domingo, 9 de junho de 2013

Cadê o futebol arte?

Embora a seleção brasileira de futebol esteja fora de competições oficiais, desde julho de 2011, quando participou como ilustre figurante na Copa América, tendo perdido cinco pênaltis numa partida e, por via de consequência, teve que antecipar seu retornar para casa, o Brasil, mesmo assim, continua sendo avaliado pela Fifa. No ranking dessa entidade, que acaba de ser divulgado, a Seleção Canarinha aparece na 22ª colocação, com 872 pontos, perdendo três posições em relação ao mês de maio. A liderança continua nos pés da Espanha, com 1.614 pontos, vindo a Alemanha em seguida, com 1.416 pontos e, em terceiro, a Argentina, com 1.287 pontos. Essa é a pior colocação do time verde-amarelo, desde que a lista foi instituída, em agosto de 1993. O Brasil detém o recorde de cinco títulos da Copa do Mundo, sendo o país com o melhor desempenho histórico no aludido ranking, tendo sido apontado o melhor do ano em doze oportunidades, no período compreendido entre 1994 a 2006. Não deixa de haver tremenda incoerência, por ser a seleção que nada disputa oficialmente, na inclusão da seleção brasileira em relação aos demais times nacionais, porque não há parâmetro comparativo para se afirmar que Colômbia, Equador, Costa do Marfim, Bósnia, Gana e outras seleções são realmente melhores do que o Brasil, evidentemente sem desmerecer suas qualidades e potencialidades futebolísticas, uma vez que esses países até podem ter conseguido alguma evolução nos últimos tempos, mas, à míngua de elementos plausíveis, não há como dar crédito a uma relação absolutamente fora da realidade. Curioso é que os cartolas do futebol tupiniquim não se conscientizem sobre a injustiça cometida com o nosso futebol pela entidade máxima internacional. Essa exposição se torna ridícula, por expor, de forma vexatória e injusta, a tradição de quem já apresentou o melhor futebol do mundo, por muitos anos seguidos. É bem verdade, que o futebol mostrado pela seleção brasileira, nos últimos tempos, não encanta mais ninguém, por não conseguir ganhar das grandes seleções e muito menos jogar bem, de modo a convencer que ainda tem condições de recuperar a magia do seu desempenho nos gramados, que era capaz de deixar seus adversários entusiasmados com as espetaculares apresentações, não importando as circunstâncias, porque, diferentemente do presente, os atletas se exibiam com talento próprio do melhor futebol do mundo. Era gostoso assistir aos jogos da Seleção Canarinha, quando os craques se exibiam com desenvoltura e elegância. Ao contrário dos atuais times, onde os atletas desaprenderam a jogar bola com esses técnicos com ensinamentos retrógrados e ineficientes, cuja competência se restringe a armar verdadeiros ferrolhos, se fechando ao máximo para o time não sofrer gols. Na verdade, a seleção brasileira vem passando por terrível processo de regressão da arte de jogar bola, em que os grandes jogadores se apequenam quando são encaixados nos esquemas táticos e técnicos suburbanos e de retrancas, que vêm contribuindo de forma progressiva para equiparar o melhor futebol do mundo às republiquetas de quinta categoria. Os brasileiros anseiam por que a Seleção Canarinha volte a jogar bola com a elegância e o talento dos tempos áureos, quando entusiasmava o mundo com sua arte nos gramados e jogadas de vanguarda e qualidade superior, causando inveja aos simpatizantes do futebol fantástico. 
    
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 08 de junho de 2013

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