sexta-feira, 14 de junho de 2013

Demonstração de falta de autoridade

Em seguida à reunião com ministros no Palácio do Planalto, para discutir a demarcação de terras em Mato Grosso do Sul, os indígenas das etnias Terena e Guarani-Kaiowá afirmaram que não vão deixar a área que ocupam desde o mês passado. Ao término da reunião, as lideranças indígenas entenderam que houve "avanço" nas conversas, porém não há intenção de saída do local por eles invadido. Um líder indígena declarou que “Nosso posicionamento de não sair permanece. Dentro de um prazo que foi dado para o Conselho Nacional de Justiça para uma sinalização positiva por parte do governo federal, no sentido de mostrar que quer resolver o problema, essa sinalização tem acontecido. Da nossa parte, permanecemos nas áreas ocupadas. Recuar, por enquanto, não”. O clima na região esquentou de vez a partir da tentativa de reintegração da posse da fazenda Buritis, em Sidrolândia, quando houve a morte de um terena em meio a conflito com a polícia. Dias depois, outro índio foi baleado nas costas, estando internado em hospital. Diante dessa terrível confusão, a Justiça houve por bem suspender a ordem de reintegração de posse, em acatamento a recurso da Advocacia Geral da União. Nessa altura dos acontecimentos, quando os índios praticamente consolidaram seu posicionamento de não sair das terras de mãos vazias, as conversas palacianas com os indígenas não resultaram em absolutamente nada. Embora os índios já estejam bastante instruídos, o suficiente para negociar minérios, madeiras e outras riquezas nativas, eles devem fazer tudo para não entender a linguagem nem a diplomacia do homem branco. Não deixa de ser preocupante que os índios, a todo instante, fiquem reivindicando terras produtivas, como se todas elas fossem suas propriedades e que devem ser ocupadas na base da borduna e do tacape, procedimentos rudimentares que não se coadunam com os princípios civilizados, mediante os quais os litígios são sabiamente conduzidos com o emprego da Justiça para solucionar as demandas jurídicas. Não se pode desconhecer que os procedimentos judiciais são de eterna morosidade, mas nem por isso seja possível se admitir que a nação, com mínimo de civilidade, permita que índios fiquem extrapolando sua condição de tutelado do Estado e afrontando a Constituição Federal, as leis e as autoridades do país, promovendo invasão de propriedades produtivas, tocando fogo no patrimônio dos fazendeiros, destruindo as culturas e lavouras, invadindo canteiros de obras, impondo autoridade que, por lei, não possuem e, enfim, determinando suas regras, em manifesto desrespeito ao ordenamento jurídico do país. Essa bagunça criada pelos índios demonstra falta de autoridade do governo, que perdeu o total controle sobre eles, que se acham no direito de fazer o que bem entendem e ponto final, como se o Brasil fosse terra de ninguém. A partir do momento em que os índios procedem diferentemente dos seus costumes e da sua cultura e tradição, criando litígio em disputa envolvendo o domínio de terras e outras reivindicações que somente o Estado pode atuar em seu nome, devido à incumbência tutelar atribuída constitucionalmente, eles passam a ser regidos pela legislação aplicável aos demais cidadãos brasileiros, inclusive quanto à possibilidade de responder criminalmente, em caso de violação do direito de propriedade e da ordem pública, o que significa dizer que o governo não pode permitir que os índios invadam impunemente propriedades alheias. Urge que o governo, no uso da sua competência constitucional e legal, imponha limites aos indígenas e os proíba de invadir propriedades rurais, canteiros de obras e outros patrimônios que não lhes pertencem, como forma da preservação do ordenamento jurídico e da autoridade constituída. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 13 de junho de 2013

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