Um político
paraibano, que já foi senador pelo PMDB, acaba de revelar que recebeu convite
do ex-presidente da República para se filiar ao PT, porém a sua resposta se
traduziu apenas na manifestação pelo sentimento de ter sido distinguido e honrado
pela lembrança e boa relação com o ex-presidente, motivos do convite, que não constituiu
nenhuma surpresa, pelo fato de nutrir por ele grande apreço, boa aproximação e muita
admiração. O convite em apreço vem no memento em que o ex-senador confessa insatisfação
no âmbito da sua agremiação, em face de se considerar alijado e pouco valorizado
pelas lideranças do partido, notadamente por sentir que existe, na prática,
“... verdadeiro processo de exclusão, de
falta de consideração, de falta de reconhecimento e de isolamento, tentado por
parte do partido. Esta é que é a grande verdade”, segundo a sua percepção.
O político espera reconhecimento, em função da estrutura que tem dentro do
PMDB, mas isso tem sido descartado e ainda menosprezados a força e o trabalho
dos seus integrantes, por ser o grupo político do partido que tem mais
prefeitos, não podendo haver, na sua opinião, desconsideração e desmerecimento
pela cúpula do partido. O descontentamento do político é notório e deixa
evidente que seu grupo padece de prestígio por parte dos “caciques” e dos “coronéis”
mandatários da agremiação, colocando em dificuldade e sério risco o futuro político
daqueles que não se alinham aos seus caprichos. A revelação de episódio dessa
natureza expõe com todas as letras, a nefasta maneira de se fazer política, com
a formação de grupos dentro do mesmo partido, tendo por objetivos claros e
determinados a tomada de posição e de independência quanto ao poder dentro da
agremiação e a influência sobre os destinos dos seus integrantes, em cristalino
ferimento aos princípios assentados e fundamentados no seu Estatuto, que não
prevê essa espécie nefasta de grupos, de segmentos e de nada que possa
contribuir para separar a força ideológica da agremiação. No entanto,
tratando-se do PMDB, o maior e mais antigo partido fisiológico do país, a
existência de grupos não é novidade, ficando claro que o mais forte domina os
interesses a serem defendidos. O político paraibano reiteradamente se diz incomodado no seio do PMDB,
por não ser reconhecido como gostaria pelos correligionários. Agora, imagine se
ele se filiar ao PT, que é comandado igualmente por grupos ou facções nos
moldes dos existentes no seu partido, em que os “caciques” mandam e desmandam
às claras, a exemplo da imposição da candidatura do hoje prefeito de São Paulo,
com o atropelamento dos interesses de outros pretendentes ao mesmo cargo. Seria
aconselhável, para o bem da vida pública do ex-senador, que ele procurasse se
filiar a um partido que tivesse por ideologia princípios morais e éticos compatíveis
apenas com a defesa dos interesses do país, que tivesse por objetivo defender
as causas dos brasileiros, que repudiasse efetivamente o fisiologismo como
forma de se perpetuar no poder e que honrasse os programas políticos
insculpidos no seu Estatuto de fundação, que normalmente é redigido com primor
de regras enaltecendo a rigorosa observância aos preceitos da honestidade, da
dignidade e do decoro, comprometendo-se com extremo empenho em trabalhar
exclusivamente para o engrandecimento do Brasil. Urge que reforma política
contemple a possibilidade de se poder fazer política sem vinculação a partido
político, como forma de exterminar as disputas entre grupos políticos por
fatias de poder ou por quaisquer outros interesses senão em defesa das causas
nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de janeiro de 2013
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