segunda-feira, 10 de junho de 2013

A pesquisa da esquisitice

Segundo pesquisa Datafolha, a gestão da presidente da República foi novamente avaliada pela população, merecendo aprovação de 57% dos entrevistados como bom ou ótimo. Com relação à pesquisa anterior, houve queda de 8 pontos percentuais. Nos últimos dois anos, a popularidade da presidente cai pela primeira vez. A pesquisa mostra que a gestão presidencial é 33% regular; 9% ruim ou péssima e apenas 1% sem avaliação. Não obstante à significativa queda na preferência popular, a petista ainda é considerada favorita para vencer a eleição presidencial em 2014, ante a conclusão de que, caso os demais concorrentes sejam o senador tucano, o governador de Pernambuco e a ex-senadora do partido Rede, a presidente teria 51% das intenções de voto, representando queda de sete pontos percentuais quando comparados aos números da pesquisa anterior. Na corrida ao Planalto, a ex-senadora desponta em segundo lugar, com 16% pontos; o tucano cresceu quatro pontos e chegou a 14%; enquanto o pernambucano se mantém com os 6% de intenções de voto. É curioso que, desta feita, foram ouvidas 3.758 pessoas, quando, nas demais pesquisas, de forma sintomática, os entrevistados não passavam de 2.100 e os resultados eram sempre crescentes, com recordes um atrás do outro. Agora, bastou aumentar a margem estatística para que os números tivessem significativo declínio, o que se pode concluir que, à medida que a base for aumentada, a tendência e refletir o real desempenho da presidente, que nunca esteve à altura dos resultados apresentados anteriormente. Na verdade, caso a gestão presidencial fosse avaliada por quem especialista em administração pública, seu desempenho jamais seria aprovado, tendo em vista que, em termos de gerenciamento do país, nenhuma novidade foi apresentada que merecesse percentuais tão elevados e irreais. Veja-se que, nesse governo, não houve reformas estruturais, salvo um incentivo fiscal aqui e ali, com algumas desonerações de forma arbitrária e localizadas, ao sabor de finalidades interesseiras, com destaque para o incentivo à indústria automobilística, que resulta no abarrotamento de veículos das vias públicas e estradas, sucateadas e precárias. Na economia, o país vive momento de turbulência, com os juros e a inflação em escalado avanço e o Produto Interno Bruto em ritmo de crescimento medíocre, fatos que refletem plena fragilidade e inconstante desempenho da equipe econômica e põem sob ameaça de rebaixamento da credibilidade do país pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), o que se confirmaria a total incompetência gerencial do país considerado emergente. Em termos éticos, a presidente tem desempenho sofrível, pelo fortalecimento de espúrias alianças fisiológicas, ao entregar ministérios, órgãos e estatais públicos a partidos políticos em troca de apoio às conveniências eleitorais e à perenidade no poder. Sob a análise da racionalidade e plausibilidade, o balanço geral do trabalho da presidente não pode corresponder à avaliação acima da média, porque, até agora, os fatos mostram justamente que, de efetividade em benefício do país, não houve nada de novidade na sua administração, em termos de reformas estruturais que pudessem contribuir para melhorar o desempenho econômico e social, levando-se em conta as potencialidades e a grandeza do Brasil. Além do mais, o país ainda convive com arrecadação tributária que se aproxima de 40% do PIB, mas, salvo o rumoroso e mal gerenciado programa Bolsa Família, a assistência à sociedade é precaríssima, comparável às repúblicas de categoria inferior. A segurança pública foi para o espaço há bastante tempo, deixando a sociedade aterrorizada e trancada em suas casas. Não há prioridade para a educação, saúde, infraestrutura etc. As mazelas têm sido constantes no país e ainda são agravadas nas tragédias, como a seca no Nordeste, as enchentes no país, a inoperância nos portos, aeroportos e nas estradas, e na dificuldade de competitividade das indústrias nacionais etc. Urge que a sociedade se conscientize sobre a necessidade de o país ser administrado com competência, em estrita observância aos princípios da ética, moralidade, economicidade, transparência e legalidade, tendo por exclusiva meta o atendimento do interesse púbico. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 10 de junho de 2013

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