Já se tornou frequente o ex-presidente da República
petista se encontrar com movimentos sociais ligados ao seu partido, para
discutir sobre os protestos em voga. Contrariamente ao que se poderia imaginar,
o último contato não foi para aconselhamento sobre medidas de conciliação com
vistas a serenar a tumultuada situação do governo diante dos movimentos, mas
para orientação aos jovens de grupos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST), da União da Juventude Socialista (UJS), do Levante Popular da
Juventude e do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) a “irem para a rua”. O
petista se reuniu com lideranças na sede do instituto que tem o seu nome, deixando
de fora do encontro os Movimento Passe Livre e Movimento dos Trabalhadores Sem
Teto. Segundo um integrante da UJS, “O ex-presidente
queria entender essa onda de protestos e avaliou muito positivamente o que está
acontecendo nas ruas”, enquanto outro líder disse que o político “colocou que é hora de trabalhador e
juventude irem para a rua para aprofundar as mudanças. Enfrentar a direita e
empurrar o governo para a esquerda. Ele agiu muito mais como um líder de massa
do que como governo. Não usou essas palavras, mas disse algo como ‘se a direita
quer luta de massas, vamos fazer lutas de massas’”. O "todo-poderoso" petista dissimula a realidade dos fatos, para
tentar confundir a sua compreensão e com “maestria” diz que gostaria de entender
as extremosas manifestações de protestos. Ele parece ter dificuldade de engolir
a seco que os protestos são contra a desastrosa gestão do seu governo e o da
sua sucessora, que contribuiu de forma efetiva para o caos das políticas
pública, social e econômica. Ele não está percebendo que a revolta da população
não tem origem em preferência por direito ou esquerda, mas sim no inconformismo
exacerbado tanto da juventude como do resto da sociedade, que não suportam mias
a desmoralização dos princípios éticos e morais na administração pública,
afetada pela indignidade das alianças espúrias e inescrupulosas do governo com
partidos de ideologias meramente fisiológicas, mediante coalizões visando ao
exclusivo uso da máquina pública em benefício de interesses escusos, em
verdadeiro desprezo às causas nacionais. O petista não enxerga que seus
governos privilegiaram a satisfação de vaidades pessoais, com a realização no país
da Copa do Mundo de Futebol, tendo a obrigação de despender montanhas de verbas
públicas com reformas e construções de suntuosos estádios de futebol dispensáveis
e inúteis para a sociedade, em atendimento às exigências descabidas dos
poderosos do organismo internacional de futebol, em detrimento das carências
primordiais do povo brasileiro, que ressente dos serviços públicos de qualidade
e no padrão Fifa, nos setores essenciais da educação, segurança pública, saúde,
moradia, dos transportes, do saneamento básico, e ainda da infraestrutura, que
seriam capazes de fomentar o desenvolvimento do país. O ex-presidente não
desconfia que o país vem passando por processo progressivo de
subdesenvolvimento, em virtude do comodismo e marasmo governamentais, por falta
de iniciativas para a promoção de reformas estruturais que o país tanto
necessita para combater os gargalos que impedem o seu crescimento. O petista
deveria atentar que os novos tempos não combinam com o desperdício de recursos
públicos com contratações superfaturadas, envolvendo construtoras que financiam
as campanhas eleitorais milionárias, cujas obras, quando iniciadas, quase nunca
terminam, a exemplo da decantada transposição do Rio São Francisco, que até
agora tem sido verdadeiro sorvedouro de recursos públicos e de pouca
efetividade; das obras de ferrovias, rodovias etc.; e de tantas outras, que
estão servindo tão somente para desvios de dinheiros dos tolos dos contribuintes.
O ex-presidente poderia contribuir para o bem da nação se tivesse a decência de
reconhecer os erros e as falhas do governo petista com relação às verdadeiras
prioridades nacionais, que não são atendidas por notória incompetência e
inépcia dessa desastrada gestão que o povão, enfim, vem denunciando com letras garrafais
nas ruas e aos estridentes gritos, que infelizmente não são ouvidos pelo
"todo-poderoso", que prefere incentivar, de forma inconsequente, a
participação de aliados e simpatizantes, com a tentativa de abafar as
insuportáveis deficiências do governo desgastado e ineficiente. A sociedade tem
o direito de se orgulhar desse momento maravilhoso e histórico, pela lucidez da
plena indignação de protesto contra a reunião de ruindade e maldade do governo
sobre a nação, cuja incompetência foi capaz de conduzi-la rumo ao precipício socioeconômico,
arruinando seu futuro com politicagens visando à perenidade no poder. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de junho de 2013
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