as bolsas para
carregar mamadeiras; do consumo de 460 latas de farinha láctea pela criança, apenas
no período de 21/11 a 13/11/2011; da excêntrica compra de quatro rolos de papel
higiênico por de R$ 59,00, com folhas higiênicas personalizadas; entre outras
extravagâncias com recursos públicos, não condizentes com despesas aceitáveis e
regulares. O curioso é que as despesas não seguiam as normas de licitação, uma
vez que as escolhas eram submetidas apenas ao critério do gosto pessoal da
primeira-dama do estado e não à impessoalidade segundo as exigências das normas
aplicáveis à administrativa pública. É inacreditável
como o Estado de tão ilustres homens públicos, do quilate de José Américo, João
Agripino, Ruy e Jandhuy Carneiro, Antônio Mariz, só para citar alguns notáveis
políticos paraibanos, chegue ao ponto de ser administrador por pessoa sem o
mínimo escrúpulo com a aplicação do dinheiro público. O relatório do TCE revela
o quanto o governador abusa desmedidamente das verbas abundantemente no âmbito
do seu palácio residencial, comprando, para satisfazer a luxúria da sua esposa,
produtos exóticos e extravagantes para os padrões de servidor público que tem a
obrigação de gastar com moderação e austeridade, em consonância com a modéstia
e carência da parcela significativa dos paraibanos, muitos dos quais não têm
sequer o que comer. É absolutamente
reprovável que "Sua Excelência" esnoba a plebe rude e ainda, de forma
descarada, justifica as despesas exageradas e exorbitantes como mera obrigação
do estado. É tremendamente lamentável ainda não existir no Brasil legislação
apropriada para afastar imediatamente dos seus cargos os maus administradores,
além de obrigá-los a ressarcir os gastos absurdos e contrários aos princípios
do rigor e cuidado quanto ao bom e regular emprego dos recursos públicos. O
povo humilde e honrado da Paraíba tem que repudiar esses atos de tripúdio à
honradez e à moralidade e exigir que o seu governador seja austero com as
despesas inerentes às mordomias da residência oficial e que os órgãos de
controle e fiscalização, principalmente o Tribunal de Contas do Estado e o
Ministério Público tenham a dignidade de exercer suas competências
constitucionais e legais, compelindo o governador, responsável pelos gastos mais
do que abusivos, ao ressarcimento ao erário dos valores pertinentes, sem
embargo de que ele seja obrigado a prestar contas à sociedade das despesas
realizadas com a sua mordomia, como forma de mostrar a transparência ínsita da
administração pública. Acorda, Paraíba!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de janeiro de 2013
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