sábado, 12 de janeiro de 2013

Inexistência de repressão

Segundo o noticiário do jornalismo especializado, o consumo de drogas no Distrito Federal vem crescendo de forma alarmante e em escala progressiva, em agressividade inversamente diferente da maneira ineficiente como as autoridades públicas vêm enfrentando esse grave mal do século, à vista da precariedade dos métodos empregados no combate ao tráfico das substâncias alucinógenas, desde a sua ultrapassagem pelas fronteiras brasileiras com absoluta tranquilidade, até a sua circulação pelas cidades, tudo com o conhecimento dos órgãos encarregados da fiscalização e segurança do território nacional, o que vale dizer que seus componentes são, no mínimo, coniventes com os narcotraficantes, justamente por permitirem que esse flagelo social se banalize, quando eles deveriam empregar toda força possível do poder público para impedir o domínio da delinquência. Causa extrema estranheza saber que, na capital da República, por exemplo, não é novidade de ninguém e muito menos do sistema de repressão à criminalidade, a ostensividade da comercialização e do consumo das drogas em locais identificados e mapeados. Todos têm conhecimento que o Setor Comercial Sul concentra a maior incidência de casos de tráfico de drogas, com a revelação de que, de janeiro a outubro de 2012, foram registrados mais de 100 ocorrências, representando o dobro dos casos verificados no ano anterior. Devido à concentração do uso de drogas naquele local, o nível de criminalidade ali se potencializa em relação às demais regiões do Plano Piloto, em razão do grande fluxo de pessoas no local, facilitando o contato dos traficantes com os usuários, que ainda são ajudados pelas vastas galerias à sua disposição, para o livre consumo das drogas. Além do Setor Comercial, também são conhecidos outros locais onde a droga é traficada com o conhecimento das autoridades de segurança pública, como é o caso da QNN 5 da Ceilândia e Quadra C 12 de Taguatinga. Os registros policiais revelam que os crimes ocorrem com mais frequência durante dias e horários já conhecidos, exatamente logo após a chegada das drogas no Distrito Federal. Causa espécie tamanha passividade das autoridades incumbidas do controle do tráfico que, apesar do pleno conhecimento, nos mínimos detalhes, do mecanismo da traficância e dos ingredientes da criminalidade, nada fazerem de efetividade para acabar com essa falta de dignidade. É inconcebível que não haja esforço concentrado, com os órgãos competentes, no sentido prender os narcotraficantes e demais delinquentes, com base nas informações disponíveis. A sociedade, que é responsável pelo pagamento dos responsáveis pelo combate à violência e à criminalidade, se estarrece com tanta demonstração de incompetência, que somente se intensifica no passar do tempo, com a forma passiva de consentir o sacrifício das pessoas de bem, que têm violados seus direitos de convivência pacífica, em razão da leniência das forças de segurança com o caos social. Urge que as autoridades públicas reconheçam o estado calamitoso da violência urbana e adotem efetivas medidas com vistas ao rigoroso combate ao tráfico de drogas, principalmente pondo na prisão os narcotraficantes conhecidos e identificados, sem embargos da prestação de assistência aos contumazes consumidores de drogas. Acorda, Brasil! 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 12 de janeiro de 2013

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