A criminalidade no
país extrapolou os limites da tolerância por parte sociedade, que não tolera mais
as reiteradas notícias sobre a ocorrência de tragédia como a que acaba de
acontecer em São Paulo, dando conta de que um menino de apenas cinco anos de
idade foi barbaramente assassinado com um tiro na cabeça, porque, pasmem, chorava e isso podia despertar a atenção da vizinhança. A intolerância dos
bandidos não tem limite, porque a família já lhes entregara R$ 4,5 mil, mas
eles queriam mais dinheiro. A mãe do menino disse que o filho pediu aos
criminosos para "não morrer", enquanto era ameaçado com uma faca no
pescoço. Segundo a mãe da vítima, as últimas palavras do garoto foram: “Não me mate, não mate minha mãe”. Essa
cidadã é de origem boliviana e trabalha no Brasil como costureira. Trata-se de mais
um crime considerado hediondo, perpetrado com a maior crueldade e
insensibilidade, por bandido da pior espécie da humanidade, que ignora a
inocência e fragilidade de uma criança em desespero, diante de situação de absoluta
incompreensão para a sua condição de infantilidade. É muito difícil aceitar que
as autoridades públicas não tenham o mínimo de sensibilidade diante de situações
como essa, pela caracterização de tamanha brutalidade, em que a mãe confessa ter
segurado o filho no colo, se ajoelhado e implorado aos criminosos que não matassem
a criança. Já passou do tempo de as autoridades do país anunciarem medidas
severas de punição contra essa forma monstruosa de crime, para, pelo menos, frear
a violência graciosa e intolerável. Causa espanto se perceber que a sociedade, por
tão somente R$ 0,20, conseguiu mobilizar multidões em protestos bem articulados
contra a incompetência gerencial do governo, que esmaga os minguados salários
com a sua sanha insensata de arrecadação. Entretanto, essa mesma população não é
capaz de se sensibilizar diante dos horrores da violência, que de forma
impiedosa ceifa a vida de inocente criança, por ter chorado em desespero consequente
da monstruosidade e irracionalidade do seu semelhante, possuído pelo instinto
da perversidade humana. É curioso que, em atendimento aos apelos da sociedade
enfurecida, o governo reviu o aumento de vinte centavos. Chama-se a atenção da
sociedade quanto à necessidade da conscientização sobre a promoção de movimento
em protesto contra a inércia do governo diante da inclemente criminalidade, com
a finalidade de que as leis penais sejam revistas e atualizadas e haja a aprovação
de penas duras, compatíveis com a barbárie que atemoriza os cidadãos de bem. A preocupante
situação da criminalidade, no momento, não é privilégio ou demérito dos regimes
ditatoriais ou dos governos democráticos, mas a banalização e incontrolável incidência
dos delitos podem ser atribuídas aos governantes que não têm compromisso com o
efetivo combate à delinquência, não investem o necessário em segurança pública
e muito menos procuram aperfeiçoar e modernizar a legislação penal, como forma
de punir exemplarmente os crimes hediondos e evitar as barbaridades como as que
estão ocorrendo ultimamente no país. A falta de efetivas ações de proteção da
sociedade é reflexo da fragilidade e da insensibilidade das autoridades
públicas, que permitem de forma pacífica que os crimes se repitam cada vez mais
frequentes e com a maior gravidade e monstruosidade, sem que medidas
emergenciais sejam adotadas para combatê-los. Urge que a sociedade também se rebele
contra esse terrível câncer da criminalidade que dizima injustificável e impunemente
a espécie humana e exija das autoridades públicas, por meio dos movimentos
organizados, efetivas medidas de combate à violência e à disseminação da
bandidagem. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de junho de 2013
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