domingo, 30 de junho de 2013

Fidedignidade à realidade dos fatos?

Pesquisa de opinião pública realizada pela Datafolha sobre o desempenho do governo da presidente da República, que acaba de ser divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, revela que a sua aprovação caiu para 30%, verificando-se queda de 27 pontos percentuais do número de eleitores que consideram o governo bom ou ótimo. Essa abrupta e gigante descida é reflexo das manifestações de protestos espraiados pelo país. Há exatamente três semanas, a aprovação dela era de 57%, significando, de acordo com o instituto, a maior queda de popularidade registrada desde o início da gestão presidencial. Foram coletados dados nos últimos dias 27 e 28, com a abrangência de 4.717 pessoas, em 196 municípios. Por sua vez, passou de 9% para 25% o percentual das pessoas que consideram a gestão presidencial ruim ou péssima. Já a nota média da presidente, na escala de 0 a 10, também caiu de 7,1 para 5,8. Na pesquisa, também foi avaliado o desempenho da presidente em relação aos protestos, tendo sido verificado que a sua postura foi ótima ou boa, para 32%, regular, para 38%, e ruim ou péssima, para 26%. Em resposta às manifestações de protestos nos país, a presidente fez pronunciamento na televisão, depois de ter se reunido com governadores e 26 prefeitos de capitais, para apenas anunciar intenções de medidas referentes à responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte, e educação, sem nenhuma efetividade. A insatisfação quase generalizada, à exceção da opinião dos asseclas, apaniguados dos governistas e assemelhados, demonstra que, enfim, foi descerrada a cortina que impedia de ser enxergada pela sociedade a vergonhosa e espúria forma desse governo administrar o país, com o emprego de métodos estrategicamente preparados para se amoldar aos interesses político-eleitoreiros, com vistas à exclusiva perenidade no poder, onde eram visíveis os arranjos e as alianças destinados à coalizão de governo, envolvendo a distribuição de ministérios aos partidos, em troca de apoio político, em indecente e aviltante toma lá, dá cá, impróprio na democracia, que se lastreia em respeitosos princípios éticos, morais, legais e transparentes, em sintonia tão somente com a satisfação do atendimento do interesse público. Num país sério e evoluído, inexiste essa forma de pouca-vergonha de governar e quem sequer imaginar fazê-lo é sumariamente afastado do poder, levando consigo toda espécie malévola à administração dos recursos públicos. Foi preciso solavanco na tarifa do transporte público para vir à tona e serem despertados os brios dos brasileiros, que perceberam o quanto tem sido perversa para o país a realidade criminosa da gestão dos recursos públicos. Não que essa revelação agora tenha sido sentida de forma repentina, porquanto a gigantesca debandada das pessoas às ruas não foi somente em virtude do reajuste de poucos centavos na tarifa de ônibus, mas em razão do conjunto das obras presidenciais e também da falta delas, i.e., da suficiência das mazelas acumuladas, em termos de má administração do país, e a deficiência das medidas de incentivo ao crescimento da nação, que contribuíram para agravar a péssima qualidade do desempenho presidencial. Até que, enfim, embora com eterna demora, a sociedade se torna intolerante não somente contra a escrachada forma privilegiada de tratamento dispensado aos políticos, que, apesar da qualificação questionável, sempre mereceram reverências e endeusamentos pelos que se consideram donos da República tupiniquim, mas também o desleixamento com as políticas públicas concernentes à saúde, educação, segurança pública, moraria, infraestrutura, ao sistema de transporte etc., que  vêm sendo conduzidas sem o devido zelo, permitindo que a sua qualidade seja criticada e comparada aos países subdesenvolvidos e pouco preocupados com o desenvolvimento da nação. Fica provado que as pesquisas anteriores não refletiam o desempenho correto da presidente, por não ter feito absolutamente nada que as justificassem, cujo resultado contribuía para dissimular o seu convencimento de que, apesar de a sua ridícula gestão voltada ao estímulo ao fisiologismo e à desmoralização das políticas públicas, vinha administrando bem o país. O povo brasileiro merece os melhores encômios, por ter, conforme a pesquisa em causa, se conscientizado, embora com bastante atraso, sobre a ruindade gerencial da mandatária do país, despreparada e ainda assessorada por pessoas sem a qualificação desejável para o país. A sociedade demonstra que a presidente da República tem a obrigação de cuidar e zelar com exclusividade sobre as causas nacionais e ainda se preocupar, de forma prioritária, com as políticas que beneficiem a melhoria das condições de vida dos brasileiros, sob de encontrar sérias dificuldades políticas se continuar apenas privilegiando o afago à politicagem inescrupulosa. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 29 de junho de 2013

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