quarta-feira, 19 de junho de 2013

Os gritos contra a incompetência

A ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência foi incumbida de dizer que "A presidente considera que as manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia e que é próprio dos jovens se manifestarem". Segundo ela, a presidente vem acompanhando a atuação policial, mas "não está envolvida diretamente". A ministra disse que "Ela está encarando isso como questão normal da democracia", referindo-se aos protestos. Com relação às vaias recebidas pela presidente, na abertura da Copa das Confederações, ela disse que "isso não tem relevância". Já o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, responsável pela interlocução com movimentos sociais, declarou que "Esses jovens têm alguma coisa a nos dizer. Esses jovens nos apontam angústias e se alcançam uma grande repercussão de mobilização é porque correspondem ao anseio de muita gente" e que o governo está preocupado em se aproximar dos manifestantes. Sobre as vaias à presidente, ele disse que "qualquer manifestação deve nos chamar a atenção e nos fazer perguntas", mas "Houve vaia no estádio e, no mesmo momento, um grande aplauso à presidenta Dilma aqui nos telões, quase 200 mil pessoas aqui na praça (Esplanada dos Ministérios). O que significa isso? Vamos com calma. Vamos entender. Temos que ter a tranquilidade inclusive de não tirar conclusões precipitadas e compreender que o processo democrático é assim mesmo. A ditadura que é fácil", "A democracia é assim mesmo, é complexa" e "O duro, como já disse a presidenta Dilma, é o silêncio das tumbas, é o silêncio da repressão. Não vamos encaminhar por essa vertente". É extremamente estranho o fato de a presidente considerar, agora, em pleno exercício do cargo de mandatária do país e no exato momento crucial do seu governo, que as manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia, o que significa dizer que as manifestações não pacíficas, como aquelas protagonizadas pelos terroristas, que tiveram sua ativa participação nos anos de chumbo, eram ilegítimas e próprias do comunismo. As manifestações da então terrorista eram diferentes das atuais, que, embora consideradas ilegítimas à época, ela se achava no direito de praticar os piores atos terroristas, mediante o uso de bombas, o arrombamento e saque de bancos e o homicídio de inocentes, aterrorizando a sociedade e infernizando o regime militar com as injustificáveis atrocidades, em nome de causa também diametralmente diversa, porquanto ela lutava contra o governo militar com o objetivo de implantar o regime comunista no Brasil, enquanto a juventude e a sociedade em geral se organizam, agora, democraticamente contra os abusos, as injustiças e a incompetência do gerenciamento do país, em diversas esferas, federal, estadual e municipal. Trata-se do despertar, embora com enorme atraso, da sociedade, que vem sendo enganada por um governo despreparado, em termos de gestão pública, mas altamente especializado nas artimanhas da conquista do poder e na perenidade nele. A começar pelo fortalecimento das famosas coalizões com partidos de extremo ideário fisiológico, constituídos com definidos objetivos de comandar ministérios, órgãos públicos e empresas estatais, em mera convivência com o abominável ardil do toma lá, dá cá, em vergonhoso balcão de negociata, em que o governo utiliza meios públicos em troca de apoio político, em benefício da convivência esdrúxula de aliança destinada à satisfação de objetivos pessoais e partidários, em claro prejuízo dos interesses nacionais e em recriminável descumprimento dos princípios da administração pública, em especial dos preceitos éticos, morais, legais e da probidade que os homens públicos têm o dever cívico de observar. Nesse esquema “maravilhoso” de enganação da sociedade, o Brasil, apesar de suas notórias potencialidades econômicas, patina no inadmissível atraso em termos de qualidade dos recursos humanos e de desenvolvimento social, justamente pela incompetência gerencial desse governo, que soube privilegiar seu plano de poder como principal objetivo e menosprezar as políticas públicas, que seriam capazes de alavancar o crescimento do país, como as reformas estruturais, que sequer foram imaginadas, embora elas fossem a pedra de toque para solucionar os gargalos que atravancam o progresso brasileiro. Também tiveram gritantes desprezos as prioridades com relação à educação, à saúde, à segurança, à infraestrutura, ao saneamento básico etc., cujas mazelas saltam aos olhas, mas o governo se vangloria, com suas insuportáveis e mentirosas campanhas publicitárias à custa do povo, das conquistas sociais e econômicas, que somente ele e seus asseclas têm a indignidade de atestar. A sociedade está gritando nas ruas, com o espírito cívico de brasilidade, denunciando a incompetência do atraso e da miopia, que somente tem visão para vislumbrar a materialização do poder, não importando os métodos escusos nem os meios tortuosos para alcançá-lo à custa dos tolos dos contribuintes, que somente agora estão se despertando da letargia que perdura, pelo menos, por doze anos de verdadeira embromação e enganação da sua ingenuidade. Acorda, Brasiiiiil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 18 de junho de 2013

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