domingo, 23 de junho de 2013

O pênalti perdido pela presidente do país

Ainda bastante atordoada diante das calorosas manifestações de protestos contra a sua forma ineficiente de governar o país, a presidente da República fez pronunciamento à nação, reconhecendo a legitimidade dos movimentos, principalmente os conduzidos de forma pacífica. Na ocasião, ante o clamor das tumbas, a presidente deu a mão à palmatória, reconhecendo a incompetência da sua administração, no que se refere às matérias denunciadas nas manifestações, tanto isso é verdade que ela tenta transferir as questões para outros responsáveis, prometendo: “Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos. O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo; segundo, a destinação de 100% dos recursos do petróleo para a educação; terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS". Confirmando a sua plena incapacidade gerencial, disse: "Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências. De sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente.". Embora a presidente tivesse condenado com veemência o vandalismo e as depredações dos delinquentes, que estão danificando e destruindo o patrimônio público e privado, atacando e apedrejando prédios públicos, comerciais e templos, incendiando carros e ônibus, saqueando o comércio e levando o caos aos principais centros urbanos, tendo inclusive dito que “E não vou transigir com a violência e a arruaça.", nenhuma medida efetiva foi adotada, porquanto os bandidos infiltrados nas manifestações continuam cometendo as piores destruições, sem que a polícia ponha fim a esse absurdo, o que demonstra integral irresponsabilidade das autoridades públicas, que não cumprem seu dever constitucional de manter a ordem pública. A presidente foi enfática ao se referir a um dos temas mais destacados nas manifestantes, ao afirmar que o país precisa de "formas mais eficazes" para combater a corrupção, tendo dito que "A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática. Ela reivindica um combate sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Todos me conhecem. Disso eu não abro mão". Corrupção pode ser compreendida como a forma de corromper, apodrecer, depravar, desmoralizar os costumes, a ética e o decoro e, ainda, de desviar o caminho natural dos princípios e das condutas humanas. Nessa acepção, a presidente não tem sido nada coerente com suas afirmações, por ter, somente em fatos recentes, apoiado as eleições dos parlamentares fichas sujas presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, e tido complacência com os ministros afastados por corrupção, não por iniciativa e vontade dela, mas sim deles. Com alguns deles, ela se recompôs, por força do pacote da sua reeleição, a exemplo dos ex-ministros dos Transportes e do Trabalho, que indicaram seus afilhados para comandar os ministérios indignamente loteados ao partido deles, em troca de apoio ao projeto de perenidade no poder. A presidente foi induzida a cometer terrível gafe, ao afirmar que "A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos os poderes da República e instâncias federativas. Ela é um poderoso instrumento do cidadão para fiscalizar o uso correto do dinheiro público. Aliás, a melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor.”, quando a sua eficácia já abrange indistintamente os poderes e as instâncias e não é por falta disso que a corrupção continua atuando à solta no governo. É de extrema infelicidade e incoerência a justificativa para os gastos com a realização da Copa do Mundo, principais motivos dos protestos: "Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governo que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a saúde e a educação". Em negação à “assertiva” da presidente, basta citar a construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, que foi custeada com recursos exclusivos da Terracap, empresa constituída com recursos dos governos federal e do Distrito Federal, cujo elefantinho de concreto consumiu o "módico" montante de R$ 1,5 bilhão, totalmente arcado pelos imbecis dos candangos, sem necessidade de pagamento algum por empresas nem governo, como alegou a presidente. No jogo entre Flamengo e Santos, o GDF recebeu de aluguel o “astronômico” valor de R$ 4,00. O incalculável rombo aos cofres públicos já afetou a construção e continuará causando estrago com a manutenção dessa inutilidade. Além do abusivo emprego de recursos públicos nas obras para a Copa, o governo ainda teve o disparate de aprovar regime especial de licitações e contratações para a sua execução. A fragilidade do assessoramento palaciano se associa à incompetência gerencial do país, que contribuem para que a presidente, por desconhecimento de causa, minta feio para a nação ávida por esclarecimentos da estadista “cônscia” da realidade dos fatos, que jamais deveria lucubrar acerca de casos pouco verídicos e com diminuta plausibilidade. É lamentável que a presidente do país tenha se esforçado tanto para produzir quase nada, tendo perdido excelente oportunidade para justificar, de forma cabal, os tormentosos fatos que maculam a sua gestão, demonstrando sua absoluta falta de afinidade com os graves problemas nacionais. Urge que seja extirpado do mais importante palácio da nação o imperialismo do desgoverno e da incompetência, dando espaço às verdadeiras políticas e ações de eficiência e priorização, com vistas ao atendimento dos reais anseios da população, nas suas ardorosas reivindicações de mudanças gerenciais, moralização e dignificação da atuação dos agentes públicos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de junho de 2013

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