Ainda bastante
atordoada diante das calorosas manifestações de protestos contra a sua forma
ineficiente de governar o país, a presidente da República fez pronunciamento à
nação, reconhecendo a legitimidade dos movimentos, principalmente os conduzidos
de forma pacífica. Na ocasião, ante o clamor das tumbas, a presidente deu a mão
à palmatória, reconhecendo a incompetência da sua administração, no que se
refere às matérias denunciadas nas manifestações, tanto isso é verdade que ela
tenta transferir as questões para outros responsáveis, prometendo: “Vou convidar os governadores e os prefeitos
das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos
serviços públicos. O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de
Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo; segundo, a destinação
de 100% dos recursos do petróleo para a educação; terceiro, trazer de imediato
milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS". Confirmando
a sua plena incapacidade gerencial, disse: "Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os
representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos
movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas
contribuições, reflexões e experiências. De sua energia e criatividade, de sua
aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do
presente.". Embora a presidente tivesse condenado com veemência o
vandalismo e as depredações dos delinquentes, que estão danificando e destruindo
o patrimônio público e privado, atacando e apedrejando prédios públicos,
comerciais e templos, incendiando carros e ônibus, saqueando o comércio e levando
o caos aos principais centros urbanos, tendo inclusive dito que “E não vou transigir com a violência e a
arruaça.", nenhuma medida efetiva foi adotada, porquanto os bandidos
infiltrados nas manifestações continuam cometendo as piores destruições, sem
que a polícia ponha fim a esse absurdo, o que demonstra integral
irresponsabilidade das autoridades públicas, que não cumprem seu dever
constitucional de manter a ordem pública. A presidente foi enfática ao se
referir a um dos temas mais destacados nas manifestantes, ao afirmar que o país
precisa de "formas mais eficazes"
para combater a corrupção, tendo dito que "A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática. Ela reivindica um
combate sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Todos me
conhecem. Disso eu não abro mão". Corrupção pode ser compreendida como
a forma de corromper, apodrecer, depravar, desmoralizar os costumes, a ética e o
decoro e, ainda, de desviar o caminho natural dos princípios e das condutas
humanas. Nessa acepção, a presidente não tem sido nada coerente com suas
afirmações, por ter, somente em fatos recentes, apoiado as eleições dos
parlamentares fichas sujas presidentes do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados, e tido complacência com os ministros afastados por corrupção, não
por iniciativa e vontade dela, mas sim deles. Com alguns deles, ela se
recompôs, por força do pacote da sua reeleição, a exemplo dos ex-ministros dos
Transportes e do Trabalho, que indicaram seus afilhados para comandar os
ministérios indignamente loteados ao partido deles, em troca de apoio ao
projeto de perenidade no poder. A presidente foi induzida a cometer terrível
gafe, ao afirmar que "A Lei de
Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos os
poderes da República e instâncias federativas. Ela é um poderoso instrumento do
cidadão para fiscalizar o uso correto do dinheiro público. Aliás, a melhor
forma de combater a corrupção é com transparência e rigor.”, quando a sua
eficácia já abrange indistintamente os poderes e as instâncias e não é por
falta disso que a corrupção continua atuando à solta no governo. É de extrema
infelicidade e incoerência a justificativa para os gastos com a realização da Copa
do Mundo, principais motivos dos protestos: "Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal,
gasto com arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas
empresas e governo que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que
esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores
prioritários como a saúde e a educação". Em negação à “assertiva” da presidente, basta citar a construção do
Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, que foi custeada com recursos
exclusivos da Terracap, empresa constituída com recursos dos governos federal e
do Distrito Federal, cujo elefantinho de concreto consumiu o "módico"
montante de R$ 1,5 bilhão, totalmente arcado pelos imbecis dos candangos, sem
necessidade de pagamento algum por empresas nem governo, como alegou a
presidente. No jogo entre Flamengo e Santos, o GDF recebeu de aluguel o “astronômico”
valor de R$ 4,00. O incalculável rombo aos cofres públicos já afetou a
construção e continuará causando estrago com a manutenção dessa inutilidade. Além
do abusivo emprego de recursos públicos nas obras para a Copa, o governo ainda
teve o disparate de aprovar regime especial de licitações e contratações para a
sua execução. A fragilidade do
assessoramento palaciano se associa à incompetência gerencial do país, que contribuem
para que a presidente, por desconhecimento de causa, minta feio para a nação
ávida por esclarecimentos da estadista “cônscia” da realidade dos fatos, que
jamais deveria lucubrar acerca de casos pouco verídicos e com diminuta plausibilidade.
É lamentável que a presidente do país tenha se esforçado tanto para produzir
quase nada, tendo perdido excelente oportunidade para justificar, de forma
cabal, os tormentosos fatos que maculam a sua gestão, demonstrando sua absoluta
falta de afinidade com os graves problemas nacionais. Urge que seja extirpado do
mais importante palácio da nação o imperialismo do desgoverno e da
incompetência, dando espaço às verdadeiras políticas e ações de eficiência e priorização,
com vistas ao atendimento dos reais anseios da população, nas suas ardorosas
reivindicações de mudanças gerenciais, moralização e dignificação da atuação
dos agentes públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de junho de 2013
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