Homenagem ao tio Almir Rocha
Ainda muito pequenino, eu ouvia mamãe enaltecer a ardorosa
dedicação e o extremo amor de um homem por uma causa muito especial, que lhe foi
reservada por Deus para que ele passasse, a contar de dado momento e para o
resto da sua vida, a ser responsável por essa missão importante. Ela dizia orgulhosa
que essa pessoa maravilhosa se chama Almir Rocha, seu sempre venerado irmão, que,
ao ficar órfão ainda muito cedo, com tenra idade, logo foi incumbido compulsoriamente
para desempenhar difícil e árdua missão, por ser o filho mais velho de numerosa
prole de sete filhos pequenos, tendo que substituir seu amado pai, que partiu
desta terra ainda muito jovem. Daí em diante, ele passou a administrar o Sítio
Maniçoba, de propriedade da família, situado no Município de Uiraúna/PB, no
alto sertão paraibano, e a se responsabilizar pela manutenção dos víveres à sua
mãe e aos seus irmãos. O jovem rapaz não se abalou diante de espinhoso encargo,
tendo desempenhado na plenitude e com precisão as obrigações pertinentes e isso
tanto é verdade que ele terminou abdicando do casamento, sacrificando suas
pretensões pessoais para se dedicar, com exclusividade, aos cuidados da sua
família, passando a representar, ao longo da sua longeva vida, exemplo incomum de
notável pessoa trabalhadora, zelosa e consciente da importância da sua missão
aos olhos de Deus. Não há dúvida alguma de que as obras do homem são
aquilatadas segundo as suas realizações em fiel consonância com os princípios e
mandamentos divinos, no sentido de amar o próximo como a si mesmo e respeitar
os sentimentos das pessoas, tratando-as com carinho e admiração. Na sua
simplicidade, tio Almir é realmente uma pessoa muito especial, por ter sabido
apreciar e valorizar, nos mínimos detalhes, as coisas que o cercam, em harmonia
com os preceitos da Lei de Deus. A sua maior satisfação sublimava-se no
cumprimento das suas tarefas cotidianas, desde os afazeres mais simples e
penosos, como buscar água, na estiagem, a quilômetros de distância da sua casa,
para consumo da família e dos animais de criação, já que, nos tempos idos, a
sequidão e a falta do precioso líquido faziam parte das suas principais preocupações,
passando pelos cuidados, na invernada, dos seus roçados, sempre situados nas
capoeiras íngremes e pedregosas. Importa ressaltar, como dever de justiça, que
tio Almir cultuava qualidades marcantes e de excelência como anfitrião, sempre
demonstrando espontânea afabilidade, alegria e prazer, por ocasião do recebimento
das visitas, tanto familiares como amigos, não importando o momento, porque a
acomodação sempre foi da melhor qualidade para os padrões da localidade, quase
inóspita, considerando que outras casas ficavam bastante afastadas da sua. Impende
frisar que a maneira amorosa e carinhosa como tio Almir sempre tratou seu
próximo foi fundamental para que, agora, ultrapassados noventa aniversários e
com poucas condições de saúde, ele receba, merecidamente, especiais cuidados e
as melhores atenções, justamente como forma de compensar um pouco a sua grandiosa
obra construída ao longo da sua próspera vida. Os ensinamentos edificantes, as
lições de amor ao próximo e as obras de bondade do tio Almir são notáveis
dignificações da sua personalidade, que as distingue-o como o homem que soube
valorizar na extensão da sua importância a missão que lhe foi confiada e
desempenhada de forma magistral, com a sabedoria, competência e humildade dos
grandes filhos de Deus, por ter cumprido fiel e exemplarmente os seus
mandamentos. Muito obrigado, tio Almir Rocha, por tudo que fez, com muito amor
no coração, para o bem do seu próximo.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de janeiro de 2013
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