Segundo o noticiário do jornalismo especializado, o
consumo de drogas no Distrito Federal vem crescendo de forma alarmante e em
escala progressiva, em agressividade inversamente diferente da maneira ineficiente
como as autoridades públicas vêm enfrentando esse grave mal do século, à vista da
precariedade dos métodos empregados no combate ao tráfico das substâncias alucinógenas,
desde a sua ultrapassagem pelas fronteiras brasileiras com absoluta tranquilidade,
até a sua circulação pelas cidades, tudo com o conhecimento dos órgãos
encarregados da fiscalização e segurança do território nacional, o que vale
dizer que seus componentes são, no mínimo, coniventes com os narcotraficantes,
justamente por permitirem que esse flagelo social se banalize, quando eles deveriam
empregar toda força possível do poder público para impedir o domínio da delinquência.
Causa extrema estranheza saber que, na capital da República, por exemplo, não é
novidade de ninguém e muito menos do sistema de repressão à criminalidade, a
ostensividade da comercialização e do consumo das drogas em locais identificados
e mapeados. Todos têm conhecimento que o Setor Comercial Sul concentra a maior
incidência de casos de tráfico de drogas, com a revelação de que, de janeiro a
outubro de 2012, foram registrados mais de 100 ocorrências, representando o
dobro dos casos verificados no ano anterior. Devido à concentração do uso de
drogas naquele local, o nível de criminalidade ali se potencializa em relação
às demais regiões do Plano Piloto, em razão do grande fluxo de pessoas no
local, facilitando o contato dos traficantes com os usuários, que ainda são
ajudados pelas vastas galerias à sua disposição, para o livre consumo das
drogas. Além do Setor Comercial, também são conhecidos outros locais onde a
droga é traficada com o conhecimento das autoridades de segurança pública, como
é o caso da QNN 5 da Ceilândia e Quadra C 12 de Taguatinga. Os registros
policiais revelam que os crimes ocorrem com mais frequência durante dias e horários
já conhecidos, exatamente logo após a chegada das drogas no Distrito Federal.
Causa espécie tamanha passividade das autoridades incumbidas do controle do
tráfico que, apesar do pleno conhecimento, nos mínimos detalhes, do mecanismo
da traficância e dos ingredientes da criminalidade, nada fazerem de efetividade
para acabar com essa falta de dignidade. É inconcebível que não haja esforço
concentrado, com os órgãos competentes, no sentido prender os narcotraficantes
e demais delinquentes, com base nas informações disponíveis. A sociedade, que é
responsável pelo pagamento dos responsáveis pelo combate à violência e à
criminalidade, se estarrece com tanta demonstração de incompetência, que somente
se intensifica no passar do tempo, com a forma passiva de consentir o
sacrifício das pessoas de bem, que têm violados seus direitos de convivência pacífica,
em razão da leniência das forças de segurança com o caos social. Urge que as
autoridades públicas reconheçam o estado calamitoso da violência urbana e
adotem efetivas medidas com vistas ao rigoroso combate ao tráfico de drogas,
principalmente pondo na prisão os narcotraficantes conhecidos e identificados,
sem embargos da prestação de assistência aos contumazes consumidores de drogas.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de janeiro de 2013
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