sábado, 29 de junho de 2013

Desmoralização dos princípios éticos e morais

Já se tornou frequente o ex-presidente da República petista se encontrar com movimentos sociais ligados ao seu partido, para discutir sobre os protestos em voga. Contrariamente ao que se poderia imaginar, o último contato não foi para aconselhamento sobre medidas de conciliação com vistas a serenar a tumultuada situação do governo diante dos movimentos, mas para orientação aos jovens de grupos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da União da Juventude Socialista (UJS), do Levante Popular da Juventude e do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) a “irem para a rua”. O petista se reuniu com lideranças na sede do instituto que tem o seu nome, deixando de fora do encontro os Movimento Passe Livre e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Segundo um integrante da UJS, “O ex-presidente queria entender essa onda de protestos e avaliou muito positivamente o que está acontecendo nas ruas”, enquanto outro líder disse que o político “colocou que é hora de trabalhador e juventude irem para a rua para aprofundar as mudanças. Enfrentar a direita e empurrar o governo para a esquerda. Ele agiu muito mais como um líder de massa do que como governo. Não usou essas palavras, mas disse algo como ‘se a direita quer luta de massas, vamos fazer lutas de massas’”. O "todo-poderoso" petista dissimula a realidade dos fatos, para tentar confundir a sua compreensão e com “maestria” diz que gostaria de entender as extremosas manifestações de protestos. Ele parece ter dificuldade de engolir a seco que os protestos são contra a desastrosa gestão do seu governo e o da sua sucessora, que contribuiu de forma efetiva para o caos das políticas pública, social e econômica. Ele não está percebendo que a revolta da população não tem origem em preferência por direito ou esquerda, mas sim no inconformismo exacerbado tanto da juventude como do resto da sociedade, que não suportam mias a desmoralização dos princípios éticos e morais na administração pública, afetada pela indignidade das alianças espúrias e inescrupulosas do governo com partidos de ideologias meramente fisiológicas, mediante coalizões visando ao exclusivo uso da máquina pública em benefício de interesses escusos, em verdadeiro desprezo às causas nacionais. O petista não enxerga que seus governos privilegiaram a satisfação de vaidades pessoais, com a realização no país da Copa do Mundo de Futebol, tendo a obrigação de despender montanhas de verbas públicas com reformas e construções de suntuosos estádios de futebol dispensáveis e inúteis para a sociedade, em atendimento às exigências descabidas dos poderosos do organismo internacional de futebol, em detrimento das carências primordiais do povo brasileiro, que ressente dos serviços públicos de qualidade e no padrão Fifa, nos setores essenciais da educação, segurança pública, saúde, moradia, dos transportes, do saneamento básico, e ainda da infraestrutura, que seriam capazes de fomentar o desenvolvimento do país. O ex-presidente não desconfia que o país vem passando por processo progressivo de subdesenvolvimento, em virtude do comodismo e marasmo governamentais, por falta de iniciativas para a promoção de reformas estruturais que o país tanto necessita para combater os gargalos que impedem o seu crescimento. O petista deveria atentar que os novos tempos não combinam com o desperdício de recursos públicos com contratações superfaturadas, envolvendo construtoras que financiam as campanhas eleitorais milionárias, cujas obras, quando iniciadas, quase nunca terminam, a exemplo da decantada transposição do Rio São Francisco, que até agora tem sido verdadeiro sorvedouro de recursos públicos e de pouca efetividade; das obras de ferrovias, rodovias etc.; e de tantas outras, que estão servindo tão somente para desvios de dinheiros dos tolos dos contribuintes. O ex-presidente poderia contribuir para o bem da nação se tivesse a decência de reconhecer os erros e as falhas do governo petista com relação às verdadeiras prioridades nacionais, que não são atendidas por notória incompetência e inépcia dessa desastrada gestão que o povão, enfim, vem denunciando com letras garrafais nas ruas e aos estridentes gritos, que infelizmente não são ouvidos pelo "todo-poderoso", que prefere incentivar, de forma inconsequente, a participação de aliados e simpatizantes, com a tentativa de abafar as insuportáveis deficiências do governo desgastado e ineficiente. A sociedade tem o direito de se orgulhar desse momento maravilhoso e histórico, pela lucidez da plena indignação de protesto contra a reunião de ruindade e maldade do governo sobre a nação, cuja incompetência foi capaz de conduzi-la rumo ao precipício socioeconômico, arruinando seu futuro com politicagens visando à perenidade no poder. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 28 de junho de 2013

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