A ministra da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência foi incumbida de dizer que
"A presidente considera que as
manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia e que é próprio
dos jovens se manifestarem". Segundo ela, a presidente vem acompanhando
a atuação policial, mas "não está
envolvida diretamente". A ministra disse que "Ela está encarando isso como questão normal
da democracia", referindo-se aos protestos. Com relação às vaias
recebidas pela presidente, na abertura da Copa das Confederações, ela disse que
"isso não tem relevância".
Já o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, responsável pela
interlocução com movimentos sociais, declarou que "Esses jovens têm alguma coisa a nos dizer. Esses jovens nos apontam
angústias e se alcançam uma grande repercussão de mobilização é porque
correspondem ao anseio de muita gente" e que o governo está preocupado
em se aproximar dos manifestantes. Sobre as vaias à presidente, ele disse que
"qualquer manifestação deve nos
chamar a atenção e nos fazer perguntas", mas "Houve vaia no estádio e, no mesmo momento,
um grande aplauso à presidenta Dilma aqui nos telões, quase 200 mil pessoas
aqui na praça (Esplanada dos Ministérios). O que significa isso? Vamos com calma. Vamos entender. Temos que ter
a tranquilidade inclusive de não tirar conclusões precipitadas e compreender
que o processo democrático é assim mesmo. A ditadura que é fácil",
"A democracia é assim mesmo, é
complexa" e "O duro, como
já disse a presidenta Dilma, é o silêncio das tumbas, é o silêncio da
repressão. Não vamos encaminhar por essa vertente". É extremamente
estranho o fato de a presidente considerar, agora, em pleno exercício do cargo de
mandatária do país e no exato momento crucial do seu governo, que as
manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia, o que significa
dizer que as manifestações não pacíficas, como aquelas protagonizadas pelos
terroristas, que tiveram sua ativa participação nos anos de chumbo, eram
ilegítimas e próprias do comunismo. As manifestações da então terrorista eram
diferentes das atuais, que, embora consideradas ilegítimas à época, ela se
achava no direito de praticar os piores atos terroristas, mediante o uso de
bombas, o arrombamento e saque de bancos e o homicídio de inocentes,
aterrorizando a sociedade e infernizando o regime militar com as
injustificáveis atrocidades, em nome de causa também diametralmente diversa,
porquanto ela lutava contra o governo militar com o objetivo de implantar o
regime comunista no Brasil, enquanto a juventude e a sociedade em geral se
organizam, agora, democraticamente contra os abusos, as injustiças e a incompetência
do gerenciamento do país, em diversas esferas, federal, estadual e municipal.
Trata-se do despertar, embora com enorme atraso, da sociedade, que vem sendo
enganada por um governo despreparado, em termos de gestão pública, mas
altamente especializado nas artimanhas da conquista do poder e na perenidade
nele. A começar pelo fortalecimento das famosas coalizões com partidos de
extremo ideário fisiológico, constituídos com definidos objetivos de comandar
ministérios, órgãos públicos e empresas estatais, em mera convivência com o
abominável ardil do toma lá, dá cá, em vergonhoso balcão de negociata, em que o
governo utiliza meios públicos em troca de apoio político, em benefício da
convivência esdrúxula de aliança destinada à satisfação de objetivos pessoais e
partidários, em claro prejuízo dos interesses nacionais e em recriminável
descumprimento dos princípios da administração pública, em especial dos
preceitos éticos, morais, legais e da probidade que os homens públicos têm o
dever cívico de observar. Nesse esquema “maravilhoso” de enganação da
sociedade, o Brasil, apesar de suas notórias potencialidades econômicas, patina
no inadmissível atraso em termos de qualidade dos recursos humanos e de
desenvolvimento social, justamente pela incompetência gerencial desse governo, que
soube privilegiar seu plano de poder como principal objetivo e menosprezar as
políticas públicas, que seriam capazes de alavancar o crescimento do país, como
as reformas estruturais, que sequer foram imaginadas, embora elas fossem a
pedra de toque para solucionar os gargalos que atravancam o progresso
brasileiro. Também tiveram gritantes desprezos as prioridades com relação à
educação, à saúde, à segurança, à infraestrutura, ao saneamento básico etc.,
cujas mazelas saltam aos olhas, mas o governo se vangloria, com suas
insuportáveis e mentirosas campanhas publicitárias à custa do povo, das
conquistas sociais e econômicas, que somente ele e seus asseclas têm a
indignidade de atestar. A sociedade está gritando nas ruas, com o espírito
cívico de brasilidade, denunciando a incompetência do atraso e da miopia, que
somente tem visão para vislumbrar a materialização do poder, não importando os
métodos escusos nem os meios tortuosos para alcançá-lo à custa dos tolos dos
contribuintes, que somente agora estão se despertando da letargia que perdura,
pelo menos, por doze anos de verdadeira embromação e enganação da sua
ingenuidade. Acorda, Brasiiiiil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de junho de 2013
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